Simplesmente pare...
de alocar frustrações e expectativas adultas em nossas crianças e adolescentes.
Dando um tempo ao desabafo: aprendendo a crescer.
Hoje estava conversando com uma jovem amiga adolescente. Praticamente, vi essa menina nascer é crescer.
Ela me escreveu desesperada em busca de um desabafo e um afago.
Se preocupa com o último ano do Ensino Médio, com o vestibular, com a carreira tudo em acréscimo da pandemia e das incertezas de sempre e não só de agora.
Do meu lado, me preocupo com toda essa carga que a sociedade deita sobre os nossos jovens e adolescentes. A corrente "adultização" das crianças e o tornar infantil dos adultos.
Tratei de tranquilizar-la dizendo que em primeiro lugar não é estranho que ela esteja se sentindo assim e que tudo é normal. Anormal seria se ela me dissesse que estava bem em meio a todo um turbilhão de mudanças físicas, emocionais e sociais.
Disse pra que ela se entendesse, não se culpasse! Não se comparasse diante de outras realidades: a gente não pode ser àquilo que não somos! Ou melhor, até podemos, até a máscara cair e o maior ferido sejamos nós mesmos!
Se respeitar, respeitar o tempo e o luto. A desesperança de não ter um futuro assim tão no horizonte. Considerar continuar estudando e intercalando atividades prazerosas sem peso e culpa.
Ter um plano B - c - D - E... e tantos mais que sejam necessários: nós não estamos no controle apesar do mundo dizer que sim, podemos controlar tudo! A carreira não é a definição da sua vida, sua trajetória passa muito além dos muros de uma escola ou universidade!
Só queria que os adultos ao lerem esse texto e se colocassem nos sapatos. Não se esquecessem de quem já fomos e como fomos. Não se esquecer que a gente teve medo também e que é normal se sentir assim!
Parem de alocar suas expectativas e frustrações da vida adulta nos nossos jovens e crianças! Só parem!