Sobre o valor do tempo.
Ouço muito pessoas repetirem o jargão "O tempo cura tudo". Não concordo. O tempo por si não cura nada. Talvez com a passagem dele nos acostumamos com os fatos e não os resolvemos verdadeiramente.
O que queremos com a passagem do tempo? Acumulação de pequenos rancores cotidianos?
O ser humano não nasceu para a infelicidade. Somos direccionados para alegria de viver.
Observe uma criança. Como ela age? O que ela faz? Explora com vigor para aprender e manipular o mundo que a rodeia. Vive na partilha, suas emoções são vividas e não acumula desafetos. É inteira nas suas atitudes e vivências. Coincidência ou não, assim vive o idoso saudável. Quem viveu muito sabe que o valor do tempo é conferido a ele por nós mesmos. Nos colhemos o tempo (Carpe dien). Aquele que aguarda as batatas ajeitarem no caminhão ladeira abaixo corre o risco de perdê-las na descida. Triste não?
Preservar valores, manter princípios não significa imobilidade. Entropia é morte. Morte da alma, morte do desejo. O desejo é linguagem e gera ação. A ação gera novas circunstâncias e hábitos. Talvez, novos valores e perspectivas. Infelizmente o que não se recupera é o valor da oportunidade dada na linha do tempo. O tempo sozinho nada significa. Reflita o que você quer de seu tempo? O que você quer fazer de seu tempo? Não iluda-se porque o valor não acrescentado em seu tempo não se recupera. Perdida a oportunidade, perdido o tempo. Até a próxima.