SÉRIE DE PENSAMENTOS "POIS BEM" - HONESTIDADE VALE A PENA

Não vou parar aqui para explicar o que é "honestidade". Até os desonestos sabem isso. Vou fazer apenas um livre exercício de pensamento e, como diz um querido amigo e mestre, "sujeito a raios e trovoadas". Critique se quiser, fique à vontade.

Entre duas pessoas, podemos afirmar que existem, pelo menos, oito possibilidades de relacionamento.

  1. Entre duas pessoas honestas, e que ambas saibam disso: A conclusão é bastante clara, pois um confia sempre no outro e tudo se resolve mais rápido, mais fácil e menos custoso. Não há contratos, e-mails, burocracia. Apenas a palavra dada é garantia do cumprimento do acordado. Imagine seu pai pedindo dinheiro emprestado para você (este é um mundo grande, pode haver pais que não pagam suas dívidas, mas como o meu paga, usarei este exemplo. Se não for seu caso, imagine outra pessoa. Se não houver outra pessoa, mude seu círculo social. Sigamos). Não há, neste caso, qualquer necessidade de contratos, pois um pai honrado pagará sua dívida, sem necessidade de nem mesmo cobranças. Da mesma forma, quando no ambiente laboral ou outro, a confiança plena cria um ambiente extremamente saudável, leve, amigável e confortável. É, em suma, a relação ideal.
  2. Entre duas pessoas honestas, e que uma delas não saiba disso: Aqui vemos uma relação dificultosa a princípio, pois uma delas não sabe que a outra também é honesta, e poderá haver receio inicial. Porém, é inevitável que se transformará em uma relação igual à descrita no tópico anterior, após a verificação e consolidação da honradez mútua, passando a ser uma relação entre duas pessoas honestas, e que ambas sabem disso, ou seja, numa relação ideal.
  3. Entre duas pessoas desonestas, e que ambas saibam disso: Se houver qualquer tipo de relação aqui, será a mais conflituosa e desagradável possível, com nefastas consequências para ambas as partes. Um bom exemplo disso é a relação entre traficantes de drogas rivais, que se matam e vivem em guerra para “conquistar o território” do outro – “território” este que só existe porque tem quem compre suas drogas. É o pior dos mundos.
  4. Entre duas pessoas desonestas, e que uma delas não saiba disso: Aqui, como no item acima, a relação será conflituosa e desagradável, com as mesmas nefastas consequências para ambas as partes. A única diferença é que, por não saber que a outra parte também é desonesta, a parte ciente quererá travar relações para se aproveitar, mas certamente tomará ciência da desonestidade da outra, e tudo degringolará para a guerra sem trégua.
  5. Entre uma pessoa honesta e uma desonesta, e que ambas saibam disso: Nenhuma relação se dará aqui, pois a honesta não quererá tê-la. Diz outro ditado popular brasileiro que “quando um não quer, dois não brigam”. Aqui, quando um não quer, dois não se relacionam.
  6. Entre uma pessoa honesta e uma desonesta, e que a honesta saiba disso: Aqui também não haverá relação alguma, pois basta que a honesta saiba que a outra é desonesta para não existir qualquer tipo de contato.
  7. Entre uma pessoa honesta precavida e uma desonesta, e que a desonesta saiba disso: Nesta relação, a pessoa desonesta acabará por tentar tirar vantagem da honesta, mas a precaução da pessoa honesta será sua salvação, pois uma pessoa precavida se cerca de salvaguardas que garantirão sua segurança ante uma pessoa, em princípio, desconhecida. Ao perceber que a outra pessoa é desonesta, a honesta retirar-se-á da relação, sem sofrer maior prejuízo que a perda de tempo.
  8. Entre uma pessoa honesta não precavida e uma desonesta, e que a desonesta saiba disso: A relação existirá, e ela se dará de maneira muito mais vantajosa para a desonesta, pela ignorância da pessoa honesta. Porém, quando a honesta se der conta, haverá um corte na relação, e se a pessoa honesta conseguirá ou não reverter essa vantagem dependerá da quantidade de pessoas honestas na sociedade em que ela vive. Se houver mais desonestos, ela será prejudicada. Se houver mais honestos, ela será ressarcida e a desonesta isolada.

Em suma, se no futuro um neto me perguntar "vovô, vale a pena ser honesto?", independente do que aconteça na minha vida ou no meu país, não vou hesitar em dizer:

- Claro, garotinho. Sempre vale a pena ser honesto. Só não seja bobo.

"Ética, um princípio que não pode ter fim".

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