Seleção de tecnologias de manutenção preditiva com assertividade e confiabilidade (conforme norma ISO 13379:2003)
Existe certa dificuldade na implementação de técnicas preditivas como foco em planejamento assertivo de manutenções, alta disponibilidade física e confiabilidade dos ativos em plantas industriais/maquinário pesado. Alguns frequentes questionamentos gerenciais vem a tona na etapa de seleção e implementação como:
- Com que métodos iniciar ou priorizar técnicas preditivas?
- Qual técnica realmente será efetiva para nosso modelo de negócio?
- Quais técnicas melhor se adequam em nosso orçamento?
- O que podemos implementar em um prazo reduzido?
Além do conhecimento empírico da manutenção/engenharia, estudos de viabilidade econômico-financeiros e/ou decisões gerenciais, existem métodos normalizados para classificar e priorizar o sistema de diagnóstico preditivo à ser adotado e implantado.
Destacamos a norma vigente:
ISO 13379:2003 Condition monitoring and diagnostics of machines - General guidelines on data interpretation and diagnostics techniques
Esta Norma contém procedimentos gerais que podem ser usados para determinar a condição de uma máquina em relação a um conjunto de parâmetros de linha de base. Mudanças nos valores da linha de base e comparação com gatilhos de ação são usados para indicar comportamento anômalo e para gerar alarmes: isso geralmente é designado como monitoramento de condição. Além disso, os procedimentos que identificam a (s) causa (s) do comportamento anômalo são fornecidos a fim de auxiliar na determinação da ação mantenedora adequada: isso geralmente é designado como diagnóstico.
Destacaremos neste artigo, o processo chamado FMSA (Análise dos Sintomas dos Modos de Falhas) que podemos interpretar como um variante do FMECA (Análise do Modo de Falha, Efeitos e Criticidade) e ferramenta utilizada posteriormente a essa análise.
O objetivo deste processo (FMSA) é selecionar tecnologias de monitoramento e estratégias que maximizem o nível de confiança no diagnóstico e prognóstico de qualquer modo de falha.
Esta metodologia é projetada para auxiliar na seleção de técnicas de monitoramento que fornecerão a maior sensibilidade à detecção e taxa de alteração de um determinado sintoma.
Este processo é essencialmente uma modificação de um FMECA com foco nos sintomas produzidos por cada modo de falha identificado e a seleção subsequente da detecção, técnicas e estratégias de monitoramento mais adequadas.
Esta ferramenta deve ser usada em conjunto com uma análise FMECA existente que já identificou e classificou os modos de falha possíveis.
FMSA - ANÁLISE DOS SISTOMAS DOS MODOS DE FALHA
Os passos essenciais para para utilização do FMSA são:
- Listar os componentes envolvidos;
- Listar os modos de falha possíveis para cada componente;
- Listar os efeitos de cada modo de falha;
- Listar as causas de cada modo de falha;
- Listar os sintomas produzidos por cada modo de falha;
- Classificar cada modo de falha por detecção, gravidade, confiança de diagnóstico e confiança de prognóstico resultando no NPM (Número de Prioridade de Monitoramento);
- Listar a técnica de monitoramento mais apropriada;
- Listar a frequência estimada de monitoramento;
- Listar as técnicas correlacionadas mais adequadas;
- Listar a frequência de monitoramento para as técnicas correlacionadas.
A seguir temos os critérios de classificação do FMSA (Análise dos Sintomas dos Modos de Falha):
TAXA DE DETECÇÃO - A probabilidade de detecção é avaliada de 1 a 5 e é projetada para refletir a capacidade de detecção geral de um modo de falha independente da precisão de diagnóstico ou prognóstico.
SEVERIDADE - Esta classificação deve refletir a análise FMECA anterior e é projetada para classificar os modos de falha individuais por risco. Isso é estimado em uma escala de 1 a 4.
CONFIANÇA DE PROGNÓSTICO - A precisão prevista do prognóstico também é classificada de 1 a 5. Esta classificação é projetada para identificar modos de falhas com: I) Sintomas detectáveis, II) Sintomas que não são sensíveis a mudanças na degradação, III) Taxas de falha desconhecidas ou IV) Sintomas que não são distinguíveis de outros sintomas de modo de falha.
CONFIANÇA DE DIAGNOSE - A precisão prevista do diagnóstico também é classificada de 1 a 5. Esta classificação é projetada para identificar falhas modos com: I) Sintomas detectáveis, mas não repetíveis; II) Sintomas desconhecidos, ou III) Sintomas que não são distinguíveis de outros sintomas de modo de falha.
NPM (NÚMERO DE PRIORIDADE DE MONITORAMENTO):
Este é o produto da multiplicação das quatro classificações anteriores e resulta em uma classificação geral de cada modo de falha (similar ao RPN do FMEA).
Um valor alto de MPN indica que a técnica indicada é a mais adequada para a detecção, diagnóstico e prognóstico do modo de falha associado. Já um valor baixo de MPN significa que a técnica é inadequada para a aplicação atual ou desejada.
Importante sempre priorizar a utilização de técnicas preditivas adequadas a planta industrial com base em critérios confiáveis e robustos, para a implementação e posterior amadurecimento dos processos com credibilidade e confiabilidade nas decisões e resultados esperados.
Lembre-se:
"OS SINTOMAS DE FALHAS COMUNICAM-SE COM AS TÉCNICAS MAIS ASSERTIVAS DE MONITORAMENTO CONECTADAS AOS MODOS DE FALHA"
Saúde, sucesso e um grande abraço!
COO na @Pilari9 | Sistema para Facilites | Sistema para Manutenção | Sistema para Processos | Sistema para Atendimentos | Sistema para Help desk
4 mLeonardo, ótima observação. Parabéns!