RH x PCDs

Sou Kátia Rumbelsperger, em 2007 por erros médico perdi a visão, realizei uma evisceração do globo ocular esquerdo, lecionava na Universidade Estácio de Sá na localidade de Nova Friburgo e no Rio de Janeiro, não tive problemas com a instituição e nem com os alunos, permaneci trabalhando até 2009, meu corpo e meu organismo obrigou-me deixar a instituição, sou muito grata a todos os colaboradores, diretores e alunos, foram momentos inesquecíveis de apoio total.

Como tudo não é o mundo cor de rosa e nem azul, para conseguir um novo emprego foi muito difícil após recuperação, comecei perceber como era o mundo dos excluídos PCDs, é o mundo de invisibilidade, sempre fui empreendedora, tenho meu CNPJ precisava trabalhar numa organização para aprender a ver, na época fiquei sem olho esquerdo e o direito com dificuldade para enxergar, graças a Deus, estou enxergando e com a Esclerite autoimune controlada.

Também sofro Bullying, assedio moral, deboches... graças a Deus são poucas pessoas que não conseguem lidar com os problemas da vida e delas, por esse motivo praticam coisas feias, entendo seus traumas e conflitos, consigo ser resiliente, resinificar e superar essas adversidades, na maioria das vezes acontece no mundo online, gravo vídeos com a franja no olho esquerdo para que não apareça a falta do olho, fiz diversas cirurgias para colocar próteses ocular, mais a doença autoimune não permite a permanência da prótese e expulsa do meu corpo, essa falta da prótese ocular, infelizmente tocou na minha vida financeira e nos processos seletivos, procuro brincar com meus problemas e sorrir para que minha imunidade não seja afetada.

Sou empreendedora e consigo superar os obstáculos, penso nessas pessoas que não tem condições de ter seu negocio próprio e depende das empresas e instituições para ter suas necessidades básicas diárias e supridas, sem trabalho não há alimentação, moradia, autoestima... o governo deve focar mais atenção para o público PCDs, afinal, não estamos imunes, aconteceu comigo e com muitas pessoas que conheci no desenvolvimento da minha vida pessoal, familiar e profissional.

"Qualquer tipo de maldade é resultado de alguma deficiência."

Da Felicidade

Sêneca

Estou acompanhando reportagens sobre vagas para PCDs, no que for possível contribuir com essa galera muito sofrida, na verdade às pesquisas não estão nada agradável, o desemprego aumento muito, essas pessoas não são visíveis dentro das organizações, os salários geralmente não passam de dois salários entre outras situações desagradáveis.

Por ética não vou citar o nome de uma empresa que trabalhei de 2014 a 2016, entrei como PCD e não foi nada agradável, percebi muitos, bullying, falta de consideração entre outras situações, na verdade pensei que o meu conhecimento poderia ajudar e treinar os colaboradores, logo percebi que o sonho era exclusivamente meu, não havia uma logística para os PCDs desenvolverem seus trabalhos externos, maioria era prepostos nos fóruns do Rio de Janeiro e em outras cidades.

Exemplo: Um PCD morava em Nova Iguaçu, o jurídico mandava a pessoa para ser preposta em Alcântara, era muito triste essa situação, quando acontecia comigo, ficava triste, pior era ver uma pessoa com deficiência visual ter essa logística insana, muitas vezes questionava, a resposta era constrangedora.

Muitas vezes questionava essa situação, era constrangedor ver meus colegas sofrendo por necessitar de trabalho, que mundo organizacional é esse que estamos vivendo e convivendo?

Não vou generalizar, sei que existem muitas empresas que inclui verdadeiramente, parabéns se você estiver lendo esse post, é um desabafo.

Participei de um processo seletivo interno para treinar os colaboradores conforme às normas e exigências, foram mais de 10 participantes e todos foram assertivos e criativos nas apresentações, fui muito aplaudida, os coordenadores fizeram muitas perguntas e também não conheciam certos termos da pedagogia empresarial e tudo era anotado.

Meu colegas que participaram acreditaram que eu seria selecionada, mais infelizmente, nenhum dos colaboradores internos foram chamados, já havia carta marcada.

Nesse momento estamos percebendo que a PANDEMIA está tirando o emprego de mais de 21 mil profissionais com deficiência, será uma desculpa?

Informações segundo o Dieese, os colaboradores PCDs foram responsáveis por mais de 4% do fechamento de vínculos formais do país de janeiro à setembro 2020.

De acordo com o Censo 2010, quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou ter algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas (enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus), ou possuir deficiência mental / intelectual.

O mercado de trabalho garante a inserção de Pessoas com Deficiências (PcD) desde 1991 (Lei número 8.213/1991), infelizmente está muito difícil as empresas cumprirem o estabelecido pela lei, e preencher uma parte do quadro de colaboradores com PCDs.

Na avaliação de Fabio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o grande problema do mercado de trabalho para pessoas com deficiência é que não há mudança de padrão de acordo com o setor e, tampouco, avanços representativos.

"O ponto principal de todos os números [do Caged] é que o mercado de trabalho melhora para quem não tem deficiência; e para quem tem, a situação tem piorado", explicou ele.

Temos um número muito grande de pessoas com nível intelectual PCDs que estão fora do mercado de trabalho, isso significa que as empresas ainda estão muito infantil no mundo do trabalho.

Que o mundo do trabalho e o mundo da educação sejam luz na vida dessas pessoas.

Quem está livre de sofrer um acidente e tornar-se PCDs?

Se você gostou desse post simples, COMPARTILHEM! CURTAM! COMENTEM!

Contato para consultorias, palestras, terapias, orientação vocacional, carreira e cursos (21)96885-8565

e-mail.: katiaperger@gmail.com

Existem os cegos por deficiência , os cegos pela ignorância e os cegos porque preferem permanecer assim. Das 3 situações a ultima é a pior!

Daniel Godri Junior