Rio Grande do Sul Sob as Águas: A Urgência de Investir em Prevenção e Inovação

Rio Grande do Sul Sob as Águas: A Urgência de Investir em Prevenção e Inovação

Refletindo sobre a devastação que assola o Rio Grande do Sul, me pergunto: para onde vamos a partir daqui?

Enquanto pensava sobre o que compartilhar em nossa Newsletter, diversas ideias passaram por minha mente. Poderia discorrer sobre a importância dos projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para o progresso do país. Ou então, explorar a sinergia entre técnicas tradicionais e ágeis de gestão de projetos, fundamentais para o êxito de nossas iniciativas. Poderia até mesmo celebrar a publicação do volume financeiro e investimentos em geração que estamos presenciando...

No entanto, nenhum desses temas parecia adequado para este momento desafiador.

O Brasil enfrenta atualmente uma das piores crises das últimas décadas, 83 anos sem um volume semelhante de chuvas, rivalizando até mesmo com os horrores da Pandemia que recentemente nos assolou.

Os cidadãos do Rio Grande do Sul testemunharam uma tragédia sem precedentes, com suas ruas, casas e memórias engolidas pelas águas do Rio Guaíba. As imagens do aeroporto de Porto Alegre submerso e dos residentes ilhados em seus próprios lares são reminiscentes de cenas de um filme distópico.

Os impactos para o Setor Elétrico são igualmente devastadores. Estima-se que entre 30 mil e 50 mil unidades consumidoras simplesmente desapareceram, sim não existam mais. A Usina Hidrelétrica 14 de Julho tornou-se inacessível após o rompimento parcial de sua barragem, enquanto a subestação Nova Santa Rita foi engolida pelas águas.

É desolador testemunhar a ficção se tornar realidade, especialmente num momento em que o país já se encontrava fragilizado por uma década de desafios, clamando por reformas estruturais e modernização para alcançar o tão almejado status de desenvolvimento social e prosperidade econômica.

A questão que ecoa é: podemos atribuir toda essa tragédia simplesmente às mudanças climáticas? Sim e não, arrisco dizer.

Sim, pois é inegável que as condições climáticas que desencadearam essas chuvas intensas e localizadas no Rio Grande do Sul são incomuns. Os dados comprovam que os últimos anos têm sido marcados pelo aumento da frequência de eventos climáticos extremos.

E não, pois partindo do princípio de que as mudanças climáticas são cenário base (Ou estão caminhando a passos largos para serem), precisamos nos debruçar sobre elas, estudá-las, traçar cenários futuros, impactos potenciais e, assim, investir em sistemas de prevenção a consequências de eventos extremos, além, é claro, de buscar reduzir nosso impacto ambiental com a queda das emissões e a adoção de uma economia mais ambientalmente amigável.

No entanto, não podemos ignorar a necessidade urgente de enfrentar esse desafio de frente. Precisamos estudar, prever e investir em sistemas de prevenção para mitigar os impactos devastadores desses eventos extremos. É imperativo reduzir nosso impacto ambiental e adotar uma abordagem mais sustentável para o nosso futuro.

Deixo aqui a seguinte perguntas: quais são os planos do Brasil para enfrentar e mitigar os impactos das mudanças climáticas? Nossas cidades e comunidades estão preparadas para lidar com essas crises? Estamos investindo o suficiente para nos anteciparmos a esses desafios?

Neste contexto, reforço a importância de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação de longo prazo, especialmente voltados para as mudanças climáticas. Como podemos nos preparar para o que não podemos prever? Precisamos investir em capacitação e buscar respostas para nos adaptarmos às mudanças que o nosso planeta nos impõe...

Neste momento de profunda aflição, estendo minha solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul e faço questão de expressar minha mais sincera admiração por todos aqueles que, de forma abnegada, têm dedicado seu tempo e esforço para oferecer ajuda e conforto aos afetados por esta terrível tragédia.

É inspirador testemunhar a união e solidariedade de pessoas em todo o país, que se mobilizam incansavelmente para amenizar o sofrimento daqueles que foram impactados por essa catástrofe. Cada ato de bondade, cada gesto de solidariedade, representa um raio de esperança em meio à escuridão.

Neste momento, as diferenças políticas e ideológicas se dissipam diante da tragédia compartilhada. Somos todos parte de um único povo, uma única nação, unidos pela dor e pela esperança de um amanhã melhor.

Como potiguar do outro Rio Grande, o Rio Grande do Norte, me solidarizo profundamente com todos irmãos gaúchos. Que eles encontrem força e coragem para superar este momento difícil. Que possamos aprender com essa tragédia e redobrar nossos esforços na construção de um país mais justo, solidário e resiliente. Pois, no final, nada se compara à preciosidade da vida humana.

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