Sempre dá para piorar — e isso é bom

Sempre dá para piorar — e isso é bom

Esse ano de 2016 me ensinou muitas coisas, mas uma em particular marcou mais, pois foi na prática: sempre dá para piorar. E isso é bom.

Por exemplo:

Você é internado, e recebe um diagnóstico de uma doença complicada, mas tratável e curável. Porém, dá para piorar.

Um ano depois você é informado que, na verdade, o diagnóstico estava errado. O que você tem é incurável, mas ainda controlável. Mas não se esqueça, dá para piorar.

Seu tratamento parece estar dando resultado, mas uma noite, sem prévio aviso, você acorda com uma dor excruciante, e descobre no hospital que precisa de uma operação de emergência. E que, se você não recebesse tratamento adequado a tempo, correria risco de figurar no obituário do dia seguinte.

Informo que, até o momento, não piorou mais além disso.

Com o conceito em mente, afirmo que isso tudo é bom por pura lógica. Se em algum momento futuro pode piorar, significa que agora está melhor que depois. Seja lá como esteja o momento atual. Não posso nunca dizer com certeza que estou no fundo do poço. A gente nunca vai saber, no momento atual, se esse poço é mais fundo ou não. Nosso presente só pode ser avaliado com certa distância.

Não quero dizer também que o caminho é ladeira abaixo. Pelo contrário. A ideia aqui é lembrar que o foco é manter a cabeça erguida, pois a caminhada ao topo é longa. Esse é o objetivo. Logo, ficar parado, lamentando estar no fundo do poço, além de não ajudar a resolver nada, é uma ideia totalmente enganosa.

Portanto, se você acha que está ruim, experimente pensar como seria se estivesse pior. Pense em algo que estragaria ainda mais a situação atual. Pois a possibilidade existe. Automaticamente você está em uma melhor situação. A partir daí,olhar para cima (ou para frente), e continuar o caminho é o que se deve fazer. Como diria a famosa filósofa Dory, continue a nadar.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de André Amorim

  • Aquele texto sobre responsabilidade

    Aquele texto sobre responsabilidade

    Ou: Como Kleber Bambam e Felipe Franco resignificaram para mim o termo responsabilidade. Há um certo tempo tenho…

    1 comentário
  • Como a lentilha e as 7 ondas estão acabando com seu ano novo

    Como a lentilha e as 7 ondas estão acabando com seu ano novo

    Todo fim de ano é a mesma coisa: reportagens, posts de blogs e afins mostrando pessoas e suas superstições. Você já…

    2 comentários
  • Liderança para iniciantes

    Liderança para iniciantes

    Direto ao ponto: Você deve fazer o que acha certo, mesmo que não haja mais ninguém o fazendo. O cara do vídeo acima…

  • O mal que a TV faz

    O mal que a TV faz

    Frequentemente ouvimos que a TV deseduca, presta desserviço, e que a qualidade dos programas vai de mal a pior. Mas eu…

  • Terminou os estudos? Desculpe, acho que não

    Terminou os estudos? Desculpe, acho que não

    Meu jovem, se você acha que “terminou os estudos”, vou te contar um segredo: a real é que você vai precisar estudar a…

  • Propósito: e se eu não tiver um?

    Propósito: e se eu não tiver um?

    Parece que ter um propósito é o santo graal da vida corporativa: se você tem um, você é feliz no trabalho. Mas a…

  • Como transformar ideias em objetivos

    Como transformar ideias em objetivos

    Se você não sabe para onde vai, então tanto faz o caminho - Coelho, Alice no país das Maravilhas Tem muito conselho…

  • 14 dicas para dar sentido à sua vida

    14 dicas para dar sentido à sua vida

    Eu conheço um pouco o sentimento: o mundo parece pesado demais. As cobranças (suas e das pessoas ao redor) são muito…

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos