Sérgio Cabral, do paraíso ao inferno
Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, durante passeio de bicicleta em Paris | Foto: Portal VIU!

Sérgio Cabral, do paraíso ao inferno

*Por Roberto Barbosa

Preso por corrupção no Complexo Penitenciário de Bangu e condenado, em apenas um dos processos a que responde, a 45 anos de prisão, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, é um bom exemplo de que na carreira pública, assim como na iniciativa privada, é possível chegar ao céu e descer ao inferno na velocidade da informação. Confira vídeo:

Ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, ex-Senador, Cabral conquistou o governo de um dos Estados mais importantes da Federação e surfou na onda do petróleo (principal fonte de receita do Estado) cotado a US$ 118 o barril.

Foi hábil em suas alianças, costurou blindagem nos legislativos e nos órgãos de controle externo. Amancebou-se com o governo Lula, atraiu investimentos, mas sucumbiu ao luxo e a oferta de dinheiro por parte de fornecedores. Estabeleceu-se uma verdadeira orgia entre o público e o privado. O início de sua desgraça foi Paris, na fatídica e famosa festa dos guardanapos.

A partir daí foi uma tempestade. O redemoinho, na sequência, tragou empresários, como é o caso de Eike Batista, que figurou na lista de bilionários da Forbes, e outros fornecedores. Cada delação precede um novo capítulo.

Assim como em Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, o personagem Riobaldo vaticina que “viver é muito perigoso”, no mundo dos negócios a mistura entre o público e o privado é um risco incalculável.

A ascensão e queda de Cabral reforçam lições. Chegar ao topo exige esforço, dedicação, resiliência e prudência. Alcançar o objetivo é sempre trabalhoso, mas não é o mais difícil em uma caminhada. O pior da trajetória é manter-se no auge e trabalhar o ciclo. Administrar vitórias é muito mais complexo do que conquistá-la.

*Diretor executivo do Portal e Revista VIU!

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