Ser uma profissional que está atenta ao cuidado
Minha trajetória profissional completa 20 anos em 2024. Escolhi ser bióloga aos meus 17 anos e logo no primeiro ano de universidade percebi que o bicho que eu queria cuidar era o da espécie humana mesmo.
Primeiramente, seguindo atenta ao que essa espécie humana precisava saber para conseguir cuidar mais desse planeta casa. Logo de começo fui parar em uma das maiores favelas de palafitas da América Latina, situada em Santos (SP). Quis levar a educação ambiental focada em manguezais num projeto autoral em parceria com a Instituição Arte no Dique. Lá, percebi que era importante falar do lixo, mas o mais importante era ampliar o repertório sobre amor, cuidado e afeto com crianças que moravam em condições desafiadoras.
Depois desse período, percorri outros caminhos que me levaram para escolas e ao encontro da Permacultura. Ah, esse foi o momento que eu mais consegui levar o amor, cuidado e afeto para o mundo. Lidava com as infâncias, lidava com a terra. Apresentava saberes e sabores de uma horta , acompanhava o nascimento de borboletas, o crescimento de uma abóbora. Foram 9 anos nesta jornada de amor à Terra e às pessoas.
Depois desse período, fui para o sul da Bahia, comecei a lidar mais com adultos e percebi que a espécie humana estava bem doente. A fuga das pessoas para ambientes repletos de belezas naturais fazia bem pra elas, mas ainda faltava um cuidado, um olhar profundo, uma conversa significativa. Vivi 6 anos em um espaço onde as pessoas buscavam cura e vi muita transformação acontecendo. Só que eu também vi muito descuido com as histórias do território. A terra onde pisávamos não era reverenciada, as histórias daquela terra não eram contadas. Eu voltei a contar. Eu voltei as atenções para as histórias daquele lugar.
O cuidar já era outro, era necessário cuidar das relações, cuidar das histórias do povo indígena e preto daquele lugar.
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Sigo cuidando. Desde 2018 percorro diferentes territórios na busca de transformações conectadas com o potencial, pertencimento e protagonismo local junto ao Instituto Elos. Esse cuidado já foi para o Rio Doce, para Amazônia, para uma rede global de lideranças, para um grupo nacional de professores e educadores, para favela de Recife, para o Mato Grosso.
As pessoas precisam de cuidado, precisam ser vistas, valorizadas.
Estou aqui para isso. Contar histórias, cuidar do outro.
Esse cuidado é ancestral, aprendi com minha mãe.
Sustentabilidade Socioecológica I Impacto Social & ESG I Economia de Impacto I Gestão Ágil de Projetos
9 mAline, trabalhar com você é um presente! É aprender as entrelinhas importantes das metodologias e ferramentas, perceber o sutil que se transforma em impactos significativos e reconhecer sempre que a mudança que queremos no mundo só acontece com a transformação de pessoas. Você é gigante 😍