Se importar é a melhor forma de demonstrar empatia

Quantas vezes deixamos os nossos problemas e julgamentos de lado, apenas para ouvir o outro com atenção?

Em tempos de distanciamento, qual a última vez que abraçamos forte, olhamos nos olhos e dissemos "vai ficar tudo bem"? Não apenas pelo significado que estas palavras carregam, mas pelo fato de nos importarmos e ir atrás de fazer com que realmente fique tudo bem. 

Mesmo que tenhamos que dividir o fardo, mesmo que a curto prazo não haja resultado.

O que vai ficar gravado na memória? Os momentos felizes registados por uma câmera? Ou quando saímos mais leves numa dessas conversas despretensiosas de meio de semana, com direito a risadas aleatórias?

A verdade é que tá todo mundo meio fudido, todos temos nossas batalhas internas que se não dividirmos torna-se uma tremenda guerra. 

Por isso, quando alguém te disser "Não estou em um bom dia", "Estou ansioso com isso e aquilo", "Já estive melhor" ou qualquer derivação indicando que existe um problema, mesmo que pontual. Respeite o sentimento alheio e ouça com atenção, sem querer apontar um conjunto de soluções prontas.

Antes de tudo, procure entender o que a pessoa está vivendo e caso lhe caiba apresente o seu ponto de vista de forma sincera, mas saiba identificar se a pessoa precisa de uma opinião ou se quer apenas desabafar e diminuir o fardo.

A habilidade de escutar é um treino e quanto mais nos dispomos à atenção plena, mais construtivas serão as nossas conversas.

Em tempos de "felicidade exacerbada" é nítido que não estamos bem a todo momento e que muitos "está tudo bem" são máscaras que escondem a realidade. O fato de postarmos apenas os fatos felizes da nossa vida é um dos principais motivos de tanta gente infeliz e insegura, o que pode ser assunto de um novo texto.

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Esse texto foi originalmente publicado no Medium.

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