Ser vulnerável é modismo?

Ser vulnerável é modismo?

Começo a falar de vulnerabilidade e uma pergunta se repete: “Por que devo ser vulnerável com minha equipe? Não serei julgado e visto como fraco? Não irei transmitir insegurança?”

Antes de responder, é importante alinhar o que é vulnerabilidade. De acordo com a Brene Brown, vulnerabilidade é aquilo que experimentamos em momentos de incerteza, risco e exposição. Entramos em um estado de ansiedade e medo.

Ser vulnerável com sua equipe significa: ser verdadeiro, honesto e revelar o que sente e pensa mesmo sem ter o controle do que isso pode gerar. Ou seja, mostrar quem você é.

E, até hoje, não vi contraindicações de você mostrar quem é e o que sente para sua equipe.

Mas, aqui tem dois detalhes importantes e que vejo poucas pessoas falando:

1.      Ao demonstrar sua vulnerabilidade, você está falando de si e não do que o outro fez e te gerou tal sentimento. Falar do outro pode gerar insegurança e incomodo na sua equipe. Falar de si e seus sentimentos gera identificação e conexão, pois todos nós somos seres humanos e temos sentimentos. Quando fala de sentimentos, o humano ganha o foco e o cargo entra em segundo plano.

2.      Se a sua “vulnerabilidade” não nascer de uma necessidade genuína de compartilhar e aprender, mas se é uma estratégia com intenção de gerar um resultado específico ou para justificar algo, é provável que gere desconexão e raiva.

Logo a vulnerabilidade é, inicialmente, uma conexão consigo e percepção profunda sobre você mesmo. E a partir desta conexão consigo, se revelar para o outro e abrir espaço para a relação e construção coletiva. É convidar o outro a também ser vulnerável, conectar e confiar em você. É um encontro de sentimentos.

Mas se mostrar vulnerável é difícil. Eu sei disso. Por isso, para ser vulnerável você também precisa se conectar com o seu poder interno e amor.

Conectar com o poder interno para sustentar o desconforto inicial e ter coragem de se expor, sem ter o controle do resultado. Conectar com o amor para se expor sem rótulos, intenções e cargos, e se conectar com o que surgir.

Agora, o que faz o grupo te enxergar como fraco e inseguro é justamente o oposto da vulnerabilidade.

O grupo irá te julgar quando percebe que você evita falar o que sente e pensa por medo de não ser aceito e do julgamento do outro. Quando foge de conversas difíceis e necessárias para evitar desagradar. Quando não assume a sua responsabilidade como gestor(a).

Quando se coloca como um membro “fora” do grupo e não permite gerar conexão e relacionar-se. Quando você não se mostra e compartilha o que sente e pensa, você permite que o grupo crie qualquer imagem sobre você e boicota qualquer possibilidade de criarem juntos algo realmente novo.

Então, gestor(a), ser genuinamente vulnerável é um convite para você e a sua equipe entrarem no mesmo barco e estabelecerem uma relação de confiança, no qual cada um possa expressar o que sente e pensa.

Lembre-se, o visível orienta. O invisível move!

Francisco Correa

Administrador | ME - Ministerio da Economia

2 a

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