RESUMO DO ESTUDO SOBRE – A ESCRITA
Quase todas as pessoas fazem uso da escrita. Mas nem todo mundo se põe a estuda-la. Este é apenas um resumo de leituras e estudos que realizei sobre a escrita. Ele não é o fim, apenas o começo. Disponibilizo o resumo de estudo sobre a escrita para quem tem algum interesse sobre este tema.
O estudo da escrita revela que muitos esforços foram realizados para erigi-la em imagem de Deus, em tradução do Cosmo, e para diviniza-la, a escrita surge como um substituto degradado da palavra. A história da escrita não remonta a mais de 6.000 anos. Sabe-se que os grandes mestres – Sócrates, Buda, Jesus Cristo – não deixaram escritos.
A escrita simboliza uma perda da presença, a escrita chega quando a palavra se retira. A escrita permanece, como um símbolo da palavra ausente. Saussure distinguiu: linguagem e escrita – a razão da segunda é representar à primeira. Ela materializa a revelação, corta o vínculo humano, substituindo – o por um universo de signos. Não se escreve nas almas com uma pena, dizia Maistre. Jean Lacroix resume bem esse valor simbólico da escrita, por oposição à linguagem - Um esforço indireto e perigoso para reapropriar-se simbolicamente da presença.
A escrita em várias culturas
Um documento da Antiguidade egípcia representa Thot a extrair os caracteres da escrita do retrato dos deuses. Assim, a escrita surge à imagem de Deus, tem origem sagrada e depois se identifica com o homem. É a atividade divina, da manifestação do Verbo. Alguns esoteristas Mulçumanos consideram as letras do alfabeto como constitutivo do próprio corpo de Deus.
Na Índia Saravasti, a xácti de Brama, deusa da palavra, é também designada deusa do alfabeto (lipidevi): as letras se identificam com as partes do seu corpo. A guirlanda de cinquenta letras ostentada por Brama tem o sentido: ler as letras em ordem alfabética é evolução e lê-las na ordem inversa é reintegração.
Entre o hebreu (Jeová), bem como entre os árabes (Alá), compõe- se de quatro letras. A gnose mulçumana estabelece entre elas e os quatros elementos – os quatros pontos cardeais, os quatro anjos da glorificação. Talvez possa se dizer, conforme São Martinho que as quatro letras essenciais exprimem a potencia divinas, e que o alfabeto desenvolvido representa a produção do verbo.
O islã considera sete letras supremas, homologadas às sete Inteligências ou Verbos divinos. As 28 letras do alfabeto completas são o homem integral – corpo, e alma. E também as 28 mansões lunares. O simbolismo é extraído do fato de Shahada comporte quatro palavras, sete sílabas e doze letras. A criação é vista como um livro, que as letras são as criaturas.
Na cabala hebraica e no esoterismo mulçumano, cada letra corresponde a um número que determina as relações simbólicas entre os elementos da manifestação. O simbolismo cosmológico das letras sobreviveu no ritual do alfabeto, praticado no momento da consagração das igrejas católicas que evoca a dominação da Igreja sobre as dimensões do tempo e espaço. O alfabeto grego e latino, os dois instrumentos da liturgia do Oriente e Ocidente simboliza a união dos judeus e gentios, a escrita dos dois Testamentos, enfim, os próprios artigos da fé. O simbolismo das letras dá as Escrituras Sagradas uma pluralidade de sentidos, que Dante fixou em número de quatro. O corão tem sete.
Os hieróglifos e os ideogramas primitivos são a tradução de uma linguagem divina e ritual. A alteração dos ideogramas na China retira-lhe esse valor. O estudo da linguagem e mesmo da gramática – para um Patanjali, ou Bhartrihari é um exercício de ordem espiritual.
A Índia faz até hoje uma ampla utilização ritual dos ideogramas e caracteres. Os iletrados como os mestres espirituais Maomé, zen Huei-neeg e o Ramakrishna, não era ignorância e sim – simboliza a percepção intuitiva imediata das Realidades divinas.
Na china a escrita sobrepujou a pintura. A escrita na China é simbólica. Em todos os elementos da linguagem, sonoros e gráficos, ritmos e sentenças sobressaem à eficiência dos símbolos. A expressão figurativa e pensamento, e essa figuração concreta impõe o sentimento de que exprimir não é evocar, mas realizar. Escrever e falar na china são eficácia. Esta escrita figurativa permite todas as expressões do pensamento até os científicos permite que se de as palavras sua função de força atuante.
Os egípcios tiveram muitos tipos de escrita. Os hieróglifos, esculturas sagradas. O sistema de escrita é a combinação dos vocábulos, dos sinais figurativos e dos sinais fonéticos. Os hieróglifos são desenhos de objetos diversos. O pensamento egípcio se desenvolvia na estrutura de símbolos. A escrita hierática era usada nos papiros e nos atos da vida civil. A escrita demótica era usada em aos atos civis e em textos mágicos, é difícil decifra-las. A escrita secreta fonética, que é acessível apenas para os iniciados pesquisadores que estabeleceram relação entre essa e as demais escritas.
Os Celtas conheciam e utilizava à escrita. A escrita era da alçada do deus do laço e tinha valor mágico. Era uma sanção, pois a maldição escrita tinha consequência duradoura mais do que a falada ou cantada. A escrita irlandesa primitiva – o ogam – era de tal ordem que tornava proibitivo alongar um texto. Os que existem, são inscrições funerárias muito breves, mencionando quase unicamente o nome do defunto.