Revitalizando a Empresa: O papel do Conselho Consultivo na cultura organizacional e propósito
Imagem: autor desconhecido.

Revitalizando a Empresa: O papel do Conselho Consultivo na cultura organizacional e propósito

Pensando em quem não conhece a Governança Corporativa e não leu os artigos anteriores, sempre faço questão de fazer uma pequena definição sobre o Conselho Consultivo ou questões mais elementares para quem é da área e não seria diferente neste. Pois bem, Conselho Consultivo é uma estrutura de governança corporativa que fornece orientação estratégica e aconselhamento aos executivos de uma empresa. Ele é composto por especialistas externos que possuem experiência e conhecimento em áreas relevantes para a empresa.

Além da definição acima, cabe esclarecer que a cultura organizacional é o conjunto de valores, crenças, normas e comportamentos que caracterizam uma empresa ou organização. Ela é criada e moldada pelos líderes da empresa, bem como pelos funcionários e pelo ambiente em que a empresa opera.

A cultura organizacional influencia a forma como as pessoas se comportam e trabalham juntas, podendo ter um impacto significativo no desempenho e na eficiência da empresa. Ela também pode afetar a motivação e a satisfação dos funcionários, bem como sua lealdade e compromisso com a empresa.

Algumas características comuns de uma cultura organizacional incluem a ética de negócios, a comunicação interna, a estrutura de liderança, o clima de trabalho, a inovação e a capacidade de mudança.

Uma cultura organizacional forte e positiva pode ajudar a atrair e reter talentos, aumentar a satisfação dos funcionários e melhorar o desempenho geral da empresa. Enquanto isso, uma cultura organizacional negativa ou insalubre pode afastar os funcionários e prejudicar o desempenho da empresa.

A cultura organizacional é importante para as empresas por várias razões, tais como:

a)     Melhora do desempenho: uma cultura organizacional positiva pode aumentar a motivação e o compromisso dos funcionários, o que por sua vez pode melhorar o desempenho geral da empresa.

b)     Atração e retenção de talentos: uma cultura organizacional saudável e positiva pode ajudar a atrair e reter os melhores funcionários, o que é crucial para o sucesso a longo prazo da empresa.

c)     Comunicação e colaboração: uma cultura organizacional forte promove uma comunicação eficaz entre os funcionários, o que pode melhorar a colaboração e aumentar a eficiência.

d)     Tomada de decisão: uma cultura organizacional forte pode ajudar os funcionários a tomar decisões mais informadas e éticas, o que é importante para o sucesso a longo prazo da empresa.

Existem vários tipos de cultura organizacional, dos quais destaco quatro que são mais universais e independente do segmento da empresa:

1.     Cultura do poder: essa cultura se concentra na centralização do poder e na hierarquia, e os funcionários são orientados a seguir as ordens de seus superiores. É comum em empresas onde existe uma estrutura hierárquica rígida.

2.     Cultura de papéis: essa cultura se concentra nas funções e responsabilidades de cada membro da equipe, e os funcionários são orientados a cumprir suas tarefas de maneira eficiente. Ela é comum em empresas que possuem uma estrutura rígida e processos bem definidos.

3.     Cultura de tarefas: essa cultura se concentra no problema ou objetivo a ser alcançado, e os funcionários são orientados a trabalhar juntos para resolver o problema ou alcançar o objetivo. Ela é comum em empresas que lidam com projetos complexos ou problemas específicos.

4.     Cultura de pessoas: essa cultura se concentra nas habilidades e talentos dos funcionários, e os funcionários são incentivados a desenvolver suas habilidades e contribuir para o sucesso da empresa. Ela é comum em empresas que valorizam a inovação e a criatividade.

Além desses quatro supracitados, exemplifico outros tipos de culturas mais direcionadas para o tipo e/ou segmento da empresa, são eles:

1.     Cultura de clã: essa cultura se concentra na harmonia e na coesão do grupo, e os funcionários se sentem como uma família. Ela é comum em empresas pequenas e familiares.

2.     Cultura de aderência: essa cultura se concentra na estabilidade e na previsibilidade, e os funcionários são recompensados por seguir as regras e procedimentos estabelecidos. Ela é comum em empresas governamentais e de serviços públicos.

3.     Cultura de mercado: essa cultura se concentra no sucesso e na competição, e os funcionários são recompensados por alcançar metas e superar metas. Ela é comum em empresas de vendas e de tecnologia.

4.     Cultura de empreendedorismo: essa cultura se concentra na inovação e na criatividade, e os funcionários são incentivados a tomar riscos e pensar fora da caixa. Ela é comum em empresas startup e de tecnologia.

5.     Cultura de cultura: essa cultura se concentra na criatividade e na autoexpressão, e os funcionários são incentivados a ser eles mesmos e a se expressar livremente. Ela é comum em empresas de mídia e de entretenimento.

Esses são alguns exemplos de tipos de cultura organizacional, e muitas empresas podem ter uma combinação de diferentes tipos de cultura. É importante notar que a cultura organizacional pode mudar ao longo do tempo, e os líderes da empresa podem trabalhar para moldar e moldar a cultura para atender às necessidades e objetivos da empresa. Ademais, cada tipo de cultura organizacional tem seus próprios benefícios e desafios, e as empresas devem escolher aquele que melhor se adequa às suas necessidades e objetivos.

Desenvolver uma cultura organizacional pode ser um processo complexo, mas existem algumas estratégias que as empresas podem adotar para alcançar esse objetivo, das quais sugiro:

a)     Defina a cultura desejada: é importante que a empresa estabeleça claramente qual é a cultura que deseja desenvolver. Isso pode ser feito através de uma série de entrevistas, pesquisas e discussões com os funcionários e líderes.

b)     Comunique a cultura: uma vez que a cultura desejada tenha sido estabelecida, é importante comunicá-la de maneira clara e consistente para todos os funcionários. Isso pode ser feito através de treinamentos, comunicados internos e até mesmo campanhas de incentivo.

c)     Modelo de liderança: os líderes da empresa devem ser os principais modelos da cultura desejada. Eles devem mostrar, através de suas ações e comportamentos, como é importante seguir a cultura da empresa.

d)     Incentive o comportamento desejado: é importante que a empresa incentive e recompense os funcionários que adotam os comportamentos e valores desejados pela cultura da empresa. Isso pode ser feito através de bônus, reconhecimentos, promoções e outros incentivos.

e)     Integre a cultura em todos os aspectos da empresa: a cultura da empresa deve ser integrada em todos os aspectos da empresa, desde a seleção de funcionários até as políticas e práticas da empresa.

f)      Faça ajustes: é importante que a empresa esteja sempre avaliando e fazendo ajustes na sua cultura organizacional para garantir que ela esteja alinhada com os objetivos e metas da empresa.

Se desenvolver uma cultura organizacional pode ser um processo complexo, imagine mudar a Cultura Organizacional da empresa. Isso pode ser um grande desafio! Contudo, somando as sugestões relacionadas acima, sugiro implementar as seguintes ações para alcançar essa meta:

a)     Identifique as necessidades de mudança: é importante identificar quais são as necessidades de mudança para que a cultura organizacional seja melhorada. Isso pode ser feito através de entrevistas, pesquisas e discussões com os funcionários e líderes.

b)     Comunique o plano de mudança: uma vez que as necessidades de mudança tenham sido identificadas, é importante comunicar claramente o plano de mudança para todos os funcionários.

c)     Envolva os funcionários: é importante envolver os funcionários no processo de mudança, pois eles serão os principais responsáveis por implementar as mudanças.

d)     Seja paciente:  mudanças culturais levam tempo e dedicação para serem implementadas e consolidadas.

Outro desafio é trabalhar a cultura organizacional na empresa, o qual pode ser feito de diversas formas e algumas delas são: defina e comunique os valores e princípios da empresa; crie uma estrutura de liderança forte; faça do feedback uma prática comum; incentive a colaboração e a comunicação; fomente a inovação e a criatividade; ofereça treinamento e desenvolvimento; promova a diversidade e inclusão; e faça ajustes.

Uma vez discorrido sobre a cultura organizacional, cabe abordar a importância do propósito para a empresa. 

O propósito é a razão pela qual uma empresa existe além de lucrar. Ele pode ser entendido como a missão da empresa e é uma declaração sobre a contribuição que ela deseja fazer para a sociedade.

A importância do propósito para a empresa é que ele pode criar um sentido de significado e propósito para os colaboradores, aumentando a motivação e o comprometimento deles com a empresa. Além disso, um propósito claro pode ajudar a empresa a se diferenciar dos concorrentes e a atrair clientes e investidores comprometidos com esse propósito.

Outra importância é que o propósito pode ajudar a empresa a tomar decisões mais conscientes e responsáveis, tendo um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente. Ele também pode ser usado como uma ferramenta de gestão, para alinhar as estratégias, processos e práticas da empresa com seus valores e objetivos.

Além disso, a tendência é que cada vez mais os consumidores preferem comprar de empresas com propósito, eles estão cada vez mais preocupados em saber como a empresa atua e qual o impacto que ela tem na sociedade. Portanto, ter um propósito claro e forte pode ser uma vantagem competitiva importante.

No que diz respeito à cultura e propósito da empresa, o Conselho Consultivo pode desempenhar um papel importante ajudando a desenvolver uma visão clara e compartilhada dos valores e objetivos da empresa, bem como contribuir para a implementação de práticas de governança responsável.

Além disso, o Conselho Consultivo pode fornecer uma perspectiva externa valiosa sobre questões sociais e ambientais, ajudando a empresa a se posicionar de maneira ética e responsável em relação às questões globais e ao impacto social e ambiental de suas operações.

Pensando na prática do Conselho Consultivo, é relevante enfatizar que ele pode ajudar a empresa a definir a missão, visão e valores de diversas formas, sendo algumas delas:

a)     Facilitando discussões e reflexões: orientando a empresa a promover discussões e reflexões para identificar os objetivos e metas da empresa, bem como seus valores e princípios fundamentais.

b)     Ajudando a definir a missão: apoiando a empresa a definir a sua missão, que é a razão de ser da empresa, ajudando a identificar os seus objetivos e metas e como ela pretende alcançá-los.

c)     Ajudando a definir a visão: ajudando a empresa a definir a sua visão, que é o estado futuro desejado para a empresa, ajudando a identificar como ela pretende se desenvolver e crescer.

d)     Ajudando a definir os valores: auxiliando a empresa a definir os seus valores, que são os princípios fundamentais que guiam as ações e decisões da empresa.

e)     Fornecendo perspectivas externas e insights: orientando a empresa a entender como os seus objetivos, metas, visão e valores se relacionam com o mercado e com a sociedade.

f)      Ajudando a implementar: uma vez definida a missão, visão e valores, o Conselho Consultivo pode ajudar a empresa a implementar esses elementos em sua estratégia, processos e práticas diárias.

g)     Acompanhando o progresso: é importante acompanhar o progresso e o alcance desses objetivos e metas, tendo acompanhamento periódico para avaliar se está de acordo com o plano e se precisa de ajustes.

Além disso, o Conselho Consultivo pode adotar algumas estratégias para avaliar se a empresa possui um propósito genuíno, tais como:

a)     Analisar a declaração de propósito da empresa: verificar se a declaração de propósito é clara, concisa e consistente com a missão e os valores da empresa. Além disso, é importante verificar se a declaração de propósito é alinhada com as ações e decisões da empresa.

b)     Entrevistar os colaboradores: realizar entrevistas com colaboradores de diferentes níveis e áreas da empresa para entender como eles percebem o propósito da empresa e se eles se sentem engajados com ele.

c)     Verificar a integridade do propósito: verificar se a empresa segue seu propósito de maneira ética e transparente, e se a empresa e seus líderes são responsáveis perante a sociedade.

d)     Verificar a engajamento dos stakeholders: verificar se os stakeholders (clientes, fornecedores, investidores, comunidade) entendem e apoiam o propósito da empresa.

e)     Analisar a implementação do propósito: verificar se o propósito da empresa está sendo implementado de forma consistente em todas as áreas da empresa e se ele está sendo usado como uma ferramenta de gestão para alinhar as estratégias e ações da empresa.

           Nesse contexto, também é importante que o Conselho Consultivo avalie se a missão, visão e valores da empresa estão alinhados com o seu propósito. Para isso, sugiro as seguintes estratégias:

a)     Analisar a declaração de propósito, missão e visão da empresa: verificar se esses elementos estão alinhados entre si e se eles são consistentes com o propósito da empresa.

b)     Verificar se a missão, visão e valores são praticados: verificar se a empresa está seguindo sua missão, visão e valores na prática, e se eles estão sendo usados para guiar as decisões e ações da empresa.

c)     Entrevistar os colaboradores: realizar entrevistas com colaboradores de diferentes níveis e áreas da empresa para entender como eles percebem a missão, visão e valores da empresa e se eles se sentem engajados com esses elementos.

d)     Verificar a integridade do propósito: verificar se a empresa segue sua missão, visão e valores de maneira ética e transparente, e se a empresa e seus líderes são responsáveis perante a sociedade.

e)     Analisar a implementação da missão, visão e valores: verificar se a missão, visão e valores da empresa estão sendo implementados de forma consistente em todas as áreas da empresa e se eles estão sendo usados como uma ferramenta de gestão para alinhar as estratégias e ações da empresa.

Ressalto que essas são apenas algumas das maneiras pelas quais um Conselho Consultivo pode avaliar se a empresa possui um propósito genuíno e se a missão, visão e valores da empresa estão alinhados com o propósito. A avaliação deve ser baseada em uma abordagem holística, levando em consideração vários aspectos da empresa.

É primoroso que o Conselho Consultivo, reavalie a cultura organizacional e o propósito da empresa e para isso sugiro as seguintes ações:

a)     Realizar pesquisas de opinião internas e externas para entender como a cultura e propósito atuais são percebidos pelos colaboradores e pelo mercado.

b)     Identificar os valores, crenças e comportamentos que são fundamentais para a empresa e compará-los com o que realmente está acontecendo na prática.

c)     Entrevistar líderes e colaboradores para entender como os valores e propósito são vivenciados no dia a dia.

d)     Revisar a missão, visão e valores da empresa para garantir que eles estejam alinhados ao propósito e às necessidades do negócio.

e)     Desenvolver uma estratégia para comunicar e implementar a nova cultura e propósito de maneira consistente e eficaz.

f)      Estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação para medir o impacto da mudança na cultura e propósito na empresa.

g)     Envolver toda a empresa na mudança, promovendo a participação e o engajamento dos colaboradores.

Concluindo, o Conselho Consultivo desempenha um papel importante na definição e implementação da cultura organizacional e propósito da empresa, fornecendo orientação estratégica e aconselhamento aos executivos, contribuindo para o desenvolvimento de uma visão compartilhada dos valores e objetivos da empresa e fornecendo perspectivas externas valiosas sobre questões sociais e ambientais. O Conselho Consultivo também ajuda a empresa a entender a importância de ter uma missão, visão e valores claros e alinhados, bem como esses elementos se relacionam com seu propósito e como eles podem ser usados para guiar as decisões e ações da empresa. 

Luciana Crespim

Negociadora I Conselheira | Mentora l Empresária

1 a

Excelente artigo. Parabéns Aline Alves de Andrade.

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