A riqueza da diferença (ou: motivos para se permitir sair da bolha)
Aprendi ao longo do tempo que para ter uma rede ampla, é preciso se permitir a diferença. É preciso se abrir a ideias e conversar com pessoas diferentes de você, porque os seus pares não expandem a sua rede, só a sua bolha.
Sabendo como as redes sociais funcionam e como o algoritmo é pensado para te empurrar para esses círculos de iguais, eu tenho tentado sempre buscar ativamente pessoas e ideias diferentes - acho, inclusive, que o algoritmo do meu Instagram não tem a menor ideia do que eu estou fazendo, já que eu interajo com páginas e tópicos aleatórios e me interesso genuinamente pela maioria deles.
Mas isso é porque, como eu sempre posiciono nas minhas apresentações, eu gosto muito de gente. Nessa era de ódio e de polarização, essa é uma afirmação difícil, eu sei, mas é verdade. Até porque as pessoas podem ser absolutamente diferentes no modo como se expressam, se posicionam e enxergam o mundo, mas no fim do dia, essencialmente somos iguais: todo mundo tentando encontrar seu lugar ao Sol. Eu tento manter isso em mente quando interajo com alguém muito diferente de mim.
Trouxe essa reflexão para cá porque do meu ponto de vista, trabalhar é um esporte coletivo. Nenhum resultado é alcançado, nenhuma meta é batida e nenhum sucesso é possível sem uma rede de profissionais e colegas ampla e multisetorial, capaz de se organizar e agir em conjunto para um objetivo. E isso me leva de volta ao começo dessa conversa: é a pluralidade que enriquece o projeto, a ideia, o desempenho. Para que as habilidades sejam complementares, pessoas diferentes, com capacidades diferentes, precisam ser capazes de trabalhar juntas.
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Quantas marcas “canceladas” poderiam ter evitado problemas se tivessem, na mesma sala, pessoas com diferentes vivências? Quantas campanhas potencialmente racistas, machistas ou homofóbicas teriam sido repensadas se o ambiente corporativo fosse tão plural quanto o mundo é? Mas não basta que as pessoas coexistam: a pluralidade deve ser respeitada e, para isso, vozes diferentes devem ter peso e espaço iguais na conversa.
Falamos muito sobre diversidade no ambiente de trabalho, sobre inclusão de pessoas com deficiência, sobre igualdade de gênero, sobre neurodiversidade… Mas acho importante observar que nossa tendência é tratar essa conversa sob a ótica do quanto ela é positiva (e necessária) para os indivíduos, e acabamos ignorando o quão benéfica essa pluralidade é para as companhias. Equipes diversificadas podem ser capazes de perceber mais rapidamente falhas em um projeto, além de permitirem trocas de ideias que estimulam a criatividade.
Como é sua rede de contatos hoje? Quantas realidades você conhece e, principalmente, quantas você se permite conhecer? Vá além do óbvio: a diferença pode acrescentar muito ao seu dia a dia profissional.
Gerente de Marketing
3 aEssa reflexão é muito vc! A propósito, ótima! PS: sempre lembro de vc falando o quanto trabalhar e dividir com outras pessoas é importante pra vc, para o seu dia a dia profissional! Saudade, vizinha!
Marketing | Comunicação | Comunidades
3 aÓtima reflexão! Vi um episódio do Papo de Segunda da GNT que falava algo parecido e só posso concordar. Parabéns por conseguir colocar essa ideia em um texto tão claro.
Head Portfólio de Saúde | Hospitalar, HIS, SBF, SaudeBusiness.com
3 aInspirador, Li. Adorei. Vc sempre arrasando com as palavras.