Review: Scrum a arte de fazer o dobro na metade do tempo

Review: Scrum a arte de fazer o dobro na metade do tempo

Uma das minhas frases favoritas sobre estratégia eu conheci neste livro do Jeff Sutherland e ela diz muito sobre a real motivação por trás de uma nova metodologia de gestão de projetos, ou como eu prefiro enxergar, gestão da vida.

O combate é importante, mas o plano vira fumaça assim que o primeiro tiro é disparado. Eisenhower

E essa frase resume muito bem a frustração de todos que já tiveram a oportunidade de desenvolver um projeto no modelo cascateado para o lançamento de um produto ou uma nova feature. E esse fluxo geralmente é assim:

Descobrir > Projetar > Desenvolver > Testar

Bom, a despeito do risco e do desperdício inerentes a esse modelo que envolve refação e busca ainda fazer sentido em 3,6 ou 12 meses em um mundo tão volátil e complexo como é o nosso, temos o principal problema: a demora para gerar valor para o cliente final. Não importa se você investiu 12 meses no projeto, ou uma semana, quando chegar na frente dele, se ele não gostar, fim.

Quanto tempo é desperdiçado à espera de que outra pessoa termine o trabalho dela, ou que alguma informação chegue, ou porque você tenta fazer muitas coisas ao mesmo tempo?

Com essa provocação iniciamos finalmente uma apresentação do que consiste O SCRUM:

  1. Observar como as pessoas realmente trabalham e não como dizem que trabalham, afinal somos péssimos em prever o tempo e esforço que as atividades vão demandar;
  2. Acima de tudo, é sobre o cliente;
  3. Têm como grande vilão o desperdício;
  4. Sua essência é o ritno, pois somos agrupamentos de rotinas;

Mas de onde viria esse modelo tão inovador? Bom, todos sabemos que a imensa maioria das novas metodologias disruptivas é uma reciclagem de modelos menos hype e nesse caso, o SCRUM deixa claro que não é diferente. A metodologia ágil bebe do sistema Toyota de produção desenvolvido por Taichii Ono. Esse por sua vez, se baseia no modelo de gestão PDCA do Deiming, encarregado por reconstruir a indústria japonesa no pós-2a Guerra.

Os princípios são os mesmos: a) aprimoramento contínuo ; b) gerência com o papel de identificar e remover obstáculos; c) corrigir problemas no momento em que eles aparecem; d) eliminar o disperdício e aqui vem o charme do modelo japonês.

Existem segundo Taichii Ono, três tipos de desperdício: o Muri (gerado pela irracionalidade, como metas absurdas); o Mura (gerado pela inconsitência e expectativas irracionais) e o Muda (causado pelos resultados; sobrecarga; redução da qualidade das decisões).

Este último é justamente influenciado pelo que é chamado Custo de Mudança de Contexto, segundo o qual conforme mais projetos estamos tocando, menos tempo dedicamos a cada um, pois há um tempo necessário para se transitar entre estes projetos, se atualizar, obter informações e virar a chavinha.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

E com isso em mente, não vejo excerto que mais contrarie o mito do multitask.

As pessoas não realizam várias tarefas ao mesmo tempo porque são boas nisso. Elas o fazem porque são distraídas. Tem dificuldade de inibir o impulso de se dedicar a outra atividade;

Agora que entedemos à teoria passemos enfim ao SCRUM NA PRÁTICA:

  • Equipe: Autonomia, multifuncional, com senso de propósito acima da média e em torno de 7 pessoas;
  • Scrum master: Algo entre o capitão e o técnico, guia a equipe em direção ao aperfeiçoamento contínuo, removendo obstáculos;
  • Product Owner: O arquiteto por trás da visão e alinhamento das pessoas no projeto;
  • SPRINT: ciclos rápidos para construir ritmo (normalmente de 2 semanas) baseados em priorizações de histórias ou entregas, que tenham como produto final ao longo do ciclo uma entregável capaz de ser apresentada para o cliente.
  • Dailys: como o próprio nome já entrega são reuniões diárias de 15min sempre no mesmo horário para analisar o que a pessoa fez no dia anterior, o que fará neste dia, além de comunicar possíveis obstáculos a serem removidos. O intuito dela é aumentar a saturação da informação e trazer transparência.
  • Backlog: momento inicial em um projeto em que se busca exaurir todas as etapas que os contemplam, organizando-as em tasks e mensurando o esforço necessário para se realizá-las;

Obviamente cada uma dessas quebras é amplamente aprofundada no decorrer da obra, contudo acredito que partindo da teoria e dos seus princípios, somos capazes de gerar muito mais valor sem mudar drasticamente a nossa organização do dia-a-dia e mantendo-os em mente, devemos refletir em todas as etapas de desenvolvimento de qualquer projeto ou produto, como podemos utilizar estes princípios para reduzis os três principais riscos:

  • Risco de mercado: seu produto pode não ter mercado consumidor
  • Risco do cliente: o seu cliente pode não ficar feliz com a entrega
  • Risco de sustentabilidade: o seu produto pode não ser capaz de sair do papel


Excelente Luiz! Obrigada por compartilhar

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