Reservatórios carbonáticos: importância do estudo de análogos carstificados
Hoje a "Coluna AAPG" contempla a Geóloga Caroline Lessio Cazarin que apresenta sobre "Reservatórios carbonáticos: importância do estudo de análogos carstificados"
"Inicialmente, gostaria de agradecer a oportunidade recebida através do AAPG UFES Student Chapter de falar um pouco sobre o trabalho desenvolvido em parceria com Universidades Brasileiras para o estudo de reservatórios carbonáticos.
Boa parte das reservas de óleo e gás no mundo está associada a rochas carbonáticas, porém a produção nesses reservatórios apresenta grande desafio e incerteza já que eles possuem significativa variação nas suas propriedades qualitativas e quantitativas associada à evolução tectono-sedimentar e diagenética. Desta forma, quando estamos explorando e produzindo em reservatórios carbonáticos é fundamental entender esse amplo conjunto de processos que provocam alterações nas rochas. Um desses processos é a carstificação!
No Brasil, com a descoberta e o desenvolvimento do Pré-sal, cresceu a importância do reconhecimento e da adequada representação dos intervalos carstificados para a adoção de estratégia correta de desenvolvimento do campo e para melhor prever o comportamento do fluxo de fluidos e geomecânico no reservatório.
O processo de carstificação pode gerar megaporos (vugs), condutos, alargamento de fraturas, cavernas, dolinas, brechas, caliche, etc, que impactam diretamente nas propriedades permo-porosas e geomecânicas do reservatório. Porém, a maior parte dessas feições cársticas é pequena demais, não sendo reconhecida em escala sísmica, ou grande demais para ser observada em escala de poço.
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Para buscarmos eliminar esse “gap” de escalas recorremos ao estudo de afloramentos análogos que, nesse caso, inclui o estudo de cavernas. Dessa forma buscamos ser preditivos na exploração e na produção de reservatórios que apresentam essas características.
Duas áreas têm sido estudadas sistematicamente desde 2012 buscando ampliar o conhecimento dos processos de carstificação em rochas carbonáticas: Bacia Potiguar no Rio Grande do Norte e Bacia de Irecê na Bahia. Os trabalhos desenvolvidos, por parceria Indústria-Universidade, incluem diversas metodologias de aquisição e interpretação de dados: mapeamento de feições geomorfológicas, mapeamento estrutural, levantamentos estratigráficos, análises petrográficas e petrofísicas, geoquímica (isótopos e inclusões fluidas) e geofísica, além de modelagens numéricas e de fluxo. Mais recentemente técnicas de campo que envolvem imageamento 3D (Lidar e fotogrametria) tem sido aplicadas para um melhor entendimento das geometrias e dimensões desses sistemas cársticos para posterior comparação e “upscaling” com os reservatórios.
Diversos trabalhos já foram publicados sobre o tema e muitos ainda estão em desenvolvimento. Caso tenham interesse em conhecer um pouco mais de todos esses projetos e estudos, entrem contato! Será um prazer compartilhá-los com vocês."
Sobre a autora: Caroline Lessio Cazarin atua desde 2013 na Coordenação e Gestão de Projetos de P,D&I nas áreas de Geologia e Engenharia em diversas universidades brasileiras. É Geóloga especialista em processos Cársticos e carbonatos no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), gerência de Geologia Estrutural e Geomecânica. De 2007 a 2012 foi orientadora didática na área de E&P da Universidade Corporativa da Petrobras. Mestrado na UFRJ sobre Carste Hipogênico da Fm Salitre; e PhD na UnB sobre Processos Cársticos.
Professor Associado na Universidade Federal do Espírito Santo (Oficial)
3 aMaria Eduarda Artuso
PhD Geologist | Person with Cancer/ CENPES-Petrobras
3 aObrigada pela oportunidade! 😊
Supervisora de Perfuração de Poços Jr.
3 aÓtimo artigo 👏👏👏👏
Revisor - Revista Lajer - Engenharia do Petróleo. UFES na Universidade Federal do Espírito Santo (Oficial)
3 aÓtimo, Carol Cazarin!!!!