Seja um multiplicador e ajude a elevar o potencial das pessoas que o rodeiam

Seja um multiplicador e ajude a elevar o potencial das pessoas que o rodeiam

Ser um multiplicador faz toda a diferença! Rita Maria Nunes , Country Manager da TAB, revela como inspirar e impulsionar o sucesso das pessoas ao seu redor.


“Quando se trabalha com uma verdadeira equipa não há obstáculo que não seja superado, nem sucesso que não possa ser alcançado”. A frase é sobejamente conhecida. O seu autor é desconhecido. Mas a sua máxima só se concretiza com líderes que tenham a capacidade de dotar as suas equipas enquanto multiplicadores. Ou sejam, quando conseguem aumentar e acelerar os talentos e impulsionar as conquistas das suas pessoas.

Esta é, por isso, uma questão crucial para a atividade do seu negócio, porque a habilidade de inspirar e capacitar os seus trabalhadores é parte integrante da verdadeira essência de uma liderança. E multiplicar é, mais do que a palavra de ordem, a ação mais urgente. Confuso? Vou explicar.

Liz Wiseman é autora e especialista em desenvolvimento de liderança e aborda, precisamente, a questão da diferença entre ser um “multiplicador” e um “redutor” na gestão e liderança de equipas. E há um enorme contraste entre os líderes que amplificam a inteligência dos seus colaboradores, os multiplicadores, face àqueles maus gestores que desvalorizam e minam as capacidades dos elementos da sua equipa, os redutores.

Aqui, caro empresário, o primeiro pedido que lhe faço é que reflita, com verdade e desassombro, até que ponto, no seu dia a dia, está a apoiar e a nutrir as pessoas que o rodeiam. Em segundo lugar, que reflita sobre que oportunidades poderá estar a perder quando não é capaz de encorajar e levar a sua equipa mais longe. Defender a formação das nossas equipas é algo importante e que deve ser feito, mas lembre-se que a sua conduta, enquanto líder, pode e deve ser um importante input “multiplicador” e inspirador.

Mas vamos aprofundar um pouco mais para que seja claro o que significa ser um “redutor” e ser um multiplicador.

Se quer ser um “redutor”, eis o que deve fazer.

Os “redutores” são líderes que tendem a restringir e a gerir demasiado as pessoas à sua volta, de modo propositado ou não. Este facto, seja ele acidental ou inconsciente, pode ter, ao nível quantitativo e qualitativo, um impacto muito negativo no negócio. Wiseman afirma mesmo que os “redutores” apenas conseguem “obter metade da verdadeira capacidade intelectual das suas equipas”.

O comportamento problemático de quem é “redutor” pode assumir muitas formas, mas os resultados acabam por ser sempre os mesmos: pessoas sem inspiração, elevada rotatividade de colaboradores, falta de inovação e um travão a fundo ao crescimento da organização.

Os “redutores”, regra geral, são:

  • Micro-gestores que mantêm uma mão firme sobre a forma como os membros da sua equipa executam as tarefas.
  • Autoritários que exigem o cumprimento rigoroso das suas ordens sem dar lugar a qualquer tipo de questão.
  • Líderes que baixam os níveis de confiança e diminuem a autoestima dos colaboradores por serem excessivamente críticos.
  • Minimizadores das contribuições dos outros e não reconhecem talento e esforço.
  • Construtores de dependências que criam um sistema que exige aprovação e supervisão constantes.

E, acredite, esta é apenas a ponta do icebergue no que diz respeito a comportamentos negativos e desmoralizantes que ocorrem em várias organizações. Se pensarmos um pouco, tenho a certeza que todos já nos deparamos, ao longo das nossas carreiras, com um ou outro “redutor”.

Se foi o caso, pergunto-lhe: O que é que estas pessoas, ou estas situações, o fizeram sentir?

Se quer ser um “multiplicador”, o caminho é este.

