Not So Easy Blues!

Não é nada fácil.

Confesso que me esforço para acreditar mas é muito difícil. Pode uma pessoa de 25 anos se apresentar como coach ou qualquer coisa que o valha, falando com toda propriedade do mundo sobre as aventuras e desventuras da vida, fracassos e crenças limitantes?

Poder, pode. Mas porque não sai da minha cabeça aquela imagem do old man no famoso filme “A Encruzilhada”, dizendo pro Ralph Macchio que pra compor um blues visceral, de verdade, é preciso sofrer a perda de um amor, perder uma mulher? Talvez porque ele esteja certo.

Vivemos em um mundo de muita extensão e pouquíssima profundidade, se é que me entendem, onde as cascas valem mais do que o interior, a forma mais do que o conteúdo. Então temos aqui um terreno fértil para propagar mais do mesmo, baseado somente em coisas que já foram produzidas, e não em fatos reais (saudade destes programas que tinham esta advertência no começo ou no fim).

Essas pessoinhas então estão engajadas em convencer a todos de que possuem uma solução que só eles descobriram, formatam isso com a ajuda e um “mentor”, uma fórmula que manda eles fazerem um discurso longo (parece até com algumas séries da Netflix, podia resolver tudo em 5 episódios, mas tem que ter treze), que pode ser até ao vivo, para tentar convencer a todos da sua autoridade no assunto, com uma bela ajuda de um escritor e uma produção profissional.

Até onde vai a sua conexão com a realidade? Por que não descem de seus pedestais e vão entender as dores de quem realmente poderia comprar seu curso de “Sobrevivência no Universo em Alta Performance” (bom nome não é?)?

Acho que quando a ansiedade e o oportunismo se encontram, daí não sai coisa boa.

Cada um tem que estar fazendo o melhor que pode, e tem que ter esta certeza. Se não tem, faça mais, tem que suar mais, pensar mais, criticar mais, ouvir mais. Ou corre pro Hotmart agora!

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