Retomada em tempos de pandemia.
Nem tanto, mas muito significativo. Assim está o cenário de queda de atividades na economia brasileira, medida pelo seu PIB.
As expectativas originais mencionavam queda de até 9% do PIB. A faixa que aglutinava maior número de predições situava-se entre 6% e 9%. A realidade está tendendo para uma queda ao redor de 5%.
Talvez até aquelas expectativas estivessem próximas da realidade. Não contavam, porém, com o ativismo do Congresso em cumplicidade com o governo. Medidas de expansão do crédito junto com o aumento da renda dos menos favorecidos atenuaram esses números.
Houve surpresa, para alguns, sobre o impacto produzido pela distribuição de R$ 600,00 por mês, nos últimos quatro meses, para cerca de 50 milhões de brasileiros.
O ganho de renda dessa parte da população foi significativo, e atenuou a recessão esperada, principalmente nas regiões mais pobres dos país. Existem notícias de que, em determinadas pequenas cidades, contas foram postas em dia e as compras em supermercados aumentaram de maneira significativa.
Agora é “olhar para o futuro”, e dois pontos ficam ressaltados. O primeiro, e que constantemente aqui menciono, é a necessidade de continuação da ajuda salarial aos mais pobres. Manter o número de assistidos e verificar como viabilizá-lo financeiramente. Inclusive com o aumento ou criação de novos impostos. Não é a melhor maneira, mas pode ser a mais imediata.
O segundo ponto que necessita rapidamente ser incrementado é do investimento na economia brasileira. O orçamento está praticamente esgotado com os gastos obrigatórios. Pouco resta para investimentos. Em 2021, estes números situam-se em torno dos R$ 100bi - pouco mais de 1% do PIB. Muito pouco para um país que já investiu - público e privado - mais de 16,5% do PIB. Nos melhores anos passava de 20%.
Esses dados ressaltam a extrema necessidade de um amplo programa de privatizações de empresas estatais. Desde as “estatais inoperantes” que não contribuem sequer com um projeto, como s do trem bala, do Rio-S.P., mas também aquelas estatais que influem no nosso dia a dia mas dependem do dinheiro do orçamento para manterem-se abertas, como Eletrobrás, Correios e outras.
Além da privatização de empresas estatais, é urgente a entrega a empresas privadas de projetos que não poderão ser realizados agora por ausência de recursos. Novas estradas, saneamento, estradas de ferro, tudo que possibilita o aumento do investimento e da geração de empregos.
Não existem outras opções significativas. O aumento do investimento, a distribuição de renda, um desenvolvimento equilibrado, sem “ofender” a natureza é o único caminho. Fora isso, é a opção pela mediocridade.
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