SERÁ QUE A TECNOLOGIA VAI DESTRUIR SEU TRABALHO?

Por Rafael Lucchesi Gomes*

A busca do conhecimento e da capacidade de se manter atualizado, quiçá, à frente do mercado, é um desafio e esforço cada dia mais importante na vida profissional e dos negócios. Buscar o pão nosso com o suor do rosto, entendendo que vida é trabalho, além dos outros equilíbrios com saúde, convívio familiar sadio, alimentação adequada, sono de qualidade, amigos... não é fácil!

Desde muito sou provocado com a máxima: “A tecnologia vai destruir milhões de empregos, e você será uma vítima!” E aconteceu! Muitas profissões deixaram de existir... só que diversas outras surgiram.

Sim! Nunca houve tanta gente trabalhando e ocupada no mercado de trabalho. A população economicamente ativa nunca foi tão grande, e as taxas de desemprego não explodiram. Quantas mulheres nele se inseriram? Muitos desses trabalhos são sem carteira assinada e mais precários, é verdade, mas tem gente empreendendo e conseguindo ser até mais feliz na sua busca diária pelo pão, resolvendo problemas uns dos outros, numa cooperação interessante que só a liberdade empreendedora consegue oferecer.

Uma vez, foram as máquinas; depois, os computadores; mais recentemente, a internet e automatização; agora, a Inteligência Artificial, esse monstro desconhecido que juram: “Vai destruir e colocar bilhões na insignificância para o mercado de trabalho.” Será mesmo?

Primeiro: não é a tecnologia que tira seu mercado, mas outras pessoas que se atualizam e a utilizam antes ou melhor que você. Segundo, que outras necessidades por traz da tecnologia sempre existiram, ou apareceram, fruto dessa fantástica capacidade criativa e adaptativa da humanidade. E, terceiro, que é tema chave desse artigo, precisamos descobrir onde está o nosso diferencial, nossa essência e propósito, que ficam escondidos por traz de toda essa tecnologia.

ONDE ESTÁ A SUA OPORTUNIDADE?

Pense comigo: sempre haverá pessoas com mais dificuldades nessa transição, que precisarão ser ajudadas, ou que demorarão mais para assimilar todas as novidades. Aí já residem muitas oportunidades. Ainda, há uma constante necessidade de emoções, criatividade, relacionamentos e contatos físicos, atenção, cuidado e carinho que são e sempre serão valorizados (imagino, antes que sejamos todos robotizados, hipótese remota no meu entender). O propósito de Deus com a humanidade é sermos bons uns com os outros, o que leva à cooperação e divindade, não à desumanização.

A função do empreendedor é resolver problemas das pessoas, cobrando preços justos conforme o valor percebido da sua solução.

Sempre haverá problemas para serem resolvidos. Sempre!! Muitas vezes a solução é simples; porém, o simples e o básico que funcionam não são entregues.

Do agradável e conveniente vendedor de produtos na praia e sinaleiras, da confeiteira de pães e roscas com valor afetivo da vovó, produção de alimentos naturais ou em larga escala, prestação de serviços com atenção às pessoas e negócios com as ferramentas e tecnologias do momento, produção de produtos com impressoras 3D para o dia a dia, criações industriais, tecnologia da informação, soluções filosóficas para dilemas da indústria e políticas públicas, medicina e saúde integrativa, psicologia, terapias, engenharias... Enfim, tudo isso gerará novas profissões e oportunidades que poderão ser aproveitadas.

MERITOCRACIA: REALIDADE INQUESTIONÁVEL!

E aqui não adiantam os discursos vitimistas, nem MIMIMI! Cada um tem seus desafios particulares, se sempre haverá pessoas com maiores facilidades que outras. Chorar não é a solução, mas agir dentro do que lhe cabe.

Uma coisa sempre faz a diferença: a capacidade de aprender rapidamente e atenção às tendências. É essencial perceber o cheiro de mofo no que oferecemos ao mundo, buscar ativamente novos conhecimentos, transformá-los e oferecê-los como solução.

A grande maioria das pessoas não têm essa proatividade, e o mundo sempre será um espaço para quem faz mais, melhor e da forma mais inteligente. Apesar da guerra contra a meritocracia, sempre há alunos e profissionais que se dedicam mais que a maioria, destacando-se pelo mérito. São essas as pessoas desejadas pelos empreendedores, pelo mercado e... por você, quando precisa ter um problema resolvido.

Cada dia mais, será preciso aprender a aprender, e a transformar esse conhecimento em solução de valor para as pessoas. Comece pelo básico e tenha atitude proativa. Empreenda!

Daria para escrever livros só com casos específicos que conheço, mas deixo para sua reflexão:

Consegue perceber onde está a essência da sua competitividade? Como sintonizá-la com as perspectivas de futuro? Onde e como se atualizar? Tenha uma busca ativa nessa direção, e não acorde apenas para passar o dia e dormir depois.

Eu gastei muita energia com isso, e acho que já sei qual é a minha. Deu trabalho; mas, é parte da vida.

Ah! Não será o governo quem resolverá o seu problema. Não entre nessa! Ele poderá até ser parceiro em alguns momentos, se não te atrapalhar. Observe quem está vencendo e tome as rédeas da sua vida desde já.

Boas reflexões e boa semana!

Rafael Lucchesi Gomes é Sócio-Diretor da LUCCHESI Inteligência em Negócios: Graduado em Administração pela UFMG, tem especialização em Consultoria para Pequenos Negócios pela FIA/USP; em Agentes de Desenvolvimento em Cooperativas, pelo UNICENTRO Newton Paiva/MG; Ferramentas de Coaching em Inovação e Empreendedorismo, pela BABSON COLLEGE/EUA; Modelagem de Negócios Inovadores - Método SPRINT, pela COVENTRY UNIVERSITY/UK; e OKR e KANBAN pela MindMaster. Palestrante e consultor associado ao Sistema SEBRAE, FIEMG e OCEMG, é consultor organizacional com experiência em negócios e em estratégias de desenvolvimento setorial/territorial