O MUNDO GIRANDO
A economia mundial passa por um processo de transição que provoca histeria coletiva, mas poucas pessoas conseguem analisar friamente as transformações, de forma a encontrar um papel a desempenhar neste novo contexto. A maioria recebe as mudanças como ameaças, quando deveria acolher com entusiasmo aproveitando o que tem de melhor.
Categorias profissionais ameaçadas pela invasão da robótica, desindustrialização decorrente da transferência de setores produtivos para os países de origem e novas relações no ambiente de trabalho - que desenha maior protagonismo para as terceirizações e redução dos vínculos trabalhistas -, são as mais reativas.
Mas, ainda que haja barulho, sobra pouca margem de manobra para contornar a marcha inexorável do mercado.
O mundo está diante dos efeitos diretos da 4ª revolução industrial que, inevitavelmente, formará um exército de reserva sem precedentes na história da humanidade. Estará excluída, não apenas a mão de obra desqualificada, mas também a desatualizada, que se acomodou na zona de conforto imaginária. Para este contingente o cenário se mostra cruel. O que se prevê é o desemprego de 5 a 7 milhões de pessoas nas principais economias do mundo até 2020, tópico que foi tema de debate no Fórum de Davos em 2016.
Para os profissionais de todos os setores o desafio será encontrar assento numa economia evolutiva, em que as transformações serão cada vez mais velozes e os nichos de mercado cada dia mais exigentes e concentrados. Eu que nasci na mídia impressa e me converti as plataformas digitais, já estou na companhia dos companheiros robôs que chegam à redação me libertando do trabalho braçal e me proporcionando o que Domenico Demasi definiu como “ócio criativo”. É a roda do mundo girando sem parar.