Sextou então! E a G4 e as declarações do Tallis, vocês viram?
Na terça-feira viralizou uma declaração do empresário sobre os critérios de contratação de trabalhadores para suas empresas e a rotina imposta de trabalho, que pode chegar, segundo Gomes, a até 80 horas semanais.
"Eu não contrato esquerdista, essa é a base da nossa cultura", começou Gomes. "É 'mimizento', não trabalha duro, fica com esses negócios de, pô, parece que todo mundo deve alguma coisa para ele", explicou Gomes, em entrevista a um podcast, que foi ao ar no último dia 26 de junho.
Em seguida, Gomes descreve a rotina de trabalho que impõe às pessoas que são contratadas em suas empresas.
"A turma que trabalha lá na G4 trabalha pra ca***, estávamos ontem até 1h da manhã trabalhando, e hoje, 8h, o escritório estava cheio. Se for lá 22h, o escritório está cheio novamente, eu vou lá domingo e tem uma galera, não tem esse negócio de home office... Cara, se você não meter 70 ou 80 horas semanais de trabalho, não vai conseguir nada na vida", finalizou.
Eu pensei se era de trazer ou não este assunto pra cá. Resolvi escrever porque vejo muitos vieses a serem observados.
Não quero polarizar, apenas observar como um profissional de marketing, empreendedor e ser humano.
Primeiro, é interessante notar como a declaração de Tallis Gomes reflete uma visão muito específica sobre trabalho e produtividade. Ele defende uma cultura de trabalho extenuante, onde longas horas e presença física no escritório são vistas como essenciais para o sucesso. Isso levanta a questão de como a cultura corporativa pode influenciar a saúde mental e física dos colaboradores. A pressão para trabalhar 80 horas por semana pode levar ao burnout, diminuindo a produtividade a longo prazo. Acredito que da boca pra fora tem pouco espaço pra essa cultura, mas das empresas pra dentro não sei não….. Aqui nessa rede esse é um assunto que da pano pra manga.
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Além disso, as declarações sobre não contratar pessoas com certas ideologias políticas são preocupantes. Em um ambiente de trabalho, a diversidade de pensamentos e opiniões é fundamental para a inovação e para a construção de um ambiente saudável e inclusivo. Excluir indivíduos com base em suas crenças políticas não só é discriminatório, como também pode limitar o potencial criativo e inovador da empresa. DIVERSIDADE, algo tão falado, discutido amplamente pelas empresas é completamente ignorado pelo CEO. Por experiencia própria, a gente tem uma tendencia a contratar os que são parecidos com a gente. Isso é perigoso no medio/longo prazo.
Como profissionais de marketing, precisamos estar atentos a como essas declarações e práticas podem afetar a imagem da empresa perante o público. Imagino que ele não esteja nem aí pra essa questão. A percepção negativa pode impactar a marca e a capacidade de atrair talentos diversos e qualificados. Também não deve estar preocupado com isso. Em um mundo cada vez mais consciente das questões de saúde mental e diversidade, é crucial que as empresas adotem práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável e inclusivo. Da pra ir um pouco além. Ao se posicionar ele atrai os semelhantes e afasta os diferentes, cria uma tribo, uma legião, um movimento. No marketing isso é importante e faz diferença.
Finalmente, como seres humanos, devemos refletir sobre os valores que queremos ver nas empresas onde trabalhamos e que apoiamos. Devemos questionar se a busca pelo sucesso justifica a imposição de condições de trabalho extremas e a exclusão de indivíduos com base em suas crenças pessoais. Acredito que o sucesso sustentável é alcançado quando se equilibra a produtividade com o bem-estar e se promove um ambiente de RESPEITO e inclusão para todos.
Por fim acredito que poucos conseguem fazer uma análise fria do discurso proferido.
Imagino que seria necessário construir uma empresa que deixa 100 milhões de lucro no bolso de um acionista em 4 anos e ter vivido muito do que ele viveu e passou ao longo da vida.
É possível inferir que todas as experiencias formaram as crenças que neste semana foram escancaradas ao público.
um grande final de semana.