Será que ainda continuamos míopes ?

Será que ainda continuamos míopes ?

Theodore Levvit, em 1960, com seu conceituado e premiadíssimo artigo miopia em marketing, já conseguia perceber que qualquer indústria dita como de rápido crescimento poderia ruir se seus esforços não estivessem voltados para o entendimento do comportamento do consumidor, de quais são suas reais necessidades e desejos e de que maneira atendê-los. Observem, estou escrevendo sobre um artigo de 55 anos, e então eu me pergunto: será que realmente as empresas estão pensando em seus consumidores ou ainda continuam observando apenas seus produtos ? Novos empreendedores conseguem perceber nitidamente que o mais importante é o relacionamento com seu cliente, criar uma experiência de consumo que transcenda a negociação em si e assim conseguir se perpetuar em um negócio, ou ainda pensam apenas no produto que oferecem e na maravilhosa oportunidade de negócio (momentâneo) que este pode oferecer ? Bem, minha intenção aqui é instigar o pensamento e a visão de cada um que por aqui passar a fim de, quem sabe, iniciarmos um debate e observarmos as diferentes opiniões sobre este assunto. Para ilustrar o que acabei de escrever vou utilizar exemplos que percebo no mercado de Belo Horizonte.

Exemplo 1 - Temakerias: Me mudei para Belo Horizonte em 2008, naquele ano estava acontecendo por aqui um boom de tamakerias (aqueles cones de comida japonesa, feitos com alga enrolada em arroz e peixe cru ou outros recheios diversos). Lembro-me claramente da abertura de ao menos uma dúzia destes restaurantes em diversos pontos da cidade em um curto espaço de tempo. Se você for daqui também vai lembrar, se não for tenho certeza que talvez na sua cidade haja um exemplo parecido. Passados pouco mais de dois anos eles praticamente sumiram, desapareceram e então eu me pergunto: o que aconteceu? Posso afirmar que um sobrevivente vai muito bem, obrigado, e como cliente e consumidor tenho convicção em afirmar que o diferencial dele está no atendimento prestado.

Exemplo 2 - Este serve para todo o Brasil, pois houve um boom de " iogurterias " por todos os lados faz alguns anos. Vida saudável, foco na saúde, prática de exercícios físicos e uma alimentação melhor. Uma novidade convidativa e um novo mercado a ser explorado. Muitas surgiram e poucas, muito poucas ficaram. Por que será ? 

Exemplo 3 - Aqui falo de uma novidade que tomou conta das avenidas dos grandes centros e "kiosques" de shoppings no último ano. As paletas mexicanas.
Vamos pensar um pouco a respeito (pois ainda parecem estar no auge) e tentar descobrir qual será o desfecho ?

Vejam bem, estes são apenas três exemplos. Provavelmente existam muitos outros, mas foi os que me ocorreram neste momento. Não julgo certo, nem errado, apenas expresso aqui minha observação e gostaria de contar com a de você para enriquecermos este assunto. Somos todos clientes/consumidores, mas também podemos estar a qualquer momento do outro lado, como empreendedores e empresários. Vale a reflexão. 
 

Movimenta Consultoria em Saúde

Consultoria em qualidade de vida no trabalho!

9 a

A reflexão é ótima. e uma analise de uma artigo de 55 anos nos leva a refletir: será que o comportamento humano mudou para o consumo? Ou somente as estratégias de marketing permaneceram as mesmas? A ideia do imediatismo prevalece sobre o desejo de consumo? O que vendemos é apenas momentâneo para suprir a necessidade de algo? Enfim, será que são relevantes essas questões na hora de abrir um empreendimento?

Gutenberg Almeida

Profissional com habilidades em Marketing, Vendas, Tecnologia e Educação #opoderdasconexões

9 a

Boas reflexões. Acredito que a vontade de lucrar de forma rápida provoca a miopia muito bem ilustrada por você. Outro ponto importante é que a pressa para abrir um "negócio da moda" coloca o planejamento e o estudo do comportamento do consumidor em segundo plano.

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