Sincronizar: Ação x Emoção
Quando olho para as ações do meu cotidiano, quais as escolhas que tenho feito? Faço a melhor possível, o melhor que posso tirar de mim, a escolha adequada para aquele momento conforme meu entendimento, tem alguma coisa que está dificultando as minhas escolhas?
Na última semana em uma sessão de consultoria, uma cliente falava sobre uma ação do seu cotidiano, que ela acredita estar prejudicando suas atividades e gerando muito sofrimento. Pois, todos os momentos em que ela precisa falar com os seus liderados em grupo, informar decisões, apresentar um trabalho, ou até mesmo quando precisa conversar com mais de duas pessoas ao mesmo tempo, sente suas mãos frias, não escuta o que ela mesma está falando e sente um forte desejo que tudo acabe o quanto antes. Essa sensação toma conta dela de tal forma, que quando eles acabam, sente um grande cansaço físico e sua energia despenca. Relata sobre a necessidade de mudar isso, para poder trabalhar com mais leveza. E diz também, o quanto é difícil enfrentar essas sensações diariamente, pois sente que reprime os sentimentos que vão aparecendo, no seu dia a dia. Mas os sentimentos existem, permanecem ali dentro dela, causando mal estar. Já aconteceu algo parecido com você?
Será que tem alguma coisa aí dentro falando baixinho (ou até gritando) que “você precisa enfrentar”? Tem algum medo dizendo “você não consegue”? Um pavor de demonstrar alguma emoção “como a tristeza”?
Quando deixamos as emoções “escondidas” não querendo encará-las, corremos um grande risco de estar nos mantendo numa zona protegida, de “ah”, será sempre assim, porque “eu sou assim mesmo”! Ficamos num lugar que parece nos proteger, nos ajudar, mas, este lugar não está nos ajudando a entender nossas emoções, está sim contribuindo para manter nossas emoções reprimidas, dentro de NÓS!
Quando reprimimos nossas emoções, as nossas ações acontecem no nosso piloto automático, e muitas vezes fazemos um comentário sarcástico, nos fechamos em nós mesmos, desistimos de muitas coisas para não precisar enfrentar a situação, e o pior “dos mundos”, ficamos remoendo nossos pensamentos a respeito de um determinado assunto, e pode piorar, temos um “chilique” e começamos a falar alto ou até mesmo gritar!
E VOCÊ? tem buscado por um “controle emocional”? Ou, segue operando em um estado de executar múltiplas tarefas e de realizar tudo ao mesmo tempo, imaginando que este mergulho te trará alívio? Lamento te dizer: não trás, é ao contrário, só suga a sua energia, e suga tanto que conforme os dados de uma pesquisa americana, quem leva a vida neste ritmo envelhece uma década mais cedo!
Junto a essa cliente, desenhamos a seguinte estratégia: num primeiro momento, faremos leituras de textos focados no tema em voz alta, pois, acredito que a leitura + escuta, ajuda na compreensão e na visualização do nosso entendimento para nos aproximarmos mais das nossas emoções, depois:
·Observará o momento que essas emoções se manifestam e fará a anotação de quando e onde elas acontecem;
·As emoções que causam desconforto, após identificadas devem ser afastadas do pensamento, como? Na medida do possível, tentar afastar os pensamentos referente a elas, criando um espaço para “comandar a mente”, isto não é simples de se fazer.
Como terceira etapa, iremos conversar sobre essas observações em uma devolutiva, e daremos início a um processo geralmente natural, aqui inicia o passo de ter mais clareza dos sentimentos e consequentemente mais foco nas ações e naquilo que realmente precisa ser feito;
· O próximo passo é um trabalho na história de vida que gosto muito e sempre dá bons resultados, aqui teremos o start na agilidade emocional.
Ter agilidade emocional significa estar consciente de todas as suas emoções e aceita-las, até mesmo aprendendo com as mais difíceis.
Agora é com você:
Registre aí as tuas emoções frente a tuas ações do cotidiano, aquelas que você acredita que estão te prejudicando. Reserve um tempo de qualidade para esta observação durante uma semana. Começando por hoje.
Quer agir em harmonia focada nas tuas ações e com seus valores mais profundos? Não precisamos deixar o nosso corpo “gritar” por socorro!
Um afetuoso abraço! Roseli Marques