Seja autêntico, só que não!
Na minha metodologia sobre marca pessoal, estabeleci que o processo de entendimento da sua marca se dá pela tríade do tempo: passado, futuro e presente. Então, é assim que o conteúdo para o programa de creators aqui do Linkedin estará organizado nas próximas semanas.
Nessas duas primeiras, vamos falar sobre o passado, o que quer dizer que as características e histórias que vivemos até aqui são os fundamentos para nossa marca pessoal, pois são os elementos que garantem a construção uma estratégia de marca baseada na verdade, e que por isso, poderá ser sustentada ao longo do tempo.
Quando falamos sobre características, você pode explorá-las por duas principais vias: 1) aqueles adjetivos que descrevem a sua personalidade e o seu comportamento; 2) os seus valores. Com certeza, se você parar para pensar você vai escrever uma lista grande, porque você convive consigo mesma o tempo todo e consegue perceber toda a complexidade e as nuances de ser quem se é, mas o trabalho fica estratégico quando você consegue descrever AS PRINCIPAIS características (3 ou 4 no máximo) que de fato são "muito você".
As histórias que nós contamos, como eu já adiantei em um post essa semana, tem o objetivo de comprovar para nossa audiência que não estamos nos descrevendo dessa forma por acaso, elas tem o objetivo de ilustrar como aquela característica ganha vida no nosso dia a dia e melhor: como fizeram diferença na vida de outras pessoas ou no sucesso de projetos (nossa promessa de valor).
Eu costumo dizer que esse primeiro passo do processo, é sobre encontrar aquilo que te torna autêntica, mas não estou falando da autenticidade que costumamos ouvir por ai, então é sobre essa palavrinha que eu quero discorrer em um pouco mais de detalhe nesta news. Bora?
AUTO MONITORAMENTO
Neste artigo o Adam Grant discorre sobre um traço de personalidade chamado "auto monitoramento", ele pode ser baixo ou alto em cada um de nós:
As pessoas com baixo auto monitoramento, geralmente são tidas como as "mais autênticas", pois expressam de forma mais aberta suas emoções, suas vulnerabilidades e tendem a se comportar de forma muito parecida em diversos ambientes, com pessoas diferentes, porque "elas são como são" e isso as ajuda a estabelecer conexões emocionais mais genuínas.
Recomendados pelo LinkedIn
Já as pessoas com alto nível de auto monitoramento, podem ser percebidas como "menos autênticas" porque racionalizam mais sobre os impactos de demonstrarem suas emoções e vulnerabilidades, se comportam de forma diferente em contextos e com pessoas diferentes, porque se preocupam com o impacto em sua reputação.
Mas quero ressaltar que pessoas com ambos os traços de personalidade, baixo ou alto monitoramento, podem ter marcas pessoais fortes. O primeiro grupo porque se conecta emocionalmente de maneira mais fácil e genuína com sua audiência, já o outro grupo, segundo estudos, através do desenvolvimento dessa habilidade de leitura de ambiente, tem mais facilidade em identificar as necessidades das pessoas a sua volta e ajudá-las.
PESSOAS QUE SE MONITORAM MAIS, CRESCEM MAIS RÁPIDO NA CARREIRA
Pois é, reforço que não estou dizendo que um grupo seja melhor do que o outro, mas o que os estudos indicam é que o nosso sistema de trabalho favorece mais um grupo do que o outro (e não me espanta saber que homens geralmente tem maior nível de auto monitoramento do que as mulheres).
"Mas Be, então eu tenho que ser fakeane?" Não! O erro das pessoas está em pensar que existem apenas duas opções: ser autenticão ou ser falso (a.k.a.: fakeane). O processo de olhar para os seus fundamentos tem o objetivo de encontrar esse caminho do meio, em que você identifica as suas características verdadeiras e qual a melhor forma de expor isso intencionalmente, ou seja, racionalizando o impacto para a sua reputação.
Precisamos desmistificar essa história de que qualquer coisa que não incentive a "demonstração do seu verdadeiro eu" é maligna, porque no fim do dia sabemos que não é bem assim. A todo tempo você faz leituras, tira conclusões e classifica as pessoas na sua mente, tanto para o bem quanto para o mal, então é ingênuo pensar que não estão fazendo o mesmo com você.
Sendo assim, concluo que a "autenticidade" da qual eu falo, é aquela que te faz verídica, verdadeira e única, não aquela que te faz agir sem pensar, que te faz ser lembrada a qualquer custo, seja porque você é passional, fala pelos cotovelos, ou não mede as palavras para dizer o que pensa.
Retirado o elefante da sala, de que se preocupar com a sua reputação parece errado, na semana que vem vamos focar mais no poder de contar (bem) as suas histórias.
Curtiu a news? Deixe seu elogio, crítica, comentário abaixo e compartilhe com um amigo, isso me ajuda muito <3
Especialista em Inteligência Emocional, Empatia e Bem-Estar no Trabalho | Palestrante | LinkedIn Instructor & Top Voice | Desenvolvo QE de Líderes | Escritora | Fundadora Midiamor
2 aAmei o jeito como você abordou a autenticidade e também de conhecer esse automonitoramento! Mega interessante :) Existe médio automonitoramento? hahaha