SEJA RELEVANTE... COMO SER HUMANO.
Como bom jovem millennial que sou, interatividade, números e relevância digital são termos que estão sempre presentes no meu dia a dia, de uma forma ou de outra. Sou fascinado por compreender linguagens em canais sociais, conhecer novos influenciadores e ouvir suas mensagens para entender se aquilo me agrega em algo ou não, e tenho até um vício a confessar: eu testo uma média de 20 aplicações por mês só pelo prazer de descobrir um novo APP e quem sabe torná-lo um parceiro de trabalho/rotina... Mas hoje decidi olhar para um outro aspecto da relevância.
Foi no mercado de marketing digital onde aprendi a importância dessa palavra. Ela se refere ao conteúdo e sua relação com quem irá consumi-lo. Se refere a um conteúdo postado e sua performance na rede. Pode também se referir a um usuário específico, no papel de influenciador nesse ambiente. Olhando para seus primeiros sentidos de uso, relevância representa "o quanto importa ou impacta", de maneira sutil. E foi esse o ponto que me fez olhar para a importância de ter relevância na vida.
Afinal, qual a sua relevância no trabalho ou no seu grupo de amigos?
Você é alguém que ensina e apoia com facilidade? Ou prefere correr sempre que pode? Você é alguém que as pessoas acionam com frequência ou nem consegue se lembrar da última vez que alguém contou com você?
Olhando para minha própria história e para as histórias de pessoas que admiro, consigo entender o poder que a relevância tem na construção das relações profissionais e pessoais. O poder que um gesto, quase sempre simples, tem de tornar alguém relevante para sempre.
Lembre-se da sua professora da pré-escola. Eu tenho certeza de que quando ela te ensinou algo que até então você sequer conhecia, como desenhar ou escrever, plantou em você um enorme respeito. A partir dali ela se tornou relevante para você. Lembre-se de um amigo que lhe deu abertura para desabafar sobre um problema, com o qual a partir de então você sentiu segurança para "chorar as pitangas" sempre que sente essa necessidade. Ele se tornou relevante para você. Lembre-se de alguém que em um momento de descrença ou confusão, decidiu apostar em você e ouvir o que você tinha a dizer. Essa pessoa se tornou relevante para você.
RELEVÂNCIA MARCA.
Me lembro bem da minha primeira semana na agência onde trabalhei por mais tempo até hoje. Eu era apenas um menino sonhador e empolgado e fui convidado para uma reunião importante, onde discutíamos uma das novas campanhas a serem lançadas. Com muitos dos membros mais velhos da agência sentados à mesa, o CEO, com uma postura humilde e doce, olhou para mim e perguntou: "O que você acha?". Eu, um novato, que estava ali para observar e fazer anotações. Não me lembro se a minha sugestão naquele momento foi a melhor ou ao menos "relevante" (rs), mas sei que essa cena não sairá da minha cabeça jamais. A partir dali, ele se tornou relevante para mim.
Hoje, em meu dia a dia, dou muita importância a atitudes que costumam passar batidas em meio aos incêndios a serem apagados. Quando alguém me pede um favor, penso inúmeras vezes antes de dizer "não consigo te ajudar", pois posso estar perdendo uma chance de me tornar relevante. Quando um amigo ou um colega do trabalho parece mal, eu me importo em perguntar "Você está bem?" mesmo sabendo que se ele decidir falar eu não terei todo o tempo do mundo para ouvir ou vou ter que adiar algum compromisso e me dedicar a ele, por que sei que o meu ato terá um valor imensurável. Quando vejo que algo está errado, que alguém está lutando para resolver um problema, não hesito em questionar "Eu posso fazer alguma coisa para ajudar?", pois sei que mesmo se eu não puder naquele momento ou não tiver a competência necessária, minha prestatividade contará de algo no quesito relevância daquela pessoa ou grupo.
CONSTRUINDO RELAÇÕES
Aprendi que a base de toda e qualquer relação é a confiança. Sem ela, você pode até se esforçar, mas as coisas simplesmente não fluirão. Desde então, tenho me esforçado para me entregar ao máximo nessas construções. E a relevância entra de novo, brilhante. A cada nova troca, a cada novo pedido de ajuda, a cada vez que paro para ouvir com atenção alguém que se tornou relevante para mim ou para falar com relevância para alguém que também me enxerga assim, nós fortalecemos nossa confiança um no outro.
TENTAR SER RELEVANTE SEMPRE É NÃO SER 100% HONESTO?
Se você me perguntar "Anderson, você acha que todo mundo pode ser relevante?" eu irei responder: com certeza! Para alguém, em um dado momento, de acordo com a sua própria vontade, etc. O quão relevante seremos, depende de nós. De quem escolhemos influenciar, dos momentos nos quais decidimos praticar, da sabedoria ou simplicidade com a qual nos permitimos atuar quando nos deparamos com a oportunidade. Sabemos que não dá para atender o tempo todo, que não temos essa agenda dos sonhos onde há espaço suficiente para ser relevante sempre. Mas como quase tudo, comece pelo básico:
Para além dos números e rankings que analisam a relevância no digital, como está a sua relevância como ser humano?