Ressurreição Pós-Pandemia

Como será a nossa vida quando voltarmos ao normal? Se é que será normal! A única verdade em relação ao futuro é que sairemos diferentes desta situação. E na verdade o que pretendo apresentar neste texto é justamente uma análise na necessidade que a humanidade adquiriu pela sobrevivência.

É fato que a Covid-19 se transformou na forma de execução mais bizarra e, ao mesmo tempo, democrática da história. Ela não escolhe etnia, condição socioeconômica, nem preferência sexual. Qualquer um pode ficar vulnerável ao ataque deste vírus quando é criada a situação para tal.

O comportamento humano no mundo terá que mudar. As relações interpessoais passarão a ser mais objetivas. A retórica deverá ser mais informativa do que criativa. E as experiências às quais estávamos acostumados e seduzidos, deverão sofrer uma metamorfose radical.

Passaremos por uma nova régua de valor que deverá causar um choque de realidade. Um rapaz que mal tem o ensino médio completo e que corre atrás de uma bola, não pode ter um reconhecimento perante a sociedade tão grande e de tanta responsabilidade quanto temos atualmente.

Uma garota que liga sua câmera de celular para fazer suas aparições legais com desafios e curiosidades, não pode ter um valor de mercado em relação à sua imagem da forma que é. Ao mesmo tempo, esta quarentena mundial, fabricou um número incalculável de concorrentes.

O marketing digital, que tem sido a grande solução para o período de confinamento, precisa ser uma alternativa e não a única opção, ou correrá o risco de perder para a tempestade da concorrência e a banalização mediante a prostituição do serviço.

Temos ainda a relação com a educação. Não me refiro ao EAD, porque ele já existe há tempos. Estou me referindo a o quê, de fato, as pessoas vão estudar, a objetividade por resultados, a preparação para um novo mercado que ainda não conhecemos, e mais, a importância de uma certificação considerando que o futuro é totalmente incerto.

Como a economia vai entender os 4 pilares do marketing: preço, praça, produto e promoção? Aliás, será que continuaremos com 4 pilares?

Como os meios de comunicação (todos eles) vão se adaptar a um novo mundo, a um novo comportamento, tendo que conviver com a recessão mundial e, ao mesmo tempo, modificarem todas as teorias que duraram décadas, como forma de geração de renda.

As histórias como elas são contadas hoje em: livros, jornais, televisão, cinema, videos para internet etc, vão mudar. Os conflitos morais que servem de base para a maioria das produções deverão mudar a força e o foco. E a própria valorização dada aos respectivos atores dessa fenomenologia, vai mudar.

Não é uma previsão, mas um achismo! A busca pelo supérfluo deverá cair acintosamente. Saber se tal artista namora com tal atleta, acompanhar a vida de um ser humano da hora que ele acorda até a hora que ele dorme, dar valor ao mundo das redes sociais de Príncipes Siddharthas (vida perfeita), perderá relevância.

Saber se as pessoas da sua família, do seu círculo social, do seu trabalho estão saudáveis, passa a ser condição mundial. A fome, a miséria irão ter uma relevância muito maior, com menos demagogia e mais ação. O que conhecemos como responsabilidade social não será mais mérito, deverá ser hábito.

Sim, esqueci de falar de políticos, de bandidos e de oportunistas. Bom, isso é um desafio da humanidade desde o homem das cavernas.

Tudo que escrevi aqui não tem justificativa nenhuma, é apenas uma reflexão daquilo que poderá acontecer no mundo após essa mudança de modo de viver para modo de sobreviver. E, na boa, ninguém tem a resposta.