Roda, roda, vira
O que era amor agora é só preocupação. Parece que o casamento perfeito entre Jorge Jesus, técnico do Flamengo, com o clube pode chegar ao fim. E, pelo assédio que tem recebido do Benfica, outro clube interessado, pode ser mais cedo do que a torcida e os dirigentes rubro negros imaginam.
Depois de conquistar a:
- Copa Libertadores da América;
- Recopa Sul-Americana;
- Campeonato Brasileiro; e
- Supercopa do Brasil.
Jorge Jesus vai dançar o vira e com o efeito criado por este drible bailarino em cima da hora, aos quarenta e cinco do segundo tempo pode mudar o resultado de toda uma nação. Mais uma vez, eu que não sou um especialista, mas adoro dar pitaco no futebol e o nos negócios dos outros, pensei comigo aqui com meus botões: onde está o plano de contingência flamenguista? Sim, porque parece que o trem vai partir, toda a imprensa já está anunciando e ninguém fala nada sobre planejamento, futuro e sobre a possível saída de JJ. Eu sei que você e a empresa que você trabalha, esse tipo de problema nunca irá acontecer; certamente ao contratar um grande talento para sua equipe, com certeza você já tem algumas possíveis soluções para que o seu negócio não pare e sua empresa e seus clientes fiquem a ver navios no caso das coisas irem por água abaixo. Mas apesar de nós estarmos sempre atentos quando o assunto é talento profissional e ao assédio que estes recebem ao longo de suas carreiras, existem outros que, assim como o Flamengo, muitas vezes são pegos de surpresa e correm o risco de ver seu empreendimento afundar. Blup, blup, blup.
Acontece que tanto no futebol quanto nestas empresas, estabelecer algumas regras para profissionais altamente capacitados, podem ajudar a manter ou pelo menos proteger as organizações de uma possível reviravolta no ambiente de trabalho. E quando falo regras, não quero dizer podar ou moldar o trabalho de um talento, coisa que não recomendo! Contratos bem feitos, que ofereçam uma proposta justa para ambos os lados, contrapartidas, benefícios etc, são algumas considerações possíveis. Entretanto, creio que o mais importante (e eu sou sempre da comunicação), a boa relação e o diálogo sempre aberto são ferramentas que eu acredito nunca saírem tão caro; e eu digo caro porque em muitos lugares ainda existe a crença que um profissional de excelência pode ser persuadido a ficar no mesmo lugar por uma proposta maior de dinheiro. Tudo bem, tudo bem, dinheiro é sempre um bom incentivo, mas certamente, ele não é tudo. O que eu quero dizer é que, se essas empresas tiverem um bom relacionamento com os profissionais do seu time, a chance de saber qual a dor e o desejo de cada um deles aumenta.
Voltando a Jorge Jesus, não sei se vai ou fica, mas o caso é que esse tipo de situação gera problema, mesmo o astro, mesmo o gênio, mesmo o maior talento, nada pode ser maior do que a empresa. E agora eu falo com você meu amigo, que sei que é um profissional de talento, se estiver pensando em sair da empresa onde trabalha ou estiver sendo assediado pela concorrente, seja sincero e procure ter uma conversa honesta com aquele que é responsável pela sua contratação. Ou prepare-se para dançar.
Roda, roda, vira, roda, roda, vem; e ainda.
Nota importante: Gael e eu chegamos a um acordo salarial: agora ele recebe mais uma hora de videogames nos finais de semana e dois reais por desenho.
Rodrigo Micheli - Flamenguista, perna-de-pau, amante de esportes, livros e comunicação; redescobrindo um jeito de viver a vida.
Secretaria-Geral do Ministério da Defesa Nacional | Professor de Comunicação e RP
2 aTens uma forma muito interessante de te expressar. Parabéns!