SISTEMA INDUSTRIAL HOJE
Há uma incompreensão na história econômica do capitalismo globalizado que deve ser mencionada.
O sistema industrial capitalista se tornou secundariamente urbano, pois, ele foi desterritorializado pelo novo sistema industrial capitalista cibernético. O departamento 4 (departamento do capital industrial cibernético produtivo e da sociedade de comunicação) se distribui por continentes: Oriente/Ocidente. No entanto, o capitalismo corporativo privado mundial é o seu território econômico com autonomia relativa em relação aos países industriais cibernéticos.
O Brasil e a Argentina se desindustrializaram como sistema industrial urbano do capitalismo corporativo das multinacionais. Este setor deixou de ser o polo mais dinâmico da acumulação de capital industrial do capitalismo globalizado, na América do Sul.
O capital corporativo industrial cibernético da comunicação se tornou o polo mais dinâmico de acumulação capitalista mundial no Brasil e na Argentina. Um discurso político que não elabore a interpretação da realidade econômica brasileira tendo em vista a acumulação capitalista mundial, eis algo desatualizado, entre nós.
Desgraçadamente, a esquerda prática e a jovem esquerda marxista teórica são extemporâneas, pois, sua interpretação da nossa realidade econômica se prende à percepção da realidade econômica como um sistema industrial do tempo de Marx e Engels. Não quero diminuir teoricamente a esquerda, pois, até o grande sociólogo econômico FHC é prisioneiro de uma percepção da realidade econômica industrial que nos remete a Marx.
O capitalismo globalizado mudou o conceito e a história econômica da sociedade industrial. Um certo marxismo pós-moderno falou muito sobre esse objeto. No entanto, ele não chegou a explorar a mudança na história econômica como transformação acabada - no campo de poderes/saberes econômico mundial. Com o campo de poderes econômico cibernético Ocidente/Oriente, advém uma nova gramática capitalista social cibernética, uma nova gramática do mundo capitalista.
Eis o ponto de partida para um discurso político que queira adquirir a hegemonia política para uma revolução econômica, entre nós.