Restauração florestal como negócio lucrativo, Agro sustentável, Orgulho LGBT e outros destaques ESG você acompanha aqui

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Olá, pessoal!

Jornalista Nai Bertão falando. 


A newsletter semanal r(esg)ate se propõe a ser um ambiente de aprendizado, reflexão e informação, sob minha curadoria e análise. O objetivo é ajudar quem está começando a acompanhar o assunto e ficar por dentro das principais notícias da semana. 


Explicando ESG


Na semana passada expliquei sobre o que é o mercado voluntário de carbono. Nesta, vamos pisar no mercado regulado de créditos de carbono. E para entendê-lo, antes de tudo, é preciso saber o que é um tal de “Acordo de Paris”. Você já ouviu falar? 


O Acordo de Paris é um combinado que dezenas de países fizeram em 2015, se comprometendo a criar planos nacionais - e segui-los, claro - para desacelerar o aquecimento do planeta. A ideia é frear para não passar de 2º Celsius de aumento de temperatura até 2100, quando comparado a níveis pré-Revolução Industrial. O ideal seria não deixar passar de 1,5ºC, porém, essa meta, alguns cientistas, já disseram ser impossível de ser alcançada nos níveis atuais. Aliás, este ano, a Organização Meteorológica Mundial disse em relatório que a temperatura média global já está em 1,15ºC acima da era pré-industrial, com dados de 2022

Mas, isso não quer dizer que é a hora de jogar a toalha. Pelo contrário: o que se fala é que países, empresas e indivíduos precisam acelerar o ‘pace’ de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e ajudar quem ainda está mais devagar. 

Portanto, é necessário que os países levem a sério o desafio e cumpram suas metas de redução, as chamadas NDCs, as Contribuições Nacionalmente Determinadas. As NDCs do Brasil envolvem reduzir em 37% os GEE até 2025, 50% até 2030 e zerar (neutralidade climática) até 2050, sempre em comparação ao inventário de emissões de 2005.

Para chegar lá, uma parte relevante é obrigar as empresas e pessoas a diminuir sua poluição. No mundo, os países estão fazendo basicamente de duas maneiras: alguns estão colocando incentivos (inclusive fiscais) para as empresas e pessoas despoluir seu consumo, optando por energia renovável por exemplo; enquanto outros estão seguindo a linha da imposição de limites (tetos) de emissões e punições para quem descumprir, o chamado cap and trade system. E aí que entra o mercado regulado de carbono, que vou explicar com detalhes na próxima news!!

Quer saber mais? Acesse: “O que é o mercado de carbono e como ele funciona?"

Vale a leitura: "O quanto o clima no mundo já mudou como consequência do aquecimento global?"



RADAR ESG

1. Orgulho LGBT

Dia 28 de junho é celebrado o Dia do Orgulho LGBT. Nem todo mundo sabe, mas a data foi criada em homenagem a um episódio bem marcante para a comunidade gay na lu por seus direitos, o Rebelião de Stonewall Inn, em 1969. Na ocasião, policiais americanos invadiram bares frequentados por homosexuais em Nova York, repreendendo e prendendo muitas pessoas. A partir daí, a cidade foi palco de diversos protestos, que levaram à primeira Parada do Orgulho Gay em 1970, para reforças as demandas pelos direitos. 

No Brasil, foi só em 2011 que o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a reconhecer a união estável entre casais do mesmo sexo como entidade familiar. De lá para cá, foram foram mais de 76 mil celebrações, segundo a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais - 13 mil só em 2022. Mas, no mercado corporativo, há outros desafios que andam beeeem mais devagar. 

Uma reportagem do Valor traz que o setor financeiro, por exemplo, até vem trabalhando para mudar o quadro e apoiando iniciativas voltadas ao público LGBT+, incluindo grupos de afinidade para gerar conversas sobre como aumentar a inclusão dessas pessoas, enquanto a área de recursos humanos tenta criar benefícios para atrair mais esse público para vagas. Mas, tudo aos poucos.

Leia mais detalhes: "Diversidade sexual avança aos poucos no setor financeiro; executivos contam como se assumiram no trabalho"

Leia também: Letramento em diversidade – Entendimento sobre o tema é ponto de partida para as organizações que buscam tratar do aspecto social da agenda ESG.

2. Agro pop e sustentável?

O agronegócio é, sem dúvida, um dos setores que mais apanha quando falamos de sustentabilidade. Por ser intimamente ligado ao uso intensivo de terras - em sua maioria, que têm florestas derrubadas para dar lugar a plantações e criação de gado -, é alvo de críticas constantes de ambientalistas e especialistas em ESG. Porém, este ano, o setor ganhou um novo obstáculo: a União Europeia disse que só vai comprar produtos de lugares que não tem desmatamento. O problema é que não há nenhuma diferenciação entre desmatamento ilegal do legal. E o Brasil vem contestando isso, argumentando que a grande maioria das empresas de agro que exportam para lá seguem as regras brasileiras de desmatamento responsável.

