Ser mulher...
Eu sou a Cris, sou educadora e analista de sistemas, mas resolvi “desabafar” com o editor de textos e escolhi alguns temas o qual a mulher é o tema central, afinal de contas sou rodeada de mulheres incríveis e muito orgulhosa de ser uma delas. Vamos lá?
Você já assistiu a algum filme, novela ou série nem tão antiga e se deparou pensando no fato de que a condição social da mulher mudou muito? Muitas vezes me pego contando "histórias" para meus filhos, que começam mais ou menos no “quando eu era mocinha...” ou histórias que ouvi da minha mãe, avó, tias e então me deparo com suas carinhas cheias de “nossa!!”. Claro que eles sabem que muita coisa mudou, inclusive após a chamada “Revolução Feminista” de 1960, mas ouvir narrativas de quem vivenciou alguns pontos, como eu, minha mãe, tias e da vó é muito diferente.
Há muitos anos atrás era impossível imaginar que a mulher teria direitos que atualmente soam muito comuns, como trabalhar fora, estudar, empreender, votar, entre tantos outros. De lá para cá muita coisa mudou, inclusive o grau de exigência em relação à mulher tornou-se maior ainda. Se antigamente a “mulher perfeita” era a que fazia seu papel de cuidar da casa e da família, atualmente se faz fundamental ter destaque profissional, o que é uma vitória para nós, o que não contávamos é ainda sermos cobradas de todas as funções anteriores e sem deixar de achar tempo para cuidar de si mesma sob regras de padrões de beleza sempre inatingíveis.
Podemos afirmar que a figura da mulher, que um dia já foi considerada como elemento secundário, passou a ser extremamente relevante na sociedade como um todo. A mulher exerce um papel de protagonista, mesmo ainda sofrendo com o que foi deixado por heranças históricas do sistema social.
“Desistir” é uma palavra que não está no dicionário feminino, falo isso com propriedade e com um sentimento de gratidão pelas gerações anteriores e pelas mulheres que lutam pelas outras. Graças a tantas lutas promovidas, cada vez estamos conseguindo aumentar nosso espaço na sociedade e dizendo em alto e bom som que nosso lugar de mulher é onde ela quiser, e pode ser no lar, porque não? Conheço mulheres que sonharam em ser excelentes donas de casas e por escolha estão sendo, mas se quisermos podemos ir para Marte, o céu é o limite.
Mas ainda existe desigualdade entre gênero e infelizmente quem aqui não teria pelo menos uma mulher para citar que esteja vivendo isso? Mulheres ocupando funções domésticas e no mercado de trabalho, muitas vezes com sobrecarga, aptas a ocupar cargos de nível superior em empresas e com salários ainda proporcionalmente menores do que os homens na sociedade atual. Gostaria de pensar que ninguém aqui conhece uma mulher nessa situação, que só tenha visto em documentários, séries ou filmes.
Se não bastasse isso, um dos maiores problemas vividos pelas mulheres é a questão da violência. Mesmo com Leis específicas como a “Lei Maria da Penha” e as inúmeras delegacias da mulher que foram criadas, ainda são inacreditáveis os altos índices de agressões, estupro, assédio, assassinatos, entre outros. Sem contar o monitoramento social constante sobre as atitudes e o corpo da mulher, repleto de “regras” e moralismo que privam direitos e a própria liberdade individual. Sabemos que os desafios são grandes para se ter uma sociedade mais igualitária, mas é uma missão a ser concluída por toda a sociedade.
Falando um pouco de carreira, mais de TI especificamente, que é a área que muitos ainda consideram “masculina”, mulheres que atuam em empresas de tecnologia se deparam com questões sexistas enquanto avançam profissionalmente. As mulheres ganham 30% menos do que homens na área de TI, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. O que muitas pessoas e empresas ainda não se deram conta, é que a força de trabalho feminina em TI gera renda, inclusão e novos olhares sobre os produtos, pois as mulheres se apropriaram da tecnologia como produtoras e não apenas consumidoras.
Muitas empresas têm apoiado a diversidade na tecnologia porque perceberam que são parte importante da solução e que o cenário não vai mudar se elas não fizerem a sua parte. Esses dias li um artigo da SAP, onde diz que um estudo da Sociedade Brasileira de Computação trouxe dados alarmantes: apenas 15% dos alunos matriculados em cursos de Ciência da Computação são mulheres. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) apontam que oito em cada dez alunas dos cursos relacionados à Tecnologia da Informação desistem no primeiro ano.
Esses dados poderiam ser apenas parte de uma estatística, mas a SAP, comprometida com a igualdade de gênero e sempre preocupada em promover iniciativas para garantir uma cultura de diversidade e inclusão, foi a primeira companhia do Brasil com o nível Move, reconhecida por implementar políticas de inclusão. E essa conquista se deu graças a concretização de um dos objetivos da empresa: alcançar a meta de 25% de mulheres em posições de gerência. O compromisso foi estabelecido em 2017 e foi cumprido com seis meses de antecedência. A meta da SAP é aumentar esse número 1% a cada ano até 2022, alcançando um total de 30%. Incrível não é?
Que cada mulher continue sonhando e realizando. Que cada conquista seja comemorada. Que a cada dia, não só em março, a existência da mulher seja devidamente celebrada e reconhecida. Juntas somos mais fortes! :)
Dando continuidade a esses posts do mês da mulher, amanhã farei um post falando sobre a “Taxa Rosa”. Você já ouviu falar? Vamos aprender juntas?