Sérgio Moro não tem leitores
“O povo não lê nada. O povo trabalha seis dias por semana e no sétimo vai ao prostíbulo. “— Voltaire
Essa semana fiz um artigo para o Blasting News – um portal norte-americano que tem muita circulação na Itália – onde eu explicava a situação que ficou com a entrada do ex-juiz da Operação Lava Jato na corrida presidencial. E pelo que percebi dentro da ótica jornalística – isso é um caso sério mesmo – há um público fiel ao magistrado dentro das mídias sociais. Então, como explicar que meu artigo tenha 9 leitores apenas e no LinkedIn, até esse momento, tenha 82 visualizações? O artigo da defesa da liberdade de expressão do Monark teve muito mais visualizações e esse não é o único caso, o artigo sobre o Bolsonaro ter saído da entrevista graças o humorista André Marinho teve 67 visualizações e no Quora-Questions, se teve 993? Algo está errado.
Se pode pensar várias hipóteses que podem ou não ser realidade. Primeiro, há uma preguiça sistemática em não abrir links, porque se quer sempre algo mais fácil e menos trabalhoso de se ter conhecimento. Eu sempre fiz minhas coisas – que não foram poucas – e sempre fui um leitor assíduo e isso nunca atrapalhou de eu escrever e fazer outras coisas. Nesse caso Voltaire tinha razão, o povo não se esforça para crescer e progredir e depois diz não ter sorte, mas isso não é uma questão de sorte. Tudo que queremos requer sacrifício e o sacrifício nem sempre é bem-vindo para mentes que acham que não vão sair disse se não for por roubo, destruir as propriedades alheias e coisas afins. Fora que ninguém quer largar seu tutor só porque quer crescer, muitos poucos querem crescer por causa do conhecimento.
Segundo, as pessoas reclamam das mídias vigentes – isso a esquerda é muito mais articulada – mas só lerem e comentam as mídias vigentes, ou até mesmo, compartilham sem ao menos abrirem. Como poderemos levar a sério comentário de pessoas que nem abrem o artigo para ler? Como um artigo de política, como do Moro ou do Bolsonaro, tem tanto poucos leitores ao ponto de ser ignorado? A questão não é que as pessoas abram ou não, mesmo o porquê, blogues meus que batiam a casa dos mil leitores, hoje tem 10 leitores. Isso é muito preocupante, pois, isso tem a ver com a educação.
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A educação escolar tem um cronograma e muitas vezes, os livros são meio impostos para só lerem para o ENEM ou para os vários vestibulares por aí. Não se ensina as crianças e os jovens, a serem leitores assíduos por causa da curiosidade e a vontade de conhecer, não como uma obrigação de fazer alguma coisa. Isso é uma educação tecnocrata vinda da filosofia positivista, ou seja, se misturou a filosofia tecnocrata positivista e a filosofia marxista da prática, porque o trabalho intelectual é de cunho burguês. Ou seja, um intelectual era tido como pessoas que tinham dinheiro para se sustentarem (como ficavam os intelectuais da esquerda?).
E existe uma outra hipótese, que supostamente – porque é uma hipótese e não uma acusação – o portal poderia programar o número de leitores de cada artigo. Tem como? Tem, isso aprendi no curso de Técnico de Informática. Acontece, que se pode dizer que uma empresa pode fazer isso, mas não é ético e pode sujar o nome da empresa. É bastante estranho um artigo de importância – não é uma notícia e sim, uma opinião jornalística – como a filiação do Moro no Podemos para, possivelmente, concorrer as eleições, ter 9 leitores e nas outras mídias sociais ter centenas de leitores a mais do que o próprio artigo. Mas, também, tem a questão do nome que o portal é bastante chato por dizerem que o Facebook pode boquear. Que não é verdade, pois, outros jornais chegam a ter artigos vinculados nessas mídias sociais e não são bloqueados.
Eu poderia escolher um lado dessa questão e dizer que o Moro não vai ganhar ou para agradar bolsonaristas, ou os lulopetistas. Mas, escrevo para pessoas que querem ler artigos bons, não textos de torcida.