A retomada econômica está começando... e como está o processo de Planejamento Integrado para o novo normal?

As empresas estão caminhando para o final do 3º semestre de 2020 com uma melhor visibilidade da retoma da economia e com o desafio de planejar o processo de retomada das operações e de abastecimento do mercado com baixo impacto financeiro. Além disso, as empresas de capital aberto precisam preparar o seu plano financeiro de 2021 para ser apresentado aos acionistas e garantir o retorno financeiro esperado por todas as partes interessadas.

Neste cenário, os times de Planejamento Integrado das empresas têm a responsabilidade de definir o ritmo deste crescimento, por meio do processo de definição da demanda dos produtos e de serviços que serão os atores principais deste processo de retomada.

Mas o processo de planejamento integrado de hoje não é o mesmo de Janeiro/20, pois com a pandemia e o surgimento do novo normal, a necessidade da revisão do processos de negócio foi uma prática obrigatória para garantir a sobrevivência das empresas neste período. E o processo de planejamento integrado não ficou fora desta revisão.

As questões que ficam abertas agora são: Como será este processo agora? Quais foram as lições aprendidas identificadas durante a pandemia? E abaixo eu apresento alguns pontos que devem ser considerados neste novo normal processo de planejamento integrado:

Processo de Comunicação: o home office e o trabalho virtual diminuíram a distância entre as pessoas e as áreas das empresas e com isso o efeito dos “silos” foi reduzido nos processos da empresa, tornando o processo colaborativo mais evidente, pois a comunicação está mais eficiente e a presença física das pessoas não é mais necessária para a tomada de decisão.

Perfil de mercado: a quarentena obrigou as pessoas e empresas a mudarem os hábitos e as rotinas de trabalho e, consequentemente, esta mudança irá impactar comportamento do consumidor após a pandemia. Para o melhor entendimento deste comportamento as áreas de Marketing, Vendas e de Planejamento deverão trabalhar de forma mais colaborativa e coesa para apresentar uma previsão de demanda mais próxima do novo normal, principalmente para os produtos não-essenciais. Além disso, estas áreas deverão associar o impacto do nível de emprego e das condições econômicas de cada região neste processo de previsão de demanda. O uso de cenários deve ser praticado com mais intensidade para garantir uma visão ampla destes fatores em processo de tomada de decisão por consenso.

Política de Estoque: garantir o abastecimento tanto das operações quanto do mercado consumidor já era desafiador antes da pandemia, agora com os protocolos de saúde de cada setor esta atividade está mais desafiadora em função do aumento de tempo na execução de tarefas operacionais. Com isso, atributos como “lead time” e estoque de segurança deverão ser reavaliados considerando o novo normal e as atividades de cada protocolo com o intuito de garantir o abastecimento em toda a cadeia de valor.

Capacidade Operacional: além da questão dos protocolos e do distanciamento nas operações, o absenteísmo é outro fator que pode impactar a capacidade operacional das empresas. Até o surgimento das vacinas ou da cura para o Covid-19, as operações terão o desafio de entregar o volume conforme a capacidade comunicada para o time planejamento e administrar estes fatores para evitar a ruptura de fornecimento. Esta preocupação também é válida também para o time de planejamento de suprimentos, pois os fornecedores também deverão garantir a entrega de componentes ou matéria prima com base na capacidade negociada.

Uso de tecnologia: o uso de sistemas informação e ferramentas para suportar o processo de planejamento integrado será um diferencial para as empresas no novo normal, pois o processo de decisão deve ser ágil e ter uma visão abrangente de toda da cadeia de valor da empresa. Neste sentido, somente os sistemas integrados de planejamento conseguem atender esta necessidade em função da agilidade em preparar e apresentar os cenários para o time de executivos da empresa. Além disso, ainda existem alguns elementos da Indústria 4.0 que já estão disponíveis para aplicação sistemática no processo de planejamento integrado e entre eles destacam-se: uso da inteligência artificial e de machining learning no cálculo estatístico de previsão de vendas; inteligência artificial para o lançamento de novos produtos; IoT para o monitoramento da produção e blockchain para o rastreamento da transações relacionadas a um determinado produto. Estas tecnologias já estão acessíveis no mercado em soluções de rápida implantação, mas devem ser utilizadas conforme a necessidade de cada modelo de negócio.

A retomada econômica está chegando com os desafios inerentes de cada negócio e a boa notícia é que já existem soluções para ajudar as empresas a vencer estes desafios. Com isso, a revisão e o refinamento do processo de planejamento integrado podem ser executados de forma robusta e que atenda as necessidades das partes interessadas da empresa.

Boa retomada a todos!!!

Fábio Porto Ribeiro

Proprietário na Habitus Finance

8 m

Excelente!

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