Sete tendências em inovação e sustentabilidade
Forças poderosas estão influenciando a inovação na área de sustentabilidade. Apenas na Europa, o ecossistema de startup com foco em sustentabilidade vale mais de $100 bilhões de dólares, tendo dobrado em apenas dois anos de acordo com a Dealroom. Larry Fink, CEO da BlackRock, o maior fundo de investimento global, prevê que os próximos unicórnios serão majoritariamente do setor.
Com base no trabalho do Bain Innovation Exchange, que conecta centenas de startups focadas neste tema, e em conversas contínuas com investidores, conseguimos identificar sete inovações que estão prestes a impactar a sustentabilidade nos segmentos de construção civil, automotivo, varejo, bancos, energia, saúde e consumo.
Impressão 3D na construção civil. O setor de construção contribui com 37% das emissões de CO2 relacionadas à energia segundo dados da International Energy Agency. Os mais recentes avanços na impressão 3D, incluindo a possibilidade de utilização de novos materiais como cimento e metais, permitem reduzir uso de recursos naturais e o desperdício no setor, aumentando a eficiência. A impressão 3D é uma solução para obter uma produção mais rápida e precisa de itens complexos ou sob medida. Hoje, por exemplo, empresas como a Alquist já utilizam impressão 3D para construção de residências sustentáveis na Europa e nos Estados Unidos, com economia de 15% em custos em comparação com uma construção em madeira.
Inteligência artificial no varejo. No varejo, o gerenciamento das emissões de escopo 3, que representa 95% das emissões do setor, é particularmente complexo, pois envolve um sistema que está além do controle direto do varejista. Plataformas de gerenciamento de emissões de carbono, como a desenvolvida pela Sweep, podem monitorar, prever e reduzir as emissões de escopo 3 ao longo de toda a cadeia de valor e já são realidade e têm ajudado a mitigar a pegada de carbono dos varejistas.
Bancos orientados ao impacto ambiental. Embora as emissões de escopo 1 e 2 sejam relativamente baixas para os bancos, as de escopo 3, proveniente de suas carteiras de empréstimos e ofertas de produtos, influenciam muito a forma como as empresas e os consumidores agem, investem e abordam sua pegada ambiental. Startups como a Aspiration tem suportado bancos estabelecidos nessa jornada, oferecendo cartões de débito e crédito que automaticamente compensam as emissões de carbono das compras. Já clientes corporativos podem acessar uma plataforma de monitoramento da pegada de carbono e ter a sua disposição projetos que compensam a emissão de carbono.
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Energia além da pegada de carbono. As principais empresas de energia têm se reinventado para reduzir o volume de emissões, uma vez que o setor representa 70% das emissões de gases de efeito estufa produzidas pelo homem. A abordagem para o segmento inclui a criação de fundos de venture capital para acessar novas tecnologias de energia. Segundo o PitchBook, mais de $40 Bilhões de dólares foram investidos em empresas de tecnologia focada em clima entre Janeiro de 2020 e Agosto de 2021, o que representa um aumento de 40% em comparação aos 2 anos anteriores.
Circularidade na saúde. Hoje, 75% do plástico já produzido se tornou lixo, e essa produção tem uma pegada de carbono significativa. Como uma parcela significativa dos resíduos plásticos do mundo vem da área da saúde, o desafio é reduzir o desperdício sem deixar de salvar vidas. Assim, uma mudança sistêmica em direção a uma economia circular pode incluir dispositivos médicos projetados para reutilização pelo tempo que for viável. Outra solução é o uso de materiais biodegradáveis, produzidos com algas e plantas que se degradam em semanas, para itens que não podem ser reutilizados. Recentemente, por exemplo, a empresa de design industrial Morrama criou um conceito para o primeiro teste para Covid-19 reciclável e biodegradável, mostrando a velocidade da inovação no setor.
Produção sustentável de alimentos. O sistema alimentar global coloca um fardo pesado no meio ambiente, criando mais de um quarto de todas as emissões de gases de efeito estufa e contribuindo para o desmatamento e a extinção de espécies. Novas abordagens para agricultura e alimentação, como agricultura vertical e carne cultivada em laboratório, podem reduzir a quantidade de água e terra necessária para produzir a mesma quantidade de alimentos. A empresa Air Protein, por exemplo, desenvolveu tecnologia para produção de proteína animal a partir do ar, e que com uma técnica culinária que utiliza farinha como base pode criar produtos com uma textura similar a carne.
Mobilidade aérea urbana. A mobilidade aérea urbana, transportando bens e pessoas por meio de drones, pode descongestionar as cidades, reduzir a poluição sonora e ajudar a descarbonizar o setor de mobilidade. Novas tecnologias, como propulsão elétrica e maior capacidade das baterias, aplicadas a sistemas verticais de decolagem e pouso, podem tornar isso tecnicamente possível. Com base em um estudo de 2021, a União Europeia começou a criar sua estrutura regulatória de mobilidade área urbana e prevê que essa opção pode se tornar uma realidade na Europa dentro de três a cinco anos. Volocopter é uma pioneira nesse setor, com planos de lançar o primeiro ecossistema de drones para o transporte de pessoas e cargas tendo captado $170 milhões de dólares.
Sustentabilidade é um tema complexo e interconectado que requer constante evolução. Essas inovações mencionadas são apenas o início, por isso é fundamental continuar aprofundando esses tópicos através de uma abordagem multidimensional de estratégia de inovação, engajamento com o ecossistema de startups e investimento em venture capital.
Sócio da CSCOM - Sócio da IZ Comm, Conselheiro, Coaching, Des. de Negócios - Gestor de Crises- Publisher Innovate Brazil - PR and Press, Crises Management, Board Member, Exec. Coaching, Marketing & Business Development
2 aStefano, belissimo estudo. Um tema importante e sem retorno. abs