A riqueza de não fazer parte. É preciso derrubar os rótulos geracionais
“Você me diz que seus pais não lhe entendem
Mas você não entende seus pais
Você culpa seus pais por tudo
E isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?”
Música: Pais e Filhos – Renato Russo
Seja qual for a sua geração, é muito provável que tenha lido as linhas acima imaginando a melodia da música. Renato Russo traduz, brilhantemente, o quanto somos construídos por um emaranhado de gerações que nos formaram e formarão, não nos cabendo definir qual a melhor ou a pior. Ele afirma o quanto somos uma criança perdida a procura de consciência e aprendizado uns com os outros. E é essa inquietude que precisa prevalecer, indiferente a idade em que nos encontramos.
Alguns rótulos e segregações criados por títulos geracionais (X,Y,Z...), definindo os comportamentos padrões a cada um deles, provoca uma dicotomia e gera um déficit absurdo de oportunidades de aprendizagem em nossas vidas e nas organizações.
Estar em uma idade não significa muita coisa, nos deparamos todo o tempo com jovens velhos e velhos jovens. Se não começarmos quebrar estas nomenclaturas e atuar com maior humildade intelectual e aprendizado coletivo, nos colocando sempre no papel de aprendizes, por meio das diferenças de cada indivíduo, estaremos fadados a um 'emburrecimento' precoce.
Recomendados pelo LinkedIn
Se olharmos as regras atuais da previdência social, a nossa temporada dentro das organizações inicia mais cedo e termina mais tarde. Isso só confirma que o convívio e a necessidade de compartilhamento entre pessoas de 20 a 80 anos acontecerão, quer queira quer não. Cabe a nós e a organização pensar no que fazer para extrair o que há de melhor em cada profissional ou nos perderemos brevemente em meio a conflitos, arrogâncias, egos, vaidades, falta de sinergia e, consequentemente, baixos resultados. Steve Jobs dizia como muita propriedade: “Não penso muito em legado para as próximas gerações. Penso apenas em acordar de manhã e trabalhar com pessoas brilhantes para criar coisas que, espero, sejam tão apreciadas por outras pessoas como são apreciadas por nós.”
Provoco a área de pessoas - RH a refletir: Os programas de Trainee e Estagiários propõem desenvolvimento e mentorias com pessoas mais velhas? A seleção de novos profissionais contempla todas as idades? As equipes dos projetos corporativos são compostas por pessoas de diversas faixas etárias? Os líderes estão preparados para lidar com todas as “gerações”? As ações de Diversidade, Equidade e Inclusão inclui o etarismo?
Provoco, também, a cada um de nós, avaliar o quanto estamos nos considerando multigeracionais, indiferente a nossa atual idade. Você tem conversado e relacionado com pessoas de todas as gerações? Tem procurado ampliar seus gostos musicais, de moda, programas e séries, fugindo de suas preferências conservadoras? Tem olhado um jovem ou um senhor sem preconceitos e/ou conservadorismos?
Não podemos fazer parte destes rótulos e nos encaixotar, já não há mais caixa. Somos plurais, diversos e incompletos. O mundo nos obriga todos os dias a abrir novas janelas e olhar a paisagem em diversas perspectivas. É importante que sigamos sempre com a indagação do que seremos quando crescermos, se é que iremos um dia... e, sinceramente, espero que nossa criança assustada e inquieta nunca nos permita isso.
“Ainda somos e vivemos como os nossos pais...“ Belchior
Mais um desafio dado e cumprido. Desta vez com um texto inspirado em uma amiga que adora me chamar de adolescente (eu substituiria por - inquietude juvenil tardia.. rsrs). Recebo como um elogio e sigo assim.
Futures Thinking | Inovação Aberta | Impacto Social | Community Designer | Facilitação | Cultura de aprendizagem
1 aClaussemary Oliveira gosto muito de temas que falam dos desafios geracionais. Acredito que ainda estamos construindo estas relações, quebrando os muros e abrindo as caixas. Há desafios de ambos os lados. Ações que incentivam essa mistura boa de gerações podem ser um grande impulso para mostrar a riqueza dessa convivência.
Cultura de aprendizagem intergeracional para transições e sucessões em novos ciclos de experiências.
1 aClaussemary Oliveira adorei a sua reflexão e chacoalhadas neste tema tão presente no nosso dia a dia. Nos nossos ambientes de convivência - todos - temos a contribuir aos avanços da riqueza da aprendizagem intergeracional. A sua pontuação sobre o quanto as pessoas medem escalas etárias, improdutivamente.... com tão espaço para torná-las invisíveis e produtivas. Vamos em frente Clau, desmanchando essas barreiras e crescendo muito.
Sócia diretora da Direcionar Ass e Consultoria Contábil Ltda
1 aPerfeita sua reflexão Clau, como sempre se mostrando uma pessoa sensata e nos fazendo repensar comportamentos
Human Resources Specialist at ArcelorMittal Long Carbon LATAM
1 aQue provocação riquíssima, Claussemary Oliveira ! Eu nunca pensei o quanto é importante desenvolver relações com pessoas de faixas etárias e perfis diferentes para nós completar. "Somos plurais, diversos e incompletos" traduz na essência o que estamos vivendo!
Coordenadora de Educação Corporativa/Desenvolvimento e Aprendizagem/ Coordenação de Enfermagem/Docente
1 aParabéns Clau pelo artigo, que leitura influenciadora, precisamos evoluir, aprender, colaborar e incluir. A idade não deve ser limitante!!! Já estou aguardando seus próximos artigos.❤