Só por que podemos fazer, devemos fazer?
Inteligência artificial já está em nossas vidas há um bom tempo. Convivemos com equipamentos conectados 24/7/365, atualizando-se a todo momento e também fornecemos informações pessoais acessíveis a cada clique dado em uma rede social. Toda informação pode ser transgredida e usada para qualquer fim, lícito ou não.
Aprendizado profundo é uma característica básica quando falamos de Inteligência. Programar uma máquina para buscar conhecimento infinito a fim de vencer toda partida de Go, xadrez ou mesmo jogos de Atari parece divertido. A grande questão aqui é: até que ponto essa inteligência artificial sem limites pode chegar? Que atitudes pode vir a ter para garantir sua vitória 100% das vezes?
Em 1996, o supercomputador Deep Blue criado pela IBM, foi a primeira máquina a vencer uma partida contra um super campeão de xadrez. Garry Kasparov era na época, considerado o maior enxadrista de todos os tempos.
De 2015 até hoje, o DeepMind da Google dominou jogos do Atari e também o dificílimo jogo estratégico chinês chamado Go. O Deep Blue da IBM era um computador programado e matemático. Já o DeepMind tem a capacidade de aprender sozinho como jogar e derrotar oponentes e o mais chocante, é que pode se tornar extremamente agressivo no processo seguindo voluntariamente o velho ditado “Os fins justificam os meios”.
Em relação a jogos, onde a derrota é meramente virtual, o impacto pode não ser tão preocupante sobre a sociedade. O que os programadores precisam sempre ter em mente, é que as máquinas podem imitar comportamentos humanos sem base de sentimentos para julgar se uma ação é aceitável ou não.
No livro Technology Vs. Humanity, o autor e futurista Gerd Leonhard, aponta que qualquer ser com IA pode aprender sobre sentimentos humanos, mas não senti-los ou gerá-los de fato. Sua grande preocupação é que a programação para a execução de uma tarefa por uma máquina, pode gerar uma obrigatoriedade de cumprimento a qualquer custo. Pode não levar em consideração o bem estar humano. Por isso, os programadores necessitam ter cuidados e criar muito “poréns” ao desenvolver IA.
O extremo deste contexto tecnológico já pôde ser apreciado nas telas de cinema. Filmes como “O exterminador do futuro” e “Transcendente” mostram o que pode ocorrer com máquinas que possuem acesso a infinitas informações e se tornam altamente inteligentes sem possuírem um pingo de empatia ou compaixão humanas. Estes dois sentimentos, segundo Leonhard, são impossíveis de transmitir às máquinas.
No ramo da tecnologia, a pergunta mais comum é “se devemos fazer”, porque poder fazer, já se pode. Máquinas que aprendem sozinhas executaram a grande maioria das tarefas no futuro e por isso é necessário cuidados. Os objetivos particulares de cada uma delas precisam ser alinhados acima de tudo, aos benefícios para os seres humanos.
Se quiser saber mais sobre o DeepMind, acesse o artigo no link: http://bit.ly/2mhJVt7