O HOMEM É SEMPRE O REMÉDIO DO HOMEM

O HOMEM É SEMPRE O REMÉDIO DO HOMEM

            O psicanalista norte - americano Harold Searles, relata que a experiência dele ensinou-o que o individuo se torna louco, alienado ou mentalmente doente em parte devido a um esforço continuado – em grande parte das pessoas ou das pessoas que o cerca. Segundo Harold todo estabelecimento de interação pessoal que vise a favorecer um conflito afetivo em outra pessoa – isto é, fazer agir umas contra as outras tende a torna-las mentalmente doente.

             As técnicas que tem por objetivo enfraquecer a integração pessoal, aumentar a área dos processos dissociados ou reprimidos da personalidade visam a provocar a doença mental. Um das mais eficazes consiste em minar a confiança do outro em suas reações afetivas e a sua percepção da realidade exterior, fazendo alterar a excitação-satisfação e a frustração, outra técnica utilizado é o estratagema do terror e da confusão, o double bind que significa a injunção contraditória de solicitação explicita de um apelo afetivo em sentido contrario colocando a pessoa numa situação de bloqueio, sem saída.

            As diversas técnicas que visam a tornar os outros “loucos” alienados, descritos por Searles – são as técnicas de lavagem cerebral – que é provocar confusão tal que as pessoas não sabem mais quem são, quem são os outros e nem qual situação se encontram. Deixando a realidade de ser percebida claramente.

           A alienação é quase incurável, não devido à origem, mas porque seus principais sintomas são sistematicamente estimulados no cotidiano através de vários canais que as pessoas estão inseridas diariamente assimilando como uma realidade “normal”, o homem torna-se um objeto vazio administrado por vários interesses.

           E quando o alienado chega ao fundo do poço tudo isto é individualizado: “Essa doença é tua”, ela não pertence aos outros. Quando se percebe que um trabalhador ou estudante, tem uma depressão ou outra patologia são retirados de seu ambiente e tratados individualmente com medicamentos por conta de sua doença. Assim, não é abordado de maneira sistêmica, relacional entre a doença e o meio, o papel que desempenham e como ele está no sistema e o sistema nele. É o que chamamos de doenças reativas devido a experimentar a contradição e confusão, provocado conscientemente ou inconscientemente no qual as pessoas só podem reagir através de uma doença mental ou se alienando.

Algumas frases ilustrativas alerta para atenção a essa questão do alienado, louco e do doente.

O louco é um alienado que a sociedade não quis ouvir, e que procurou impedir que dissesse verdades insuportáveis (ARTAUD).

Os que tinham alguma coisa a dizer e não o podiam fazer sem perigo, adotavam o hábito de passar por loucos (FREUD).

Preferimos a excluir a ser excluído.

REFERENCIA

JACCARD, R. A loucura. Rio de janeiro, Ed. Zahar, 1981.

Nívia Lanznaster - Psicóloga  - (47) 999362430




Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos