A Revolução do Generative AI
Foto tirada durante apresentação no SXSW

A Revolução do Generative AI

Aprendi há pouco mais de um ano que o termo “Inteligência Artificial” foi criado em 1956, e naquela época, havia um debate como esse ramo de tecnologia deveria ser chamado. Parece que o nome alternativo em disputa era “Inteligência Aumentada” (Augmented Technology). Particularmente acho que o nome preterido explicaria melhor a ferramenta, porém o nome eleito com certeza rendeu melhores bilheterias... 

Comento isso, porque na última edição do SXSW, o chatGPT e todas as soluções de IA estiveram entre as grandes estrelas do evento. Estes sistemas de inteligência artificial generativa criam a partir de dados existentes novos conteúdos, como imagens, músicas, textos, vídeos. Até então nós, seres humanos, programávamos os códigos e o computador “entregava a solução”. Agora, o programa aprende a fazer os códigos, consegue modificá-los e entrega “uma nova solução” (ainda com limitações, claro).  Observe que, no primeiro caso, a tecnologia é uma amplificação das nossas capacidades. Ex: calculadora é uma extensão da nossa capacidade de calcular. No segundo, é um passo antes...como se a tecnologia tivesse certa “autonomia”, na qual ela mesma pode alterar o próprio código para melhorar a sua “entrega”; ou seja, a evolução da própria inteligência artificial é intrínseca a ela, já que está em constante desenvolvimento e aprimoramento. Nesse contexto, Amy Webb comentou que TUDO será dado coletável e relevante para treinar a IA.

Este tipo de tecnologia como o chatGPT, é chamada de Inteligência Artificial Generativa, e será, sem dúvidas, uma ferramenta fundamental de produtividade, não necessariamente de substituição das pessoas, mas da natureza das tarefas e distribuição do nosso tempo. Fala-se muito do risco de hiperprodutividade e suas consequências / pontos de atenção para a saúde mental, mas também da oportunidade para que dediquemos mais tempo às atividades estratégicas, à criatividade, termos o “ócio produtivo”, troca de experiências e conhecimentos com significado que construam sabedoria e resoluções para temas complexos (“people who understands people always win” – @Rohit Barghava). Afinal, quem tem a capacidade de dar significado a algo, somos nós, seres humanos. Por melhor que o chatGPT redija uma carta de amor a minha esposa, falando sobre nossos 25 anos de casamento, a tecnologia não tem ideia do que significam 25 anos de um casamento na vida de um casal (ainda há muuuitos dados qualificados com emoções correlacionadas que a tecnologia precisaria coletar e codificar 😊) 

Nesse caso, o grande diferencial, na minha opinião, será nossa habilidade para extrair o melhor dessa tecnologia e, para isso, é preciso senso crítico e conhecimento para distinguir possíveis erros e equívocos, ou a imagem que melhor expresse a mensagem que queremos entregar (para isto precisaremos nos conhecer num nível mais profundo que permita exprimir esse desejo), ou mesmo a música mais adequada que possa emocionar determinado público-alvo. Ou seja, a capacidade de se expressar toma uma dimensão importantíssima, separando cognitivamente o “o que se deseja fazer ou dizer”, do “como se deseja executar ou transmitir”.

Em minhas anotações do SXSW achei a citação de algum palestrante: “You have your brain, your gut, and AI is your 3rd brain”(“Você tem o cérebro, o “intestino”/intuição e a IA será seu terceiro cérebro”), afinal, cada vez mais as decisões serão tomadas pelos humanos integrando mente, intuição e informação vinda da IA.  

Trazendo o tema para o setor de saúde, vejo enormes oportunidades que o genAI pode trazer para apoiar a decisão clínica, ajudar na proposição das melhores estratégias para gestão de saúde populacional e, ao mesmo tempo, individualizar a prevenção, o cuidado e o tratamento com base nos dados de cada um de nós. Mas também vejo imensos desafios que teremos que solucionar juntos, como sociedade; ex.: assegurar a qualidade dos algoritmos para cada finalidade, repensarmos a educação para usar inteligentemente esse recurso, legislação que proteja o cidadão e estimule o progresso e acesso a tais benefícios para todos.

Para isso e para a resolução de temas complexos como redução da desigualdade social, acesso à educação e saúde de qualidade a todos, crise energética, etc é essencial desenvolvermos nossas habilidades cognitivas para termos pensamento crítico e atribuirmos significado ao que realmente importa (PESSOAS!)...

Isso, nenhuma tecnologia fará por nós... 

Alex Nova

Procurement Manager / Strategic Sourcing LAM

1 a

Excelente artigo!!!

Excelente.. Esse é o caminho... Trabalhar JUNTO com a genAI

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