Sobre melhorar processos: a importância do Propósito na Gestão por Processos

Você conhece a declaração de missão da organização em que está trabalhando?

Você costuma ouvir líderes associando a missão a resultados, lançamento de programas globais ou eventos direcionados aos colaboradores?

Você percebe as pessoas agindo de acordo com o que reza a missão?

Reflita sobre isso por um instante antes de prosseguir a leitura.

Em um momento onde as pessoas estão paralisadas sem saber como agir, seja por insatisfação com seus empregos, seja pela ausência de um caminho traçado por parte das organizações, falar de propósito ao invés de missão atinge cada colaborador de forma sincera, tem mais significado, indo além de uma frase de feito que, em muitos casos, perdeu o sentido se olharmos a conduta da organização ao longo do tempo.

Missão não é o mesmo que propósito. Em seu livro Business Transformation: Construindo as Organizações do Século 21, José David Furlan, cita que "missão é algo fornecido que reflete ideias impostas, é exclusivo e busca transformações fora da organização na esperança de transformar a organização por dentro. Propósito, por sua vez, é assumido, reflete crenças, é inclusivo e causa transformações na organização para promover transformações fora dela. O problema com a definição de missão tem sido limitar o estudo ao “o que”, em vez do “porquê”.

Organizações não podem vagar ao acaso, precisam de um propósito que, de braços dados com seus valores, funcionem como uma bússola e uma âncora. Primeiro para guiá-los diariamente sobre a razão de fazer o que fazem. Segundo, para segurá-los no lugar certo quando forças externas tendem a arrastá-los para fora do caminho.

E um ponto mais importante: todo esse valor precisa ser percebido pelos clientes!

Mas estamos em um artigo sobre melhoria de processos. O que propósito tem a ver com isso?

Na gestão por processos toda a organização é vista como uma enorme cadeia de valor e cada função do negócio representa um papel importante em toda cadeia.

Por isso, ter um propósito e engessá-lo em todas as áreas da organização, sustenta a gestão por processos ao criar o ambiente adequado para extração de valor.

Já trabalhei em uma empresa onde a missão se resumia a uma frase de efeito redigida em um banner fixado no portão de entrada da empresa. Em outra, ficava presa nos elevadores e em cada sala de reunião, normalmente assinada pelo CEO e/ou representante da Qualidade ou HSE. E só.

Embora visíveis, ninguém as praticava, nem os líderes. Posso dizer sem medo de errar que o caminho que essas empresas seguiam naquele momento não estava claro para ninguém.

Por outro lado, já trabalhei em empresas onde se “respirava” o propósito. Muito além das famosas frases, você observava as pessoas agindo de um jeito que parecia certo e, automaticamente, você passava a se comportar daquele jeito também, sem necessidade, inclusive, de responder àqueles códigos de conduta online que te obrigam a concordar com várias temáticas senão, impacta mas metas da organização.

Era fácil, portanto, entender como ter sucesso em um ambiente assim.

É realmente como o mestre Peter Drucker disse: “A cultura come a estratégia no café da manhã”. Colaboradores entram e saem, mas quando a organização segue um propósito genuíno e bem definido, a cultura é forte. É focar naquilo que ela representa ao invés de focar no que entrega.

Um abraço!