Eis que, neste contexto, esta semana o governo lançou o Plano Safra 2023/24 da agricultura empresarial com discurso bem mais pró-sustentabilidade do que costumavam governos anteriores. A ideia é dar benefícios (juros mais em conta e acesso à crédito) a produtores de orgânicos, incentivar produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia e agroecologia, e garantir que o dinheiro só será liberado para quem está com todos os documentos de propriedade de terra legalizados, que não tenha desmatamento ilegal, e se for sustentável,  ganha mais pontinhos. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que se trata do ‘Plano Safra sustentável 1.0’. Ao todo, o plano safra prevê R$ 364,2 bilhões, 27% a mais que a versão anterior.


Veja mais detalhes sobre tudo isso aqui: "Plano da Agricultura Familiar terá R$ 71,6 bilhões via Pronaf"

Recomendo super a leitura de uma reportagem que eu fiz e saiu na semana passada: "Estudo reafirma importância do Agro para a redução do volume de emissões"

3. Restauração florestal em alta

Puxando outra sardinha pro meu lado, esta semana também publiquei uma reportagem sobre duas empresas que estão buscando profissionalizar, escalar e gerar lucro com projetos de restauração/recuperação de áreas degradadas, a re.green e o Legado das Águas (Centro de Biodiversidade). É um mercado que tem potencial gigante no Brasil porque temos uma riquíssima biodiversidade e o impacto deste tipo de projeto para combater o aquecimento global é maior que o de proteção apenas. E o mercado de crédito de carbono paga mais caro, inclusive,  por este tipo de crédito. 


Leia a reportagem completa: "Projetos para restaurar floresta buscam escala"


4. Transição justa no carvão

No especial de Santa Catarina publicado pelo Valor esta semana, um assunto quente: "Indústria do carvão diz que quer se reinventar"

A reportagem fala sobre a cidade de Capivari de Baixo (SC), onde está localizado o complexo termelétrico Jorge Lacerda, ser a cidade brasileira que mais emite gases de efeito estufa por quilômetro quadrado. 


Este tópico é importante porque ele é deve trazer muita discussão sobre outro assunto muito pertinente para ESG: Transição Justa. Para quem nunca ouviu esse termo, ele se refere à fazer uma mudança para uma economia mais verde,  menos poluente, mas de forma justa para todas as pessoas. O que isso tem a ver com o carvão em Santa Catarina? Imagine se, de um dia para o outro, o governo estadual diz que todas as minas devem parar no dia seguinte. Milhares de trabalhadores serão demitidos, empresários perderão seus investimentos, e os consumidores podem ter falta de energia por não terem tido tempo hábil de buscar/desenvolver fontes alternativas renováveis. Qualquer mudança - mesmo que seja para um mundo mais sustentável  - vai gerar algum impacto para algumas pessoas. É preciso traçar planos de transição que sejam mais justos para os afetados. E lá em SC começam as discussões/pressões sobre isso, o que pode dar o tom do que vem por aí para outros setores e Estados. Portanto, fiquem de olho!


Leia também: "Isenção para placas de energia solar muda em 7 de julho; veja quanto custa ter o sistema em casa"


5. Big Techs na mira de todos 


As big techs (Meta, Google, Etc.) estão nos holofotes no último mês,  com o imbróglio sobre o pagamento de veículos de mídia pela distribuição de notícias, mas também críticas de que elas não estão fazendo o suficiente na questão ambiental. Segundo a ONG WWF, é preciso ir além das metas de zerar pegadas de carbono e reduzir emissões de gases e contribuir mais para salvar florestas.


 Leia mais detalhes aqui: Big techs devem contribuir para salvar florestas, afirma WWF 

Leia também: "No Canadá ‘big tech’ terá que pagar por notícias"



Quentinho no coração 


Um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Science Advances traz que pessoas que têm acesso a espaços verdes (hortas, parques, jardins, natureza em geral) são, em média, 2,5 anos mais jovens biologicamente do que aquelas que não têm. Louco, né?! Mas eu realmente me sinto muito melhor em contato com a natureza, e a gente sabe que estresse, a loucura do dia a dia e a poluição de grandes cidades como São Paulo envelhece mesmo. Então, acredito que seja verdade mesmo!




Nai'ndica



Espero que tenha sido útil. Dúvidas, sugestões, comentários? Me enviem por inbox!





Bruna Marcelino, CFP®

Consultora de Projetos Educacionais na B3 | LinkedIn Creator | Economista | Colunista no “Bora Investir”

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