Scrum para a vida!
Aqui na equipe já usamos Scrum. Temos nossas histórias, fragmentadas em períodos regulares – sprints. A cada sprint, nos empenhamos para concluir as etapas propostas e diariamente nos reunimos de pé para trazer à equipe o que fizemos, o que faremos e se estamos tendo algum obstáculo. Com este acompanhamento e metas de curto prazo, fica fácil para a equipe se mobilizar para o atingimento delas, resolver rapidamente os vieses e comunicar tudo isso. Scrum já existe há mais de 20 anos, mas ainda há muitas empresas despendendo energia em planejamentos longos, detalhados, complexos e com acompanhamentos espaçados – método perfeito para prever com bastante precisão de que o projeto não sairá daquele jeito! Não raramente as pessoas envolvidas em projetos traçados dessa forma se desmotivam rapidamente porque não acreditam na conclusão daquele produto, perdem o senso de propósito e consequentemente de felicidade. Sim, Scrum é uma metodologia ágil, mas o autor dedicou aproximadamente 10% do seu livro para falar sobre isso: propósito e felicidade. Ao me deparar com esses capítulos fiquei surpresa com temas tão subjetivos numa metodologia tão objetiva. Logo, comecei uma retrospectiva profissional lembrando quando estive mais satisfeita em fazer o que eu fazia e quando não estava. Rapidamente correlacionei os momentos de que fui feliz quando senti que estava fazendo algo que eu entendia o porquê aquilo ser importante para o cliente e como aquilo impactaria num produto ainda muito maior do que aquele pequeno que eu estava envolvida. Não é sobre trabalhar para se sustentar, ganhar dinheiro a todo custo. A remuneração é satisfatória quando traduz o valor que você sente que entrega - o processo precisa fazer sentido. Essas reflexões vieram de encontro com questões que reflito desde sempre: quem eu sou, o que eu quero, o que me realiza, qual é a minha história – aqui, não falando do passado, mas falando do conceito história, do Scrum, qual é o meu por quê. Na minha moleskine há uma “lista infinita” de habilidades/conhecimentos/certificações que quero conquistar. Além disso, tenho uma carreira, relacionamentos e a minha própria persona que tem necessidades. Estes elementos estão conjugados para me levarem ao meu propósito maior? O que preciso mudar? Qual a prioridade? O que vou desenvolver até o dia 20 do mês que vem? Como vou acompanhar isso diariamente? Gostaria de ter lido este livro aos 16 anos para adquirir uma consciência de que a vida é o nosso maior projeto. Não importa. Talvez eu ainda não saiba exatamente como estarei daqui 10 anos, mas com o entendimento que consegui amadurecer até aqui sei, com muita precisão, que estarei satisfeita comigo mesma. Sei que não terei chegado lá por acaso, que terei escolhido e trabalhado para isso. Afinal, na minha vida eu sou o Product Owner, o Scrum Master, o desenvolvedor e, principalmente: o cliente – essa é a melhor parte e não abro mão de nenhum desses papéis. Leiam: Scrum.