Um propósito para o Brasil

Tratar em vídeo o tema propósito e, na mesma semana, ler a carta escrita por doze ex-ministros da Fazenda e cinco ex-presidentes do Banco Central pedindo desmate zero me fez refletir e reforçar uma convicção.

Durante meu tempo na Natura como Vice Presidente responsável por sustentabilidade, me envolvi muito com a Amazônia, de onde surgiu o plano Amazônia que a Natura tem aprofundado e ampliado cada vez mais.

Neste tempo, conheci o Carlos Nobre que tem a visão de que nossa biodiversidade na Amazônia pode ser o vale do Silício Brasileiro, ideia pela qual me apaixonei e sobre a qual gostaria de tratar aqui.

Ainda nesta época na Natura, percebi que, na realidade, temos todo o potencial de promover no mundo um capitalismo baseado em regeneração, por meio do qual podemos alavancar a biodiversidade como base de valor na dimensão ambiental; a nossa mistura, na dimensão social; e a nossa abertura para as questões espirituais, na dimensão existencial.

Hoje parece ainda mais óbvio que o Brasil pode assumir o propósito de criar uma economia pós-pandemia baseada nestes pilares. Para isto entretanto é necessário um processo de cura e transformação, para assumirmos nosso complexo de vira-lata como força e nos sentirmos pertencendo e encontrando nosso lugar como sociedade. Qual é esse lugar? O de promover e desenvolver este projeto centrado em nossas fortalezas e dores e não mais copiando modelos americanos e europeus que não funcionam e se esgotaram.

Afinal, como nos sentiríamos ao ser parte de um País com esse propósito e legado? Inspirados, motivados, felizes? Então, por que não?