Sobre produtos digitais
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Sobre produtos digitais

Vivemos em uma sociedade enebriada pela exposição e obcecada pelo sucesso. Vivemos em busca de termos o emprego dos sonhos destacado no nosso perfil no LinkedIn, de sermos tão bonitos quanto nossas fotos cuidadosamente produzidas no Instagram e termos famílias tão perfeitas quanto mostramos no Facebook. Para, finalmente, nos tornarmos os melhores produtos das mídias sociais.

Assim como não é legal vender o que o produto não faz, também não é bacana dizer ser o que não se é. Ou dizer ter o diploma que nunca teve. Que estudou em Harvard ou que trabalhou no Google, sem nunca ter feito nem um, nem outro. "Mas ninguém vai notar", dizemos. E nos convencemos de que está tudo bem, até o ponto de não sabermos mais quem realmente somos, ou do que somos realmente capazes.

Instigados a sair da tal "zona de conforto", optamos por criar o falso conforto, o falso sucesso. É como fazíamos quando crianças: pintávamos o sol no chão do quintal para que não chovesse. Ou escondíamos o rosto supondo que, uma vez que não víamos mais ninguém, também não éramos vistos.

Trocamos as experiências pelos likes. Vamos ao museu não pela experiência da contemplação, mas para compartilharmos a nossa foto com a obra de arte ao fundo. Mal olhamos pra ela, na verdade.

O que podemos apreender disso?

A fotografia na tela não é tão boa quanto o cenário real.

A família do amigo na rede social também tem problemas, ele só não conta em público (e faz bem)

O LinkedIn Top Anything é um cara como você, cheio de temores e desejos, que aprendeu o que precisa fazer para ganhar likes (uma dica: veja como ele com frequência marca outros Top Something nos posts)

A zona de conforto é sua, não deixe que lhe digam o que fazer com ela. Apenas cuide para que o desconforto não atinja aqueles que realmente importam pra você por tempo demais.

De tempos em tempos, desligue-se. Vá ao cinema, e desligue o celular na sessão. Vá viajar, e desligue o celular no avião. Desligue o celular antes de dormir, e ligue só depois do café. Ou não ligue ainda, vá á academia, à praia, vá meditar. Vá ler um livro...

Desligue as notificações para escrever, ou para uma tarefa que exija concentração. Desligue-as também - e principalmente - para brincar com seus filhos.

A rede social vicia. Ela é projetada para nos manter focados nela o máximo de tempo possível, para nos ofertar o máximo de visualizações de marcas e produtos. Mas precisamos entender que a nossa atenção é o produto da rede. Então por que não pegamos esse produto e oferecemos para quem realmente importa para nós? Talvez aí, possamos ser quem realmente somos, e aproveitar melhor aquela pessoa que está bem ali, ao nosso lado.

#Fica-a-dica.



Alex Kahanoff

Kahanoff Films & Arts . CEO. Founder

5 a

Excelente sintesis . Brillante

Total isso. A gente paga as redes sociais com a vida. Aproveitar o feriado e desconectar ;).

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