Smart City Expo World Congress: descobrindo o futuro das cidades inteligentes em Barcelona

Pela primeira vez, o Sebrae Santa Catarina realizou uma missão para a Smart City Expo World Congress , em Barcelona, e eu tive a honra de estar junto ao seleto grupo formado por gestores públicos de municípios catarinenses que fazem parte do Programa Cidade Empreendedora, além de reitores de universidades, presidentes de associações empresariais e diretores de centros de inovação, governanças que integram o Ecossistema Local de Inovação (ELI).

Participar deste importante encontro pensado para as cidades foi essencial para expandirmos a nossa visão de futuro moldando o nosso olhar a partir dessa imersão que nos foi proporcionada diante do ecossistema de inovação de Barcelona. Estando lá, pude compreender o que faz dela uma smart city e como eles foram capazes de desenvolver e estruturar o seu ecossistema.

Basicamente, o que observei e constatei é: estamos no caminho certo! Precisamos apenas de tempo para que certas ações se consolidem e gerem os frutos necessários. Eles estão neste processo desde as olimpíadas de 82, sendo o 22@ o projeto mais recente, com mais de 10 anos. Nessa iniciativa, são destaques: o comprometimento com as demandas econômicas, mobilidade, ciência e tecnologia, qualidade de vida e inclusão, variáveis que competem aos padrões de uma cidade inteligente.

O 22@ começou com uma ideia do governo para revitalizar a área industrial. Hoje, é um consórcio público-privado de empreendimentos imobiliários que consegue receber as bigtechs, os novos moradores de Barcelona e, ainda, revitalizar terrenos e fábricas abandonadas, transformando em espaços de coworking, de serviços públicos e uso social.

Outro grande aprendizado é que não há uma governança central para comandar todas as iniciativas. A cada uma delas, uma organização – pública, privada ou terceiro setor – assume a gestão e faz acontecer. Mas, como eles conseguem ter sinergia? Os atores sabem o que têm que fazer para Barcelona ser uma cidade boa para morar, trabalhar e viver. É quase como se fosse óbvio para eles que é isto que devem perseguir, e cada um, à sua maneira, faz a sua parte.

Dentre outras ações inseridas no ecossistema de Barcelona, temos:

• Barcelona Tech City, uma associação de empresas de tecnologia que se reuniram para criar um local onde o conhecimento sobre startup e inovação pudesse ser concentrado e disseminado.
• Barcelona Health Hub, iniciativa privada sem fins lucrativos que busca desenvolver startups de health, instalada em um antigo hospital (de mais de 100 anos), patrimônio da UNESCO . São vizinhas à estrutura, duas universidades de cursos de saúde e um hospital para provas de conceito e aplicações. O setor de saúde é um dos vetores de posicionamento de Barcelona como smart city.
• ACCIO, uma organização governamental de promoção da internacionalização das empresas da Catalunya, sediada em Barcelona, mas com escritórios por todo o mundo, a fim de ajudar os empreendedores a irem a qualquer parte do globo, porque toda empresa lá nasce para fazer negócios com o mundo todo. Quanto mais bem-sucedidos internacionalmente, mais divisas para a província e a cidade, simples assim.
• LaSalle, representa o espírito das universidades, (que são muitas), focando na oferta de cursos de qualidade em graduação, pós-graduação e formações diversas para o tema de smart cities.

Ainda poderia discorrer sobre outros, como NTTData, uma das maiores empresas de consultoria para smart cities do mundo; DFactory Barcelona , um centro de inovação e compartilhamento de serviços para as indústrias de Barcelona; enfim. É possível perceber que todos trabalham para gerar prosperidade e riqueza para os cidadãos e para a cidade. Isso é algo realmente inspirador para nós!

O Ajuntamento de Barcelona (prefeitura) desenvolve vários projetos de smart city para manter a cidade sempre na vanguarda. Dos fracassos, como gerenciar vagas públicas e contêineres de lixo por sensores (só aqui já dá outro artigo), como o sucesso em gerir dados de qualidade do ar, fluxo de trânsito, transporte público e gestão da qualidade de água, para realizar intervenções pontuais e melhorar a vida do cidadão.

Para além disso, também tivemos durante esses últimos dias da missão a curadoria e imersão comandada pela BIG - Boston Innovation Gateway , uma iniciativa da IXL Center - Center for Innovation, Excellence and Leadership , com uma equipe fantástica dirigida pelo competente Manuel Mendes.

Nosso grupo pode conhecer de perto a PAL Robotics , robô para manufatura ágil e colaboração humana, o Rider Dome , sistema de segurança para motociclistas e frotas, impulsionado por IA, a Skycharge , rede de estações de carregamento personalizadas para drones comerciais, a SYDRON.airmobility, soluções eVTOL com emissão zero para transporte aéreo sustentável.

Até aqui, nos conectamos com novos saberes, pessoas, empresas, e seguimos em busca de insights que possam aprimorar o nosso ecossistema em Santa Catarina. E para isso, claro, o Sebrae/SC está sempre um passo além!

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