“Síndrome da mulher maravilha” Eu já tive. E você?
Criada em um laboratório de psicologia por William Moulton Marston, a Mulher Maravilha veio ao mundo com o objetivo de contribuir para o empoderamento feminino. Como cientista, Marston sempre foi considerado um forte defensor dos direitos das mulheres e, por intermédio da criação da história em quadrinhos, pôde apresentar ao mundo um novo modelo de mulher, estabelecendo um padrão de força, liberdade e coragem. Para combater a ideia da inferioridade feminina, buscou inspirar nas leitoras autoconfiança, mostrando maiores possibilidades de atuação em ocupações, profissões e até mesmo no atletismo, por meio de um modelo feminino forte tanto para as meninas como para os meninos.
Desde seu lançamento em 1941, a personagem trouxe muitos benefícios, mas um fenômeno paralelo, e talvez mascarado pela manipulação midiática, parece surgir em meio às “supermulheres” do século XXI: a “Síndrome da Mulher Maravilha”, quando nós vivenciamos a ilusão dos superpoderes, vivendo no limite de nossas capacidades físicas e mentais, sendo multitarefa de modo robotizado, em ação 24 horas do dia para que possamos dar “conta de tudo”.
Uma nova expectativa cultural surge impondo um padrão inexequível e impactando nas escolhas e decisões de vida das mulheres. E, assim, não é de se surpreender que grande parte dessas mulheres esteja se tornando mais cansada, estressada e infeliz nos últimos tempos. Essa condição de vida pode nos levar a direções conflituosas, onde estão presentes não apenas o cansaço e os sintomas do estresse, mas a sensação de nunca ser suficiente, a impressão de estar sempre devendo e a crescente sensação de vazio.
O primeiro passo para superar essa condição é a saída do piloto automático, ampliando a atenção e a lucidez quanto às nossas escolhas pessoais a fim de estabelecer uma vida de maior bem-estar, ou seja, é a autorresponsabilização sobre como escolhemos viver. Alcançar uma vida mais plena dá trabalho, requer esforço e dedicação, mas nos leva a um outro patamar.
A revisão de alguns hábitos também pode nos ajudar inicialmente para que possamos realizar escolhas mais conscientes. Para tal, deixo aqui um convite para uma reflexão e até, quem sabe, para pensar diferente:
1. O que significa uma vida de sucesso? Quais são as bases de suas escolhas? Que valores estão sendo priorizados?
2. Qual o grau de satisfação que você tem com os papéis que exerce em sua vida? O que você escolhe deixar para trás e o que escolhe começar? Troque a palavra “balancear” por “integrar todas as áreas da sua vida”. Isso não significa dividir seu tempo em partes iguais, mas garantir que você está prestando atenção de forma igual em todos os aspectos.
3. É hora de repensar as funções familiares? Quem vai cuidar dos filhos, quem vai sustentar a casa?
4. Você dedica tempo ao relaxamento, exercício físico ou meditação? O que faz para esvaziar a cabeça e reduzir a ansiedade?
5. Você acredita que overwork e burnout são os únicos caminhos para o sucesso profissional? Como repensar essa cultura e nossa constante necessidade de ocupação? Trabalhar de forma menos competitiva e mais empática e colaborativa também pode ajudar a atenuar o estresse no trabalho.
6. Você conhece seus talentos? Gosta do que faz? Quais atividades lhe trazem maior satisfação?
7. Qual foi a última vez que você sonhou alto e se lançou na busca de seus objetivos genuínos de vida?
Quando planejada em etapas e embasada em escolhas conscientes, a vida pode ser mais integrada e significativa. Pode ser desenhada de forma a sermos e termos tudo que queremos, porém, na maioria das vezes, não ao mesmo tempo.
Renata Abreu | Autora do Livro Felicidade Feminina: uma escolha possível com práticas da Psicologia Positiva | Consultora Organizacional | Coach Executiva
Psicóloga, Docente, Educação Corporativa, Carreira, Inteligência Emocional e Bem-Estar.
9 mRenata te admiro muito! Parabéns pelo trabalho que realiza!
Te ajudo com planejamento financeiro para proteger suas finanças agora e garantir o amanhã!
5 aTexto maravilhoso para reflexão Renata Abreu (Leal), nos cobramos muitas vezes para sermos mulher maravilha e no final de que vale a pena? O importante mesmo é ser feliz na jornada e no destino.
Owner of my life and time
6 aMuito boa reflexão Renata
Instrutora Magister de Idiomas
6 aExcelente, Renata. Parece-me que tentamos replicar este modelo de Wonder Woman constantemente. Ás vezes é até mellhor buscar um caminho não tão voltado para expectivas alheias; pois nada há mais exaustivo do que se tornar refém do snowball daquelas expectativas.. All the best! Abraço!
Pesquisadora Colaboradora no Laboratório de Bioengenharia Ocular - UNIFESP
6 aEu precisava desta reflexão! Obrigada!!