Ser especial X Ser feliz: o que significa o vício em ter sucesso e alternativas pra sair dessa
[SER ESPECIAL X SER FELIZ: O QUE SIGNIFICA O VÍCIO EM TER SUCESSO E ALTERNATIVAS PRA SAIR DESSA]
| por time de pesquisa da EDU VLLD
Você prefere ter sucesso ou ser feliz?
Não se sinta estranha/o caso a resposta seja "prefiro ter sucesso": muita gente também sente isso. E mais ainda: pode ser que, pra você, o sucesso seja fundamental para ser feliz!
Acontece que especialistas, incluindo Arthur Brooks, pesquisador sobre felicidade e professor de Harvard, apontam que sucesso não traz felicidade e pode ser considerado um vício muito similar ao alcoolismo, por exemplo.
Em livro lançado este ano o professor explica que o sucesso é como o mito de Sísifo: o objetivo final nunca será plenamente alcançado, porque as pessoas nunca se sentem bem-sucedidas o suficiente. Por isso, o sucesso é como um vício: a “brisa” dele dura alguns dias, depois se esvai e a pessoa segue em busca de outra conquista, outra “brisa’.
Faz sentido?
Na psicologia, esse fenômeno é chamado de ciclo vicioso hedonístico; a satisfação desaparece quase imediatamente e devemos correr para a próxima recompensa para evitar a sensação de ficar pra trás. Inclusive, estudos mostram que, quase invariavelmente, pessoas bem-sucedidas têm inveja de outras pessoas que consideram mais bem-sucedidas.
Se identificou? Não se preocupe. Estamos juntes nessa.
Na obra, Brooks sugere três atitudes para exercitar nossa mente viciada em sucesso, não importa se você está no auge de sua carreira, tentando avançar ou olhando para o sucesso no espelho retrovisor.
Recomendados pelo LinkedIn
1. Admita: você NÃO VAI encontrar a real felicidade vivendo o ciclo vicioso hedonístico na sua carreira
Você pode, sim, amar sua carreira e encontrar grandes momentos de felicidade no trabalho. Mas a real felicidade, por mais clichê que pareça, você vai encontrar no cotidiano: desfrutar de uma caminhada ou uma conversa com um ente querido, em vez de trabalhar uma hora extra, por exemplo. Isso é extremamente difícil pra muitas pessoas. Parece quase uma admissão de derrota pra quem passou a vida curtindo o trabalho duro e a sensação de superação profissional. A comparação é uma das principais formas de as pessoas medirem o sucesso, mas as pesquisas sobre o tema são claras e afirmam: isso nos tira a satisfação de viver.
2. Trabalhe nas relações que você comprometeu em busca do sucesso
Essa tarefa é complicada: não adianta pedir desculpas por ter perdido aquela festa de aniversário ou alguma data especial pelo fato de você ter ficado em reuniões que nem lembra mais. O que você pode fazer, a partir de hoje, é estar mais presente. Apareça. Faça. Nos relacionamentos, as ações falam mais alto que as palavras.
3. Encontre outras formas de medir sucesso na sua vida
Se as suas métricas de sucesso são apenas o dinheiro, poder e prestígio social, você vai passar sua vida correndo na rodinha de rato – o ciclo vicioso hedonístico – e se comparando com os outros. Sempre vai ter alguém mais bem sucedido/a que você. O professor Brooks sugere incluir outras métricas na sua régua de sucesso, cada um pode escolher a sua, mas entre elas podem estar família, amizade, saúde, por exemplo. Brooks, inclusive, sugere que o trabalho faça parte dessa métrica – não o tipo de trabalho que dá um senso de realização externo, que os outros vejam. Em vez disso, um trabalho que seja capaz de dar uma sensação de propósito pessoal, relacionado com aquilo que você acredita.
O sucesso, em si, não é uma coisa ruim, assim como vinho não é uma coisa ruim – lembra do vício? Tanto o sucesso quanto o vinho podem trazer momentos de prazer e satisfação. Mas ambos se tornam tirânicos quando são substitutos — em vez de complementos — dos relacionamentos e do amor que deveriam estar no centro das nossas vidas.
Bateu aí? Aqui bateu também.