Resiliência e traumas de mãos dadas

A vida sempre cria condições para manifestação da vida, neste planeta desde o surgimento da primeira forma de vida, em suas inúmeras manifestações a evolução segue em seus ciclos de vida e morte.

Nós seres humanos como parte desta manifestação, temos em nós o impulso vital e como grande diferença a consciência deste impulso.

Uma das consequências do impulso de vida que nos atravessa é a resiliência em nós esculpida pelos traumas que nos trouxeram até aqui.

Resiliência e trauma andam de mãos dadas na nossa história e de nossos ancestrais e ambas habitam nosso ser hoje e não nos eventos onde foram originados.

Você está aqui, neste momento, lendo estas palavras, e o sentido que você dá ao que lê está filtrado por todas as experiências que o permitiram estar aqui. Suas respostas sensoriais, emocionais, cognitivas e existenciais são reações ao que você experimenta da realidade.

A qualidade das suas respostas está ligada a sua resiliência, ou qual a sua capacidade de estar presente nos eventos da vida, alegres ou tristes, relaxantes ou traumáticos sem colapsar.

Vivemos um momento de trauma coletivo, que provavelmente vai ficar na memória coletiva e cultural de nossos descentes como foram outros eventos importantes como as grandes guerras e outras pandemias.

Neste momento, nos regular e desenvolver capacidade de resiliência não é para promover bem estar individual, mas para que possamos estar lúcidos e empáticos para estar a serviço das pessoas que amamos e na medida do possível para quem necessite.

Um passo importante é encontrar força e resiliência em você neste momento, na sua história. Não importa pelo que você passou, você esta aqui agora e vivo e você pode sentir também a força dos seus ancestrais, como os meus, eles passaram por situações traumáticas, mas encontraram individual e coletivamente força para seguir o que permitiu que você estivesse aqui. Esta força e resiliência está em você.

Ainda mesmo durante o isolamento social, encontrar pessoas que podem te ouvir empaticamente e se conectar a grupos e comunidades que você possa se regenerar.

Finalmente, render-se ao mistério da incerteza, encontrar significado, escolhendo momento a momento dar um passo e contribuir para a emergência de uma nova realidade sem ter nenhuma certeza se e como ela vai se manifestar.