Ser ESG é ser a mudança que queremos para o mundo
Desde que comecei a me aprofundar sobre sustentabilidade, me convenci que essa, sem dúvida alguma, seria a nova fronteira de sucesso das empresas. Desta maneira, como uma analista de investimentos há 25 anos, está claro que esse eixo é fundamental de ser analisado em qualquer análise financeira que envolva o futuro de uma empresa.
Tenho acompanhado de perto várias discussões sobre a incorporação dos aspectos ESG, tanto em políticas de investimentos quanto em avaliações econômico-financeiras de empresas. Os viéses e pontos de análise são muitos: dimensões, classificação de materialidade por setor, emissão de carbono, manejo de resíduos, desmatamento, biodiversidade, consumo de água e energia, diversidade e inclusão, relações com as partes interessadas (clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade), adesão aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), entre outros.
Para quem acompanha o assunto sabe que todos esses aspectos já estão sendo amplamente discutidos e são super relevantes para o mundo que queremos, mas ainda falta uma peça chave que não pode ser ignorada por aqueles que realmente estiverem preocupados com o crescimento sustentável de uma empresa. Uma peça central, que não somente pode signifcar a diferença entre ser ESG e não fazer ou estar ESG, mas sim entre a sobrevivência e a morte de uma empresa. Essa peça está nas Pessoas.
Pessoas não podem ser vistas como recursos (humanos), mas sim fontes de saber, energia, criatividade, resiliência e relacionamentos. Neste sentido, o livro de Bob Chapman e Raj Sisoda “Todos São Importantes” é encantador por exemplificar uma abordagem inovadora de se fazer negócios (e ser mais rentável). Na Barry-Wehmiller (aonde Bob Chapman é CEO), o sucesso é definido e medido através da maneira que a empresa toca a vida dos colaboradores, sendo prioridade o florescimento do potencial de cada um que trabalha na empresa.
O foco está na construção de valor, ao invés de extração de valor. A abordagem é mais humanizada e holística. Para tal, o clima organizacional tem que ser de liberdade, de segurança psicológica para que os colaboradores se sintam confiantes para se mostrarem vulneráveis, errarem, corrigirem, ousarem a inovar e colaborarem.
Defendo que avaliar a incorporação de aspectos ESG em uma empresa leve em consideração analisar a sua liderança e a sua cultura, de uma forma “fora da caixa”. Na minha opinião, essa dimensão é uma das mais relevantes de ser analisada, pois todas as demais serão consequências.
As questões a serem questionadas sobre a liderança não são somente de cunho profissional, como formação, experiência e desempenho. A pessoa no trabalho também tem uma vida pessoal e o seu potencial máximo somente será alcançado se não houver uma divisão entre estas duas personas. Assim, as perguntas devem ser pessoais. O que você tem feito para ser uma pessoa melhor? O que está fazendo para “cuidar” das pessoas sob a sua responsabilidade na empresa? O que está fazendo para estimular os potenciais humanos de seus colaboradores? Somente líderes genuinamente conscientes criarão empresas responsáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança (ESG).
Pode parecer uma abordagem estranha já que muitos de nós (eu inclusive) aprendemos desde cedo que não deveríamos trazer assuntos pessoais para os ambientes corporativos ou evidenciar nossas emoções no trabalho. Também aprendemos que nos mostrarmos vulneráveis seria sinal de fraqueza e a nossa competência poderia ser questionada por tal.
O mundo está mudando. As competências mais valorizadas dos líderes de sucesso serão justamente aquelas mais humanizadas e que estejam relacionadas aos seus próprios processos de autoconhecimento. Parafraseando Gandhi, os líderes de sucesso de amanhã serão aqueles que serão a mudança que querem para o mundo, pois transmutarão as suas empresas em agentes de transformação.
A reflexão que fica é como mensuramos objetivamente esse eixo de pessoas e cultura, com uma abordagem mais profunda e genuína... Ter a consciência da importância central do mesmo é o primeiro passo.
Gerente de Operações da empresa BRK Ambiental
3 aExcelente texto!!!
Consultor em Gestão Empresarial, foco em empresas familiares, buscando melhores resultados
3 aGostei muito da publicação, muitos projetos não atingem seus objetivos, por não envolverem as pessoas, desde o inicio. ESG passa por mudança de cultura, principalmente.
Gerente Engenharia senior Energia portosInfraedtrutura metro ferrovia. Gestao projetos contratos obras Gerenciamento Fiscalizacao aeroportos saneamento sênior Energia portos Saneamento Serveng
4 aBoanoite Daniela,tudo bem.Sou Eng.Sr. atuando na Gestao.Gerenciamento,Fiscalizacao,Execucao,Adm. de projetos e Obras de Saneamento basicoSustentabilidade,prreservacao do meio ambiente,Saneamento ambiental c coleta de residuos domiciliares,comerciais,hospitalares,eletronicos.Estou em busca de recolocacao no segmento da Engenharia,
Gerente Engenharia senior Energia portosInfraedtrutura metro ferrovia. Gestao projetos contratos obras Gerenciamento Fiscalizacao aeroportos saneamento sênior Energia portos Saneamento Serveng
4 aTodos em busca da universalizacao dos dervicos de Saneamento e consequentemente maior Sustentabilidade e enormes benfeitorias p o meio ambiente
Daniela, gostei muito do seu texto!!! Parabéns. Vindo de alguém que atua num segmento cujo pilar é a geração de caixa (não digo que não seja de extrema importância), sua visão e “conversão” são animadores. O meu esforço (pesquisa) tem sido no sentido de confirmar, empiricamente, que ser ESG está totalmente alinhado com FCF e valor. Ainda há muito trabalho a ser feito nos dados, medições e na metodologia. Por hora, tenho a certeza de que se o resultado de algum trabalho não confirma este alinhamento, há grande chance de o problema estar no trabalho, porque ser ESG certamente está alinhado com FCF e valor.