"Se fosse fácil já teria sido feito."
Acabei de ler um texto inspirador sobre inovação! E como gestora de resíduos sólidos, me vieram à mente analogias que me inspiraram para este artigo. Ele fala das dificuldades de se implantar um Hub, das dificuldades da adesão dos colaboradores, da diferença entre iniciativas e processos de inovação. Também enaltece a sua aplicabilidade, a necessidade cotidiana cada vez maior na vida real das pessoas agilizando, possibilitando, incluindo, educando, informando, autorizando, gerenciando, viabilizando, vendendo, comprando, consultando, analisando, examinando e até medicando! Tudo isso e mais um pouco, remotamente ao alcance de alguns cliques e códigos binários… isso era o futuro e agora é o presente, que está passando cada vez mais rápido!
Acho maravilhoso! Mas é mesmo? Não? Talvez? Por que talvez? Por causa do e se. E se der uma pane nos sistemas, os dados são realmente protegidos? Acredito que sejam, mas vai saber, né? E se acabar energia??? Pera, sabemos que energia não acaba, podemos produzir! Não, não por isso, mas por alguma outra situação, assim como essa pandemia, inesperada. Tomara que não, mas… o que mais vai realmente acontecer se não tomarmos certas outras atitudes??? E se sim? Quais caminhos podemos escolher seguir? Menos pode ser mais? E o contrário?
São conjecturas que se tornam pequenas diante das realidades presentes, onde sim, ainda existe gente desconectada da inovação propriamente dita; que não tem smartphones, não acessa computadores e enfrenta filas para pagar as contas. Existem pessoas desprovidas de acesso à tecnologia por vários motivos, quaisquer que forem, o mundo é grande e desigual e devemos tomar cuidado para não nos limitar a um único plano. Um dia isso acaba, mas por enquanto existe. E aí??
Enquanto isso, nós, seres conectados e essas pessoas analógicas, assim como todos os habitantes deste planeta, temos algo em comum: produzimos lixo! E o que nós não fazemos com ele pode ser a "inovação'' que alguns seres desconectados fazem há um tempo, sabia? Tudo é uma questão de pontos de vista, costume e importância. Eu considero ambos importantes. E vejo que podem se fundir e trazer valor para o escopo da inovação que é o desenvolvimento, o progresso e também a conexão real entre as pessoas; pelo mesmo propósito.
No mundo acontecem algumas situações desconectadas, onde a instituição que se gaba de economizar papel num sistema super bacana (e deve sim comemorar por isso), de ter mega ultra eficientes sistemas de gestão é a mesma que não separa o lixo seco do orgânico, não faz o seu gerenciamento de resíduos, conforme previsto em lei. Não incentiva e nem orienta os seus colaboradores para serem multiplicadores dessa atitude, também inovadora em seu dia a dia e naquele ambiente até então. Haja vista que tudo o que antes não existia, não era feito, não fazia sentido, era ignorado e até mesmo desprezado, quando repensado e manipulado de uma forma diferente é uma novidade, uma nova atividade dotada de conceito de inovação. E fazer analogia contrária ao lixo, quando acumula, pode fazer uma grande diferença. E fica a pergunta: o que fazemos com ele? Enterramos? Pagamos para enterrar e fim?
Ou lidamos com ele de outra forma: a “inovadora” classificando, separando, reutilizando, tratando, reciclando, transformando, valorizando, deixando uma quantidade muito menor para enterrar, ou seja, apenas o que realmente deve ser enterrado e economizamos dinheiro com isso? Parece simples, é simples, mas é mais difícil do que parece. Pois algumas pessoas ainda têm algum tipo de preconceito ou realmente ignoram o fato que é notório e necessário, mas falta fazer adequadamente e finalmente!?
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Falta inovação na atitude, na governança, nos paradigmas e na mentalidade. A humildade ao cuidar do seu espaço com consciência e práticas sustentáveis que não dependem de dispositivo nenhum além do arbítrio de descartar corretamente o seu resíduo. Tudo começa com um pequeno plano de gestão pessoal interna, pequenas adaptações físicas ou mais algumas lixeiras e o treinamento de uma pessoa responsável, se for preciso. O mais importante é a instalação do aplicativo mental de separar o lixo seco do úmido e espalhar essa ideia como um app de sustentabilidade para todos por aí! A inovação mental do ser.
“Se fosse fácil já teria sido feito.” Foi o que falou o nosso ministro Marcos Pontes sobre algumas das nossas possibilidades no ramo de ciência, tecnologia e inovação. Principalmente diante da última, nos deparamos com muitos desafios, embora também estamos vivendo um momento de aberturas e viabilidades tecnológicas; é preciso inovar nas atitudes e pensamentos, saber que a transversalidade que procuramos enxergar no ideal de inovação, além da multi-disciplinaridade, é justamente facilitar a vida e não complicar.
É vislumbrar e integrar soluções diferentes para problemas antigos. Inovar literalmente; mesmo que de uma maneira teoricamente simples, mas que ainda pouco se faz, pouco se dá atenção ou não se tinha sequer pensado e que muito pode agregar para o tripé da sustentabilidade e para o desenvolvimento propriamente dito. São as atitudes dos principais agentes da inovação: governo, iniciativa privada, academias e sociedade organizada, para propiciar a efetividade na aplicação do conceito de cidades inteligentes sob todos os aspectos, dos complexos aos mais simples, porém importantes; mas poucos entendem e dão a real importância.
As inovações buscam curar dores. A produção de resíduos é uma dor inerente e comum na realidade de todo mundo! O que pensamos em fazer com o lixo que produzimos e o que faremos com ele daqui pra frente pode ser uma inovação, sim, além de outras benesses, econômicas, sociais e ambientais. Basta querer, pois é possível fazer. Então, agora é com a gente: vamos aos processos além das iniciativas? Mas precisamos realmente que iniciativas sejam tomadas para viabilizar a realização desses processos.
Diretora na Magma Consultoria
3 aEssa questão da logística reversa é super importante! Ainda te devo um café!
SSMA | Gestão Estratégica de Riscos | Gestão de Resíduos Sólidos | ESG | Gestão de Processos | Gestão de Pessoas
3 aPerfeito Millena! "Precisamos realmente que iniciativas sejam tomadas" e em minha avaliação e opinião a principal "inciativa" deve ser a individual. Como cidadãos, devemos ter a iniciativa de cumprir com a nossa obrigação (legal inclusive) frente a preservação da nossa casa Terra e exigir aos demais responsáveis (poder publico, privado, sociedade) o cumprimento de cada um. As iniciativas podem vir de diversas formas, assim como essa sua de informar, conscientizar e atuar na área como profissional. Parabéns Cometa da Sustentabilidade! E gratidão por compartilhar conosco de seus conhecimentos e pensamentos. 😍