Sendo uma espécie de via de aceleração para expandir talento, ao mesmo tempo que impulsiona o sucesso e o crescimento, o “multiplicador” distingue-se pelas seguintes características:

  • Identificam e maximizam talentos, reconhecendo os pontos fortes únicos dos indivíduos e aproveitando esses bens pessoais no seu potencial máximo.
  • Cultivam um ambiente de confiança e respeito através do incentivo a que todos os membros da equipa expressem as suas ideias e assumam riscos.
  • Desafiam o status quo, estabelecem objetivos elevados e incutem na sua equipa a crença de que podem alcançar o que parece muito difícil ou (quase) impossível.
  • Convidam a um debate sério de ideias e de perspetivas entre todos e facilitam a tomada de decisões criteriosas.
  • São mentores que investem tempo e ferramentas para estimular o sucesso dos colaboradores.

Ao incorporar estas qualidades, o “multiplicador” cria um local de trabalho dinâmico e extremamente gratificante. É certo que este ambiente pode nem sempre ser confortável para todos, mas impulsiona melhores desempenhos e, por seu turno, ajuda toda a organização, a prosperar.

O que é que o trava a ser um “multiplicador”?

Arrisco em dizer – com base naquilo que vejo, sinto e trabalho no meu dia a dia enquanto empresária e no contacto com outros empresários – que a maioria dos “redutores” não se consideram, nem se vêm a si próprios, como possuidores de comportamentos negativos, estilos de comunicação deficientes ou qualidades de liderança ineficazes.

Pelo contrário, e mais perigoso ainda, racionalizam sobre a razão por que devem continuar a sua abordagem deste modo, vendo-a como necessária para manter os seus colaboradores sob controlo ou manter a conformidade ou algum outro disparate.

Se ouvir – ou disser – este tipo de expressões saiba que está perante – ou é mesmo – um líder “redutor”:

  • “Estou demasiado ocupado para dar palmadinhas nas costas de toda a gente apenas por estarem a fazer o seu trabalho.”
  • “Não estão aqui há tempo suficiente para terem ganho a minha confiança.”
  • “Não te contratamos para pensar; mas sim para fazeres o teu trabalho.”
  • “Isso é da responsabilidade da administração. Agora volte ao trabalho.”

Não há outras palavras para o descrever: é humilhante e desanimador. Imagine o enorme impacto negativo que uma liderança como estas pode gerar na dedicação, motivação e inovação dos seus colaboradores. E este é, certamente, o caminho que não quer seguir.

E por falar em caminho, partilho sete passos que deve seguir para se tornar um “multiplicador” ainda mais eficaz:

1. Seja um ouvinte ativo: fique recetivo a ter conversas individuais com os membros da sua equipa e valoriza as novas ideias e perspetivas que lhe trazem.

2. Ofereça oportunidades de crescimento: capacite ainda mais a sua equipa com programas de desenvolvimento de liderança e fomente a participação em workshops para o desenvolvimento de competências.

3. Delegue e empodere: confie aos seus colaboradores a possibilidade de assumirem maiores responsabilidades e de crescerem nas suas funções.

4. Dê-lhes mais feedback: dedique algum tempo para partilhar a sua visão com os membros da equipa sobre o que funcionou, o que ficou aquém e como atingir ou superar marcas na próxima oportunidade.

5. Celebre os sucessos: crie o hábito de assinalar as conquistas, aplaudir os esforços e recompensar as vitórias individuais e coletivas.

6. Promova uma cultura de colaboração: incuta com ações práticas o sentimento de unidade e aliança e crie oportunidades regulares para projetos entre diferentes departamentos e partilha de conhecimentos entre todos.

7. Lidere pelo exemplo: nunca é demasiado recordar que tudo começa por si, por isso é importante definir o tom certo. Tem de ser um modelo para a integridade da equipa, ética de trabalho, respeito, compaixão e mentalidade inovadora.

LEMBRETE: ao desenvolver as suas competências enquanto “multiplicador” está a ajudar a fazer crescer e a desenvolver a sua equipa, a criar oportunidades inovadoras para o seu negócio e, por fim, vai conseguir evoluir para o tipo de líder que, no fundo, sempre desejou!


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