Resultados Convencionais

Resultados Convencionais

Cada um de nós carrega dentro de si uma verdade que vai sendo construída através das andanças pelo caminho da vida. Ao longo deste caminho, vamos nos enchendo de planos, que nem sempre serão os nossos, e quase sempre vão nos empurrar para os resultados convencionais. Estes vão nos levar ao sucesso, inclusive ao convencional, e nos levará a seguir as convenções impostas pela família, sociedade e outras tantas que insistimos em seguir.

Essa nossa mania de ser tão igual aos outros nos proporciona momentos de tristeza e vazio interior, onde nos aprisionamos no presídio tendo nossos sonhos como companheiros de cela. Nesse exílio, vemos o passar dos anos pela grade de nossa cela e cada decisão adiada é mais um ano de sentença a ser cumprida.

Todos nós temos vontades secretas e vamos sendo empurrados e engolidos pelo medo do novo. Admiramos os artistas que contam suas histórias de vida, os escritores, os músicos e os gestores revolucionários, achando-os diferentes, ou talvez valentes,  por terem tido a coragem de concretizar, em suas vidas, sonhos parecidos com os nossos. Muitas vezes, a reflexão bate na nossa porta e pode nos libertar, mas perdemos a chance de mergulhar no novo e voltamos para a inércia da nossa cela para fazer companhia ao nosso sonho.

Muitas vezes, não nos damos conta que nosso trabalho deve ser a forma de viver nossos sonhos, de colocarmos a nossa verdade no que fazemos em prol de uma vida mais feliz e sem apelos a receitas de falsos sucessos. Em vez de termos a coragem de traçar novas rotas, de quebrar antigos paradigmas, de construir um novo caminho, continuamos gastando nossa energia acreditando no caminho mais fácil, no convencional, no que todos fazem, naquele bloquinho de receitas velhas que vai nos acompanhando e sugerindo alternativas na busca incessante pela cura de uma doença que nós mesmos criamos pela nossa falta de iniciativa e busca da verdade.

Às vezes, confundimos romantismo e aventura com falta de responsabilidade e seguimos o mundo didático das cartilhas do sucesso convencional. Aqueles que saem em busca do desconhecido se encontram com um Eu novo, com um ser capaz de ver o mundo além das celas construídas nas prisões imaginárias. Nesta cela, levamos junto nosso companheiro sonho e esquecemos que no julgamento final somos nossos próprios juízes, e nos punimos com longas sentenças até conseguirmos a nossa liberdade através de um plano de vida, sem o que chamamos de meta convencional. Nosso sonho deve ser nosso melhor parceiro de trabalho nos propondo metas ousadas e nos enchendo de coragem para as realizações.


 

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