#16 | Ainda somos os mesmos
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#16 | Ainda somos os mesmos

✨ Antes de mais nada, oie, é um prazer ter você aqui!


Um sentimento familiar, com uma pitada de saudade, a nostalgia sempre aparece quando é preciso recordar quem você era antes das responsabilidades da vida adulta baterem na sua porta.

Com 15 anos novamente, me vejo com o meu velho all star, escutando Charlie Brown Júnior sentada no chão do meu quarto, lendo os conselhos da revista Capricho, que na época era minha melhor amiga e confidente. Com ela, eu não tinha vergonha de ler sobre signos, amores impossíveis e as últimas fofocas do universo pop.

Engraçado pensar que não vi todos os esses anos passarem até o dia de hoje ou talvez eu tenha visto e não me toquei de como tudo passou tão rápido.

Os livros que liamos quando adolescentes, estão ou foram transformados em obras cinematográficas, como é o caso do livro ‘De Volta aos 15’ escrito por uma das minhas pessoas favoritas na internet, Bruna Vieira.

Quando li esse livro pela primeira vez eu estava no ensino médio e tinha 16 anos. Lembro que devorei tão rápido que quando terminei fiquei morrendo de ansiedade até ela lançar a continuação.

Corta para 2022 onde a Netflix lançou a série baseada no livro, confesso que ao ver o trailer promocional de divulgação senti aquele friozinho na barriga por vivenciar de novo todo aquele sentimento familiar que senti quando era adolescente. Mas ainda sim, tinha uma parte mais racional que pensava que a série não era mais pra mim.

E eu estava mais que errada - e ainda bem.

Não consigo nem descrever em palavras a sensação de vivenciar tudo aquilo novamente e mais ainda, com a consciência de hoje. Foi literalmente uma volta no tempo, assim como a personagem principal, Anita. Que se vê com 30 anos e sua vida desmoronando. Logo, ela tem a brilhante ideia de voltar para a única época da sua vida onde tudo realmente parecia mais simples. Com 15 anos a menos, e a consciência de 30, ela volta no tempo e tenta 'consertar' o que deu de errado.

E nesse momento, recorro novamente ao início dessa news, porque quando tudo parece difícil e confuso, queremos apenas fugir de determinada situação para simplesmente não ter que lidar.

Eu por exemplo, tenho algumas músicas, playlists e filmes que me levam para esse ambiente confortável e seguro. E muitos dessas coisas, eu consumia quando era mais nova.

Inclusive, isso me fez pensar sobre a tal da regra dos 15 anos, você já ouviu falar?

Funciona mais ao menos assim, se você assistiu um filme, leu um livro ou alguma música específica quando tinha 15 anos e gostou, existe uma chance enorme de você detestar isso quando você for mais velho. Que é quando você tem capacidade de julgar e perceber o quanto aquilo era ruim.

E bom, existem certas coisas que prefiro apenas deixar na minha caixinha mental de lembranças boas e não quero reassistir. Muitas vezes olhar com a seriedade racional de adulto acaba estragando suas melhores memórias com uma determinada obra. Eu pelo menos penso assim.

Porém tem outras coisas que eu amo rever e recordar de como eu me sentia na época, o que eu escutava de músicas, quem eram os meus crushes, quais eram minhas preocupações e por aí vai.

Esse lugar é muito especial pra mim. Principalmente quando realizo sonhos do meu eu mais novo, como ir em shows de artistas que eu escutava no meu quarto e colava os pôsteres nas paredes.

Principalmente, quando tudo fica difícil e sem solução, volto para essas lembranças. É quase como se fosse o meu multiverso, onde coloco a minha versão criança, a adolescente e a adulta para debater. Muitas vez elas chegam a uma conclusão juntas, já em outras, a responsabilidade fica com a minha versão mais velha mesmo, o que é totalmente justo.

Sobre olhar para suas versões do passado e entender que elas foram necessárias para que você estivesse aqui. Ainda somos os mesmos, só que mais velhos, com um pouco menos de colágeno, mas os sonhos ainda permanecem com a gente. Não seja tão duro consigo mesmo, tente olhar para sua criança interior, ela sempre nunca vai te abandonar.

Para hoje, deixo essa crônica que saiu sem planejamento prévio, só senti vontade de compartilhar como eu me sinto às vezes.

Ah, apenas mais um reforço para você assistir a série da Bruna na Netflix, juro que vale a pena.

Um beijo,

La 💫


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Isabel Cristina Pipolo

50bem+ COM ALMA DE CRIANÇA. /+ 3 DÉCADAS DEDICADAS AO DESIGNER DE EXPERIÊNCIAS /UMA GENERALISTA ESPECIALISTA EM COCRIAÇÃO DE MEMÓRIAS AFETIVAS,.

1 a

Laís Pinheiro eu amei o seu texto, e mesmo no auge dos meus quase 60 anos, não deixei de me identificar com o turbilhão de emoções que vivi na minha adolescência. Do mesmo modo,pude enxergar e assistir as emoções que minha filha de 35anos passou, é até o que minhas sobrinhas tem vivido por uma outra ótica . Concordo que me imaginar na minha adolescência com a cabeça da maturidade, seja ela com a idade que for, pode causar um desconforto, ou a sensação de que poderíamos sempre ter feito melhor, mas é justamente o que olivro e a série mostram, porque o nosso melhor só pode ser feito num unico tempo, o presente. Na real, baixar o máximo a ansiedade,e expectativas nos outros, e nos conhecermos intimimante é o foco, adorei te descobri por aqui.

Assisti ontem a primeira temporada (pela tua indicação haha) e amei! Lembrar daquela época me fez sentir muitas coisas, foi até poético. A série me trouxe reflexões semelhantes às que tive lendo A biblioteca da meia noite, sabe? Achei de milhões.